Rua de pecados. - Capítulo 6.

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Jóias. Pérolas. Diamantes. Ouro. Tecidos da Índia. 

Han Jisung nunca pode dizer que sua vida foi simples, quando se casou conseguia tudo o que queria e mais, principalmente quando se envolvia com nobres e recebia presentes caros, alguns o chamavam de palavras ofensivas, mas nunca se importou se tivesse dinheiro o suficiente para comprar cada um que quisesse, afinal, nunca foi rejeitado.

Até aquele capitão não o olhar quando ficou parcialmente nu, céus, só porque era um lúpus não significava que todos os ômegas se entregariam a ele. Além da tamanha humilhação que lhe fez, aquele alfa ainda tinha a audácia de querer usá-lo, e pior, usar Park. 

— Mas que ódio. — Não estava se aguentando, queria passar o dia reclamando, dizendo o quão raivoso estava perante aquelas atitudes do alfa. 

— Não acha que é pequeno demais para sentir tanto ódio? — A voz do beta que navegava fez com que parasse de fechar os lábios em um bico, encarou o ser mais baixo que si.

— Está mesmo dizendo isso? Acho que sou mais alto que você. — Falou tranquilo, talvez pela expressão de Changbin não demonstrar que se afetava por aquilo, afinal Chan lhe dizia sempre a mesma coisa. 

— Senhora, se quiser eu posso fazer aquela infusão de ervas para acalmá-la. — O servo tocou os fios da cabra que estava encolhida no colo da duquesa, Park já não se sentia tão ameaçado pela cabra. 

 — Obrigado, mas eu quero apenas dizer que estou bravo. Como ele pode pensar em algo tão sórdido assim? — Changbin, que tinha chegado há pouco tempo e ficado confuso pela expressão do ômega, estranhou a frase e ficou confuso.

— Está falando de que? — Han parou pensando em como Changbin era preocupado e empático, diferente do outro beta que cozinhava, certamente Changbin só se insinuava para ele por diversão. 

— Senhora Han está pensando no que ouviu… — Os olhos da duquesa se arregalaram, levantou o pé por baixo da mesa em que estavam e acertou o ômega, o fez sob o sentimento de desespero, porque jamais machucaria Park.

— Ouvi que aqui tem toque de recolher e é chato. — Usou ensinamentos de anos sobre mentir, sorriu para o beta e lançou um olhar fatal ao ômega do seu lado, que logo se encolheu acanhado.

— Verdade, às oito horas devemos apagar as velas, mas caso alguém queira sair precisa fazer as coisas no escuro. Porém  a parte de ser chato é mentira! Hoje mesmo teremos uma música cantando aqui, ela só estava com a garganta ruim. — O beta então começou a falar sem parar sobre como a beta cantora era incrível. 

Jisung encarou seu servo novamente, o Park estava encolhido aparentemente triste e encabulado, então para se desculpar de forma silenciosa e que apenas os dois sabiam, a mão pequena da duquesa acariciou o rosto infantil do outro, quando o ômega loiro percebeu a aproximação tímida e culpabilizada, ofereceu seu sorriso mais doce cheirando os fios do ômega que estavam na direção de seu nariz.

Changbin realmente falava muito, quando começou a relatar os talentosos da cantora do navio não parou mais. Assim que acabou seu estoque de palavras sobre como o capitão era generoso de trazer cantores realmente bons, começou a falar sobre a comida e como o cozinheiro Félix era interessante, mesmo que o beta tivesse um namorado. 

Han Jisung não aguentava mais, precisava acelerar seus planos, afinal não tinha noção de quanto tempo durava uma viagem de navio, então temia que o capitão fizesse o que tinha dito consigo e com seu servo. Precisava de qualquer forma fazer aquele lúpus rastejar aos seus pés.

— Changbin, você já disse sobre Felix fazer suas pernas tremerem, mas agora precisamos… — Antes que terminasse sua desculpa esfarrapada para livrar-se do beta e fugir com Park para algum lugar do navio, junto com Jade que dormia tranquilamente em seus braços, foi interrompido por uma voz potente e extremamente conhecida. 

Rua das flores - HYUNSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora