Quatorze

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— Jeongguk.

Seu corpo estava dolorido e pesado, como se tivesse corrido uma maratona no dia anterior. Jeongguk sabia a força que teria de fazer apenas para abrir os olhos já era tremenda, quem dirá para levantar da cama.

— Gukkie!

Sentiu dedos brincarem com seus cabelos, mas virou-se na cama e resmungou qualquer coisa que se cérebro pudesse pensar naquela situação. Aquele era um dia perfeito para ficar naquela cama macia todas as suas vinte e quatro horas. Jeongguk não era uma pessoa preguiçosa ou, como Yoongi dizia, praticante de rolamento na cama. Mas por algum motivo seu corpo e mente estavam cansados demais para raciocinar direito. Não faria mal ficar um dia sem fazer nada.

Os dedos logo desistiram do carinho, e Jeongguk se aconchegou mais debaixo das cobertas. Ele iria desistir uma hora ou outra, pensou. Porém, quando sentiu uma respiração quente encostar na sua orelha, o garoto praticamente pulou no colchão.

— Ah! Hyung, que isso? — Jogou as cobertas para o lado e esfregou os olhos, pronto para jogar o travesseiro em Yoongi.

— Hyung? — Mas a voz que ele ouviu não era nem um pouco parecida com a de seu irmão. — Você nunca me chamou de hyung, devo me preocupar?

Jeongguk abriu os olhos em surpresa, piscando algumas vezes até que sua visão focasse na figura a sua frente. Taehyung estava vestido de preto da cabeça aos pés, seu corpo magro escondido dentro das roupas largas e compridas. Cobrindo seus cabelos loiros havia uma boina preta de aparência macia e fofinha.

— Desculpa, Tae, eu achei que fosse o Yoongi. — Jeongguk sorriu tímido, deixando um bocejo escapar logo depois.

— Seu irmão te acorda com beijo na orelha também? — O loiro brincou, colocando a mão na cintura e sorrindo radiante. Não parecia que os dois tinham passado pela mesma extensa viagem. — Vamos tomar café da manhã e correr para o museu, de manhã tem menos gente.

O moreno juntou todas as suas forças e sentou-se na cama. O relógio digital do criado mudo marcava vinte minutos para as dez da manhã.

Depois de jogar água fria no rosto, Jeongguk se vestiu da forma mais simples e ajeitada possível. Analisando a escolha de roupas de Taehyung, a ideia era provavelmente não chamar muita atenção. Quando estava arrumando a jaqueta jeans, Taehyung apareceu atrás de si e o abraçou, colocando a cabeça em seu ombro direito.

— Nunca vou entender como alguém consegue ficar tão bonito de camiseta branca e jeans, você nem tenta, não é? — O loiro riu baixinho e deixou um beijo na bochecha de Jeongguk.

— Você que está exagerando... — Ele baixinho, desviando o olhar do próprio reflexo no espelho. — Vamos?

Depois de engolir uma variedade enorme de alimentos que provavelmente não seriam lá muito adequados para o café da manhã, Jeongguk se sentia pronto para caminhar pelas ruas movimentadas de Nova Iorque. Taehyung o guiou para fora do hotel, mantendo sempre uma mão em seu ombro, como se tivesse medo de perdê-lo na grande cidade. As ruas podiam ser as mesmas dos filmes, o que mudava era o fluxo de pessoas e a presença de vários outros turistas como ele. Era insano ver pessoas de diferentes lugares caminhando pelas calçadas, tirando foto de todos os ângulos possíveis. O movimento de carros era intenso, viu até duas ou três limusines passando pela rua.

— Não fique assim tão surpreso, aqui qualquer um pode andar de limo. — Taehyung riu baixinho ao seu lado, relembrando Jeongguk que ele não estava em um filme americano, e sim em uma viagem de verdade com Taehyung. — Eu estava planejando ir de metrô, mas parece que tem muita gente então vamos chamar um taxi.

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