Maldição!

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Louise Marques

Três dias depois aconteceu as provas, e eu me lembrava de algumas coisas que Dylan mencionou, mas não todas, então nas questões que eu não sabia eu chutei mesmo.

Quase no fim da aula a diretora e outros dois professores adentraram na sala.

— Bom dia, alunos da Hyndepir School, hoje viemos informá-los de nossa organização de boas vindas aos novatos, e a todos que merecem também se conectarem um pouco com a natureza. Diretora Vandey — Diz a professora de artes com um sorriso no rosto, se virando para a diretora coroa de cabelos tão pretos que ofuscam a luz.

— Os boatos são verdadeiros. O acampamento acontecerá, mas diferente dos outros, nele terá disputas, desafios a serem ultrapassados, tarefas, picnics.
"Acontecerá daqui a quatro dias e durará apenas duas semanas.
Alunos que ainda não tem 18, precisaram da assinatura dos responsáveis para ir. Só entrará alunos sem problemas no boletim".
Avisou e eles se retiraram da sala.

Como minha dificuldade maior é em matemática e física, — e ainda não houveram provas de matemática, glória —, somando com as questões que eu estudei e devo ter acertado, e se os meros chutes que dei nas outras questões estiverem certos, entrar nesse acampamento vai ser moleza.

Como tudo nesse colégio é rápido, na saída recebi minha prova e pude ver se meu pensamento estava certo.

E sim, eu agora surpreendendo a todos, tirei 9,5 em física!

— Mãe, nem te conto, tirei 9,5 em física. E vai ter um acampamento logo logo, tenho que ir. — Digo ainda sem vê-la, deixando a bolsa no chão e tirando meu tênis, sei que ela deve estar por aí porque nesse horário ela não trabalha.

— Que bom, Louise. Vem aqui na cozinha pra ver uma surpresa. — Diz com uma voz ansiosa.

Tomara que ela tenha feito a minha sobremesa favorita pudim, mas se for dinheiro eu também aceito.

Penso, abrindo um sorriso caminhando até a cozinha, quando vejo um homem sentado a mesa de costas para mim, seu cabelo era ralo, mas pintado de preto e vestia uma camisa branca, estranhei.

Ué, eu não aprontei nada, por que tem um cara aqui? Talvez seja o professor Thimote e ele veio aqui dizer que minhas notas em física nunca foram boas, e o único motivo para eu ter tirado nota boa seria que eu colei de alguém, e bastante.

Não pode ser, Thimote é calvo, e minha mãe falou comigo com entusiasmo misturado com ansiedade e agora está me encarando com espectativa.
Me aproximo com cuidado, lentamente.

Um pequeno fiapo de medo está me atravessando agora, e quando paro e vejo quem é, o fiapo se torna um manto inteiro, me cobrindo, meu sorriso desaparece instantaneamente.

James, meu pai.

Que agora é o único que me chama de Sabrina, não suporto que ninguém me chame por esse nome, tomei trauma pelo tom de ódio e repugnância que ele dizia "Sabrina" seguido por ameaças profundas demais para se dizer a uns criança, mesmo ela tenha feito algo minimamente errado que crianças daquela idade fazem, como mexer numa gaveta dele sem querer e encontrar a foto de uma mulher jovem loira.

Depois disso descobri que o nome "Sabrina" era o nome de uma amante dele, minha mãe nunca soube.

Laura investigando — mesmo criança a inteligência era bem apurada — e Gio que descobre, pega e troca informações direto por aí, foi fácil descobrir que a amante pediu como um gesto de amor por ela, sei lá que ele colocasse seu nome no meu, e ele o fez.

— Olá, Sabrina, quanto tempo não é, filhinha?! Conte mais sobre esse tal acampamento. — Diz me olhando com falso entusiasmo na voz.

— O que... Por que você voltou? — Balbucio e minha mãe suspira.

— Louise, é assim que se deve falar com seu pai que acabou de chegar e estava morrendo de saudades de ver a família? — Pergunta minha mãe com a mão na cintura e eu me seguro para não revirar os olhos.

Ah, não, esse pesadelo de novo?

— Ah Sabrininha, voltei porque me dei conta da falta que sinto de ter vocês duas por perto, a falta que faz está aqui, e ser parte desta linda família. Quero recomeçar com vocês e me tornar uma pessoa melhor. — Disse derramando outra baboseira que certamente mamãe irá acreditar plenamente e acolhe-lo aqui de braços abertos.

EU VOU SURT... Respira, mantenha a calma, Louise.

Okay. Mãe, depois trago o papel do acampamento pra você assinar. — Respondo caminhando até meu quarto.

— Não será bem assim, Sabrina. Não está me vendo aqui? Poderei também dizer se eu deixarei você ir ou não. — Alertou sem alterar o tom de voz.

— Pois eu já disse para todos que quem irá assinar será minha mãe, Rose. — Falo perspicaz, quando antes eu irrita-lo para ele sair do personagem de "calmo e mudado" melhor.

Assim mamãe irá ver logo que ele não mudou e enxota-lo pra fora daqui. Amém.

— Esqueceu que eu também posso dizer o que você vai ou não fazer? E só por essa sua provocaçãozinha você está proibida de ir para aquele acampamento, e tenho dito. — Ordena se levantando da cadeira.

Joguei tijolo na cruz e não estou sabendo?

— James, esse não é um bom jeito de começar a sua mudança para melhor, Louise só está estressada, ela não disse por querer. — Assegura minha mãe pegando no braço dele.

Ah, mas disse por querer sim.

Ele tem é que se mandar logo daqui, se não irá arruinar minha paz, começando me impedindo de ir ao acampamento.

— Começarei a mudar outras atitudes, meu bem. Mas ela continuará com seu castigo até deixar de ser rebelde e aprender a ser mais receptiva comigo. — Diz me fuzilando com o olhar sem que minha mãe veja — E terei tempo para fazê-la aprender.

Exibindo a cara mais calma que pude, fui até meu quarto e fechei a porta.

Sabrina você não pode virar as costas quando eu estiver falando sem que eu mande. Quer perder mais alguma coisa? — Vocifera ele e eu suspiro, escuto a voz da minha mãe baixinho e acho que ela está tentando acalma-lo.

Mais que piada.

— Ah Gio, você não poderia ter aí algum espacinho para eu ficar? Até na casinha do cachorro eu tô aceitando. — Digo a Giovanna na ligação, e escuto sua risada estranha do outro lado da linha.

***

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⏰ Última atualização: Jan 29, 2023 ⏰

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