CAPÍTULO CINCO

4.9K 557 424
                                    

Os dias passaram devagar e eu aproveitava todos eles para treinar. Treinava no combate corpo a corpo, tiro ao alvo, com facas e até mesmo com arco e flecha. Não ganhei a fama de melhor assassina à toa; eu me esforçava para ser a melhor. Contudo, estava me dedicando mais arduamente que o normal, pois logo realizaria minha primeira missão sem a supervisão de Yuri, que ainda estava em Seattle.

— Você está se saindo muito bem. — Dimitri falou atrás de mim, fazendo-me sobressaltar, o olhei, assustada. — Desculpe por assustar você.

O clima entre nós dois estava estranho desde nosso último encontro no corredor. Eu havia dito algumas coisas no calor do momento, mas não me arrependi. As coisas entre nós não tinham futuro; era melhor acabar com aquela brincadeira antes que das coisas ficarem complicadas demais.

— Eu não sou a melhor assassina à toa — respondi, mantendo minha postura.

Dimitri deu um sorriso diante da minha arrogância.

— Você está pronta para a missão de hoje?

Um sorriso cresceu em meus lábios.

— Estou sempre pronta — declarei.

Dimitri assentiu.

— Será aqui em Moscou, sem mortos, apenas roubo de arquivo.

Suspirei.

— Certo.

Minha língua coçou para perguntar sobre Yuri, mas me segurei. Toda vez que pensava na mentira que ele havia inventado apenas para despistar minha irmã, meu coração doía.

Observei Dimitri se afastar e sair da sala de treinamento.

Encarei-me no espelho, meus olhos azuis estavam cheios de mágoa. Os cabelos estavam em desordem e meu rosto corado pelo esforço de socar o alvo. Respirei fundo e retomei meu trabalho. Precisava descarregar minha raiva em algum lugar, e o pobre boneco de plástico usado em treinamento seria o alvo.

Se aquela descarga de adrenalina não me ajudasse a manter a cabeça no lugar, estaria em apuros na minha missão.

#

No fim, minha missão foi mais tranquila do que eu esperava. Meus cabelos foram presos de maneira luxuosa e escolheram para mim um vestido de seda azul-escuro. Tudo que precisava fazer era seduzir o alvo em questão e obter os arquivos que Dimitri queria.

Seduzir um homem nunca era difícil; na verdade, era a parte mais fácil. Bastavam alguns olhares sugestivos e um decote estratégico para ter o alvo na palma da minha mão, e dessa vez não foi diferente.

Antes que percebesse, o tolo já estava me pagando bebida e, após algumas taças de champanhe, já o havia convencido a entrar no meu quarto de hotel. Não demorou muito para que meu alvo estivesse drogado e eu possuísse todos os arquivos que Dimitri havia solicitado, incluindo as senhas do cartão de crédito do tolo.

Ao chegar no quartel, com os cabelos impecáveis e o vestido sem nenhuma sujeira, notei algo estranho no ar. Primeiro, Dimitri não me chamou assim que cheguei, mesmo tendo algo valioso para ele, o idiota não queria me ver. As coisas ficaram ainda mais estranhas quando um rapaz mais velho apareceu no meu quarto. Seu rosto estava tenso e os olhos inquietos.

— O que foi? — Perguntei.

O rapaz suspirou.

— Dimitri quer falar com a senhorita — respondeu. — Imediatamente.

Franzi a testa.

— Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu, mas Dimitri vai explicar melhor.

A Assassina da Bratva - Os Mafiosos, 2 (Completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora