Rua do perigo - Capítulo 3.

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Existem inúmeras formas de se viver e conseguir o que deseja, mas em alguns momentos as pessoas tomam decisões precipitadas, e, por mais surpreendente que seja, algumas delas se encaixam perfeitamente.

— Isso é ridículo. Está tentando arranjar uma forma de me tripudiar? — Enfurecido, bradou para o sujeito que agora vangloriava-se por ter tirado uma expressão tão irritada do ômega. 

— Não, não estou pensando em nada disso, apenas uma troca inofensiva que não lhe custará absolutamente nada. — Diferente do que falava, Hwang estava com um sorriso enorme banhado em zombaria, aquilo irritou mais.

— Não! Acha que sou um de seus homens para servi-lo? Poupe-me. — Era levado puramente pelo ego, Jisung podia fazer com facilidade o que era pedido, mas não gostava da forma que aquele capitão ordenava, como se o mundo pertencesse a ele.

— Então eu mesmo mato esse animal. — Rugiu para todos ali, a voz potente estava alta e assustadora ao ponto de fazer Han tremer e sentir-se pequeno, principalmente quando o lúpus levou as mãos para a espada presa em suas vestes.

— Espera! — Assustado e com a voz receosa, ele dirigiu-se para o alfa erguendo o rosto. — Eu o farei hoje, mas não se acostume, pois jamais o obedecerei novamente. 

Apenas aquilo foi o suficiente para Hwang abrir seu sorriso de canto, gostava de ômegas difíceis, e estava diante de  seu maior desafio. Porém era um pirata, o capitão e gostava de desafios dos mais excitantes e surpreendentes. 

— Como quiser, bonequinha. — Han prendeu um rosnar por ver o sorriso confiante daquele lúpus, estava cantando vitória sem ao menos ganhar. 

— Estúpido, cretino. — Sussurrou virando, Park o olhou sorridente, para o garoto aquilo foi uma bobagem, o pirata mau não tinha pedido nada de extraordinário. — Vamos, Park, temos coisas a fazer.

Foi na frente com sua postura elegante, arrogante e impassível, porém a única coisa que o capitão do Esmeralda olhava era a cintura moldada no vestido. 

Negou com a cabeça olhando Jay, que parecia sem saber o que fazer. 

— Pode ir, ele fica com a cabra. — Christopher atrás do lúpus olhou as nuvens quase gargalhando por ver o amigo dobrado diante de um ômega, o qual ele mesmo disse jamais obedecer. 

— Sim, capitão. 

— O capitão peruca negra está perdido.— O alfa olhou para o amigo negando com a cabeça. 

— Acha que ele vai fazer mesmo? Sempre dizem que ômegas nobres só servem para dar filhos. — Balançou os ombros relembrando as conversas de alfas e betas ricos que rebaixavam  seus ômegas. 

— Não sei. Mas acho melhor terminarmos, tem o mastro dianteiro também e logo a noite chega. 

Descendo as escadas imundas, Jisung batia os pés com força no chão querendo destruir tudo, jamais imaginou entrar em uma cozinha novamente, ainda mais para fazer um trabalho braçal sendo que fazia anos que não pegava em uma panela, embora ainda lembrasse da maioria.

— Você de novo? — A voz do beta, que ficava atrás dos balcões da cozinha, era divertida, o deboche pingava como veneno. — Ouvi que o capitão quebrou o oficial, já estava demorando, mas se foi por você eu achei bem pequeno o motivo. 

Rua das flores - HYUNSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora