8. Eu escutei tudo.

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Draco dormia na poltrona ao lado de Ayla mais uma noite, agora, era o quinto dia que os dois estavam alojados ali. Ayla estava melhorando de acordo com Madame Pomfrey. Os ferimentos estavam cicatrizados e havia apenas cicatrizes presentes no corpo da menina.

Harry estava em detenção até o final do trimestre. Malfoy achava pouco perto do que ele havia feito, todos da escola estavam achando isso. Hermione e Rony visitavam a amiga todos os dias desde o acidente e apenas Harry ainda não havia aparecido. Ele havia tido uma conversa com o professor Snape e estava calado e sumido desde então.

Cenas do livro Harry Potter e o Enigma do Príncipe pertencente a J.K.

– Aparentemente eu o subestimei, Potter – disse suavemente. – Quem teria pensado que você conhecia magia das trevas? Quem lhe ensinou aquele feitiço?

– Eu... li em algum lugar.

– Onde?

– Foi... num livro da biblioteca – inventou Harry. – Não me lembro do título...

– Mentiroso – retrucou o professor.

A garganta de Harry secou. Ele sabia o que Snape ia fazer, e nunca fora capaz de impedir... A sala pareceu tremeluzir ao seu olhar; ele lutou para bloquear todos os pensamentos, porém, por mais que tentasse, o exemplar do Estudos avançados no preparo de poções que pertencia ao Príncipe Mestiço flutuava indistinto para o primeiro plano de sua mente... E então ele voltara a encarar Snape, no meio da sala. Fixou os olhos negros do professor, esperando, desesperado, que não tivesse visto o que ele, Harry, receava, mas...

– Vá apanhar sua mochila – disse o professor baixinho – e todos os seus livros escolares. Todos. Traga-os para mim aqui. Agora!

Não adiantava discutir. Harry virou-se prontamente e saiu dali. Uma vez no corredor, começou a correr para a Torre da Grifinória. A maioria das pessoas vinha em direção contrária; o olhavam julgando e perguntando como ele não havia sido expulso, mas ele não respondeu e nem retrucou a nenhuma das perguntas que lhe fizeram quando passou desembalado.

[...]

Harry correu sem parar em direção a sala de Snape, enfiando o exemplar de Rony de Estudos avançados no preparo de poções na mochila, enquanto corria. Um minuto depois, estava novamente diante de Snape, que estendeu a mão em silêncio para receber a mochila de Harry. O garoto entregou-a, ofegando, sentindo uma dor ardida no peito, e aguardou.

Snape tirou os livros de Harry, um a um, e examinou-os. Por fim, restou apenas o livro de poções, que ele olhou muito atentamente antes de perguntar:

– Este é o seu exemplar de Estudos avançados no preparo de poções, é, Potter?

– É – respondeu Harry, ainda respirando com esforço.

– Você tem certeza, não é, Potter?

– Tenho – respondeu o garoto em tom mais atrevido.

– Este é o exemplar de Estudos avançados no preparo de poções que você comprou na Floreios e Borrões?

– É – respondeu ele com firmeza.

– Então, por que tem o nome "Roonil Wazlib" escrito na segunda capa? – O coração de Harry parou um instante.

– Esse é o meu apelido.

– Seu apelido – repetiu Snape.

– É... é assim que meus amigos me chamam.

– Eu sei o que é um apelido.

Os olhos frios e escuros de Snape perfuravam mais uma vez os de Harry; o garoto tentou não encarar os do professor. Feche sua mente... feche sua mente... mas ele nunca aprendera a fazer isso direito...

– Você sabe o que eu acho, Potter? – disse Snape, muito calmamente. – Acho que você é um mentiroso e um trapaceiro, e merece ficar detido comigo todos os sábados até o final do trimestre. Que é que você acha, Potter?

– Eu... eu não concordo, senhor – disse Harry, ainda se recusando a encarar Snape nos olhos.

– Bem, veremos o que acha depois de suas detenções. Dez horas, sábado de manhã, Potter. Meu escritório.

-

"Você acha que ela vai ficar melhor?"
"Ela já devia ter acordado!"
"Ela está melhorando, olhe isso"

Ayla abriu os olhos finalmente após seis dias desacordada. Os professores que estavam ao redor dela se aliviam vendo a menina acordar, assim como os amigos dela que estavam ali presentes.

— Ayla, como se sente? – Professor Dumbledore perguntou. Ele havia informado aos pais de Ayla sobre o acontecimento e estava encarregado de passar todas as informações para eles.

— Bem... Com sede. – Ayla falou e com isso Madame Pomfrey entrega um copo d'água a menina, de acordo com ela, estava esperava que isso acontecesse.

— Você nos deu um susto gigante. Ficamos todos muito preocupados. – Professora McGonagall disse sorrindo para a menina. Mas tudo estava confuso na cabeça de Ayla. A briga, o jogo, Draco. Draco! Onde estava o menino agora que finalmente ela havia acordado?

— A aula acabou agora, Madame Pomfrey. Eu não pude vir antes... – A figura loira disse aparecendo na sala. Porém, o menino parou de falar ao ver Ayla acordada. – AY! Você acordou!

Draco foi até ela sorrindo e segurou cuidadosamente uma das mãos dela. Todos na sala olharam para o loiro e observavam a cena curiosos. Dumbledore sorriu generoso e com uma simples desculpa saiu da sala, deixando o casal a sós.

— Você me deu um susto e tanto. Tem noção disso? – Ele diz sentando na poltrona ao lado da cama. Ela havia sido sua fiel companheira nesses 6 dias.

— Tenho. – Ela falou sorrindo. A menina tinha noção realmente do perigo que havia sido se jogar na frente de Draco, mas estava satisfeita por ter feito aquilo. Ela olhou para as mãos que estavam cobertas pela de Draco. Após um tempo em silêncio, a menina finalmente diz: – Você sabe que eu escutei tudo né?

— Tudo? Tipo... Tudo? – O menino arregalou os olhos. Estava surpreso, sinceramente havia achado que por ter sido um "coma" ela não poderia ter o escutado. Fudeu! Ele pensava.

— É. Tudo tipo tudo. – Ela mantém o sorriso no rosto. Draco começou a ficar sem graça e seu rosto pálido iniciou a ficar ruborizado. A menina ficou mais alegre ainda com aquilo. – Você quer que eu diga então aqui vai. Eu estou apaixonada por você, Draco Malfoy.

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