Sel-mamarreta?

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Louise Marques

— E pra onde você tá indo agora? — Perguntei a Giovanna quando as portas do elevador abrem.

— Tô saindo pra fazer mais dívida. — Responde tranquila acenando para a gente e anda até a porta da frente do hotel.

— Será que ela saí dessa sem ser presa? — Indaga Laura preocupada enquanto observamos ela sair.

— Improvável.

Poucos minutos depois, estou caminhando na lateral da praia e vejo Dylan sentado sozinho em um banco na sombra observando as pessoas se divertindo na praia.

— Quem morreu? — Pergunto ao Dylan me aproximando do banco, e quando ele percebe minha presença se assusta um pouco, mas logo se recompõe voltando a fitar as pessoas de longe.

— Seu senso de humor. — Provocou mantendo uma expressão de tédio.

— Diz a pessoa com uma cara de enterro no rosto. — Zombo girando os calcanhares e caminhando de volta.

— É impossível falar com você e não ficar assim.

— É recíproco — digo me virando para ele — Mas hoje é o último dia que vamos nos ver, então tenho uma proposta para você.

— Sou todo ouvidos. — Disse e seus olhos brilharam com curiosidade.

— Basta dizer sim. — Digo tentando não rir.

Mal sabe o que o aguarda...

— Não vou cair nessa, primeiro diga do que se trata e aí direi se me interessa. — Pergunta receoso e eu preciso reunir todas as minhas forças para não gargalhar da ideia que está surgindo em minha mente.

— Bem, você não vai ter nada a perder se aceitar. — Confesso engolindo em seco e ele se levanta do banco levantando uma sobrancelha.

— Então porque não diz o que é logo?

— Porque é surpresa! — Exclamo e ele me lança um olhar desconfiado, estudando todo o meu rosto em busca de informações, está me olhando no fundo dos olhos, como se pudesse ver dentro da minha mente e encarar minha alma, eu engulo em seco.

— Qual é, você está aí sem fazer nada, deixa de ser desconfiado.

— Só aceito se depois você disser sim a uma proposta que tenho em mente.

— E qual seria?

— Também é surpresa, aceita?

— Combinado. Te encontro em frente do hotel que estou em meia hora, traga o carro. — Aviso caminhando até a saída da praia.

— É impressão minha, ou você me deu uma ordem? — Questiona em tom suave e eu estou começando a odiar ele ser mais alto do que eu, assim sempre que ele se aproxima demais, tenho que levantar o queixo para olhar nos seus olhos.

— Encare como quiser. — dou uma piscadela virando as costas e seguindo meu caminho.

Já havia tomado banho, lavei meu cabelo e sai do banheiro enrolada na toalha, tirando umas roupas da mala vendo qual iria vestir (look na mídia), escuto o barulho da porta se abrindo e me cubro apressadamente com o vestido, mas suspiro quando vejo que é a Giovanna, e ela gargalha quando me vê.

— Lou, não precisa se arrumar agora, a gente não vai embora ainda. — Assegura colocando três sacos de lojas cheios no chão.

Discórdia InflamávelOnde histórias criam vida. Descubra agora