Depois de algumas horas sentada na janela do meu quarto, brincando com a adaga que Yuri havia me dado, Dimitri finalmente mandou me chamar. Eu já sabia qual seria a sua resposta assim que entrei, mas não consegui segurar a emoção quando ouvi as palavras:
— Você vai para Seattle.
— Eu sabia que você iria pensar melhor — falei, com um sorriso.
Eu precisava encontrar Yuri e resolver a nossa situação, antes que fosse tarde demais. Eu não queria perdê-lo, mesmo magoada eu ainda o queria por perto e com vida. E estando nos Estados Unidos era muito mais fácil pegar o Sandro e me vingar dele.
— Mas com uma condição. — Dimitri falou, tirando completamente a alegria do meu rosto.
Ergui apenas uma das minhas sobrancelhas.
— Qual? — Perguntei.
O patife tirou uma pasta da gaveta da sua mesa.
— Entrar em contato comigo todos os dias — ele falou secamente. — Se você por algum motivo tentar sumir, saiba que vamos encontrar você e prestar contas.
Revirei os olhos.
— Como se eu tivesse para onde ir — murmurei. Sentei-me na cadeira e joguei as minhas pernas em cima da mesa. — A minha família pensa que morri, esqueceu?
Os olhos de Dimitri estavam fixos nos meus pés.
— Certo — ele murmurou. — Você não vai só coletar informações, conversei com o meu pai e com o Sovietnik e eles sugeriram que houvesse retaliação da nossa parte.
Assenti.
Dimitri me entregou uma pasta e eu a abri.
— Você vai para Seattle, não apenas como uma espiã, mas também uma assassina. Sua missão é seduzir e obter todo tipo de informação possível, e depois matar Dante Cattaneo — ele disse, me fazendo olhar para o rapaz que me encarava na foto.
Suspirei.
— Ele é tão bonito, vai ser uma pena matá-lo — respondi.
Observei a foto com atenção, notando como os olhos dele eram de um azul tão profundo quanto o oceano visto de cima, e como a barba escura dava um ar perigoso a ele.
E sexy, ele era muito sexy.
Eu não conheci Dante, mas sabia que ele estava na propriedade. Assim que Luna chegou, ela fez uma piada sobre o fato do cunhado desagradável e bebê chorão estar de segurança dela, junto com Sandro. Eu ri tanto que as minhas bochechas haviam ficado vermelhas. Valentina havia me olhado com um sorriso sincero no rosto e depois me disse estar feliz por me ver alegre.
Quem diria que aquele dia seria o último que passaria com a minha família?
— Só não faça como fez em Edimburgo. — Dimitri falou sem humor, me tirando completamente dos meus devaneios. — Quero todas as informações sobre a Cosa Nostra, desde fornecedores até inimigos. E se eles estiverem com Yuri, quero que você descubra e só depois mate Dante.
Lembrei-me de algo que me incomodou um pouco.
— Ele é irmão do Lorenzo, não é? — Perguntei curiosa, Dimitri assentiu. — Você não acha que Lorenzo já perdeu pessoas o suficiente?
Dimitri franziu a testa.
— O que você quer dizer com isso?
— A esposa grávida há dez anos morreu na minha frente — falei, olhando a foto de Dante. — Eu não sabia que ela estava grávida, mas suspeitei quando Luna morreu segurando a sua barriga. Não acha que perder a esposa e o filho já não foi a dor mais terrível que Lorenzo poderia sentir?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Assassina da Bratva - Os Mafiosos, 2 (Completo na Amazon)
Romance(SEGUNDO LIVRO DA SÉRIE: OS MAFIOSOS COMPLETO NA AMAZON) No segundo livro da série Os Mafiosos, Marina Marchetti precisou crescer da noite para o dia. Na noite em que foi vendida para a Bratva, ela morreu como italiana, mas renasceu como Anya Beliko...