Make you feel my love- Sleeping at Least

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-"When the evening shadows and the stars appear
And there is no one there to dry your tears
I could hold you for a million years
To make you feel my love" ( Sleeping at Least- Make you feel my love)

-O que está acontecendo?

-Vamos fugir. - Catra respondeu como se não fosse grande coisa mas percebi a nuca agora exposta suar.

-Você enloqueceu? - me sentei na cama .

-Adora. - ela suspirou - se ficarmos aqui eu vou para o hospital. Não vou deixar que me ponham em uma jaula de novo. Perdi minha vida inteira assim e não quero isso de novo.

-Catra, isso é ridículo. Não vamos fugir. - falei já me levantando, tentando controlar a voz para não acordar mais ninguém. - venha se deitar.

-E por que não? O que temos a perder, amor? Não temos nada aqui. Voltaremos depois, eu prometo. Agora preciso que confie em mim. - o pedido estava formado de uma imploração crua. Ela estava sendo honesta comigo.

-Você nunca me perguntou nada disso. Somos uma dupla, Catra. Porra eu estou tão confusa com a situação. Estou tentando dar o meu melhor mas preciso que você tente também .- a vi corar frustrada. Minha voz já estava um tom acima do que eu planejava, o sono deixando meu corpo ao ritimo que meu coração acelerava.

-Certo. - Catra se virou, abrindo a janela e sussurrando ainda de costas - Se quiser, fique. Não pode me obrigar a fazer o mesmo.

Um momento de silêncio tomou o cômodo. Durou apenas até eu conseguir levantar da cama e a seguir para fora.

-//-

-Para onde estamos indo? - A noite era fria, a porta trancada nos protegeria até a manhã seguinte. Não era muito mas era o suficiente.

-Eu tenho uma ideia. Só me segue. - suas falas estavam motorizadas. Não deveria estar se esforçando tanto quanto fazia.

-Não. - Parei no meio da estrada por qual andávamos. Não tinha nada em volta a não ser algumas árvores e bichinhos curiosos. Tinhamos andado por quase uma hora e a culpa começava a tomar conta de mim.

Catra parou em minha frente, ainda de costas para mim e suspirou. Um suspiro longo e abafado. Quebrei o silêncio:

-Vim até aqui, te sigo todos os dias. Poderia me contar o que eu não sei! Já estou perdendo a cabeça!! - a falta de casas pela área me permitia aumentar o nível da voz até quase gritar.

-Adora...se veio até aqui é porque queria. Não te obriguei a fazer nada. -ainda estava de costas para mim, sua voz cansada ou frustrada, não saberia dizer.

-Sim! Eu queria. E ainda quero. - senti meus olhos ficaram embaçados ao ponto que perdia meu controle. -Quero porque te amo, Catra. Porra, eu te amo! Iria fazer qualquer coisa por você.

Seu ombro se curvou para frente e um pequeno soluço se fez presente no conturbado silêncio. Congelei. Ela estava chorando?

Sua mochila foi jogada no chão segundos antes de seus joelhos baterem com força sobre o cimento. Me aproximei com pressa.

-Ei desculpa.. eu não queria te magoar eu só estou cansada e- minha fala foi cortada enquanto ela limpava os próprios olhos com a parte trazeira das mãos.

-Está certa, eu acho que já está na hora. - mais um suspiro antes que Catra se deitasse no chão. Segui e fiz o mesmo.

Em momentos difíceis, ela me ensinou que o céu tem um conforto imenso.

Hostage - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora