Morra afogada!

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                Louise Marques

Na tarde do dia seguinte vesti meu biquíne vermelho, um short jeans e uma blusa de banda preta, amo ela, mas já estava ficando sem roupas limpas para usar por aqui.
... E inventei de querer aprender a surfar... Quem estava lá alegando saber surfar?

Jasper.

— Aqui a prancha, agora vamos até ali. — Disse carregando uma prancha média, azul com detalhes em dourado e apontou para um canto da praia um pouco perto das pessoas que estavam debaixo de seus guarda-sois conversando, e eu assenti seguindo-o.

— Por que a gente não está indo pro mar? — Indago confusa.

— Calma princesa, primeiro vou te ensinar a como se equilibrar na prancha, pra quando for pro mar não se fude. — Explica dando um risinho deitando a prancha na areia.

— Agora você treina o movimento pop-up, que é subir rápido na prancha, e depois você  tem que empurrá-la para baixo, apoiando as palmas das mãos na prancha na altura do peito e firmando os pés para conseguir subir. — Diz e eu obedeço ficando em cima da prancha e fazendo o que ele explicou.

— Mantenha as pernas flexionadas, no centro da prancha para não escorregar... A não ser que você queira que eu te segure, mas no mar vai ser meio difícil, viu. — Instruiu e eu tento ignorar seu comentário, focando no treinamento.

— Eita que Lou tá surfando muito, cuidado com aquela onda de areia vindo ali. — Ouço a voz  do Dylan e, quando olho para trás vejo ele sentado em uma espreguiçadeira branca debaixo de um guarda-sol com uma loira com cara de antipática no colo, Jasper o encara com desdém.

— Não se preocupa, se vier eu saio da frente e deixo ela te afogar. — Digo sarcástica e Jasper ri.

— Tomara que morra afogada quando for tentar surfar de verdade. — Dylan joga praga e a loira ri, beijando seu pescoço e eu desvio o olhar.

Respire fundo e não vá fazer coisas sem pensar, porque pode resultar em você ir parar na cadeia.

Avisei a mim mesma, e proponho ao Jasper nos afastarmos mais dali para não haver interrupções na aula.

— Está perfeita, agora vamos testar nas ondas. — Aconselha Jasper e eu nego com a cabeça.

— Eu não, tenho um pouco de medo que a praga que Dylan jogou funcione lá.

— Então você além de acreditar no que aquele idiota fala ainda é supersticiosa? — Pergunta cruzando os braços, descrendo.

— Prefiro a palavra cuidadosa.

— É só que daqui a pouco tenho outra coisa para fazer, tem certeza de que não quer que eu te ensine? — Pergunta levantando a prancha e eu balanço a cabeça.

— Bem, melhor ir. Vou encontrar minhas amigas agora. Obrigada pela aula — Agradeço e ele me olha pensativo — Amanhã você não vai poder dizer não as ondas, hein. — Ironiza pegando a prancha e eu sorri de lado quando ele foi embora.

Isso se você me encontrar.

O caminho mais rápido para ir a onde minhas amigas estavam conversando e comendo seria passar pelo guarda-sol do Dylan, então sem querer perder tempo desviando, segui por esse caminho mesmo.

— É um pouco desconcertante ver que você nem ousou pensar no que eu te disse sobre ele. — Revela Dylan enquanto passava por ele, e eu reviro os olhos me virando para ele e vendo que a loira já não está mais ali.

— Então você se atinge por pouco, bom saber. — Digo com um ar de riso, e ele se levanta da espreguiçadeira sem desviar o olhar.

— Está querendo me atingir, é? Então vai precisar fazer um pouco mais do que isso.

— Veremos.

— Pois eu ao contrário de você, consigo com facilidade te tirar dos eixos. — Provocou e eu levanto uma sobrancelha.

— Hoje não, estou na tranquilidade. Você não vai conseguir me afetar em nada. — Comento abrindo um sorriso presunçoso e ele me observa, o desafio cintilando no seu olhar.

— Veremos. — Repete se aproximando de mim e eu o encaro sem entender, e tudo acontece muito rapidamente: ele coloca uma mão em minha lombar e outra na parte de trás de meu joelho levantando-me e me colocando em seus ombros como se eu não pesasse nada, caminhando em direção ao mar.

— Nããoo, Dylan isso é trapaça. Eu não estava falando disso. — Grito batendo nas costas dele e ele gargalhou — Me solta, porra.

— Parece que a sua tranquilidade está acabando, hein — Retruca chegando bem perto do mar mesmo eu xingando-o e pedindo para me soltar.

Eu tentei ficar seria, mas não conseguia eu acabei gargalhando de raiva.

— Prontinho, como você pediu. — Diz calmo me jogando na água e eu tomei um susto, tentando não me afogar.

— Seu tirano! E agora que roupa eu vou usar? — Digo batendo na água, lhe lançando meu olhar de morte.

— Acho que um pano de chão serve. — Disse batendo as mãos, se satisfazendo com meu ódio.

— Desgraçado.

— Isso é para provar que eu consigo sim te afetar. — Cantarola sorrindo como um gato que acaba de comer um canário.

Pouco tempo depois...

Quando saí do elevador vejo Laura e Giovanna conversando sentadas numa espreguiçadeira perto da piscina bebericando sucos.

— Nossa, demorei tanto pra encontrar vocês que já estava achando que foram engolidas pela terra, ou foram sequestradas. Perai vocês não estão usando drog...
Quando ia terminar de falar eu não vi que aquilo era uma porta de vidro porque era muito transparente, e dei com tudo nela, literalmente eu dei de cabeça na porta. Tanto que eu fiquei tonta demais, cambaleando.

As pessoas que limpam essa porta trabalham bem mesmo.

— Ah não, mano. — Laura falou e começou a gargalhar igual o barulho do tênis quando se arrasta no chão, apertando a barriga.

A Gio não aguentou e começou a rir como uma hiena asmática, batendo no braço da cadeira.

Eu me sentei no chão e não consegui segurar a risada também.

Depois passou uma senhorinha de uns 75 anos, com uma outra senhora do lado que parecia ter a mesma idade, a velhinha me olhou preocupada e falou alguma coisa para a outra veia, fazendo ela me olhar preocupada também.

Elas devem estar achando que eu sou louca.

Eu não consegui me segurar com a cara que a veia e a outra estavam fazendo e gargalhei mais fazendo a Laura e a Gio gargalharem novamente feito loucas.

E ficamos lá rindo de mim e da cara que as senhorinhas fizeram por uns 3 minutos inteiros, e sempre que nossas risadas estavam diminuindo, alguma de nós três acrescentava algo mais engraçado e voltávamos a rir.

***

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Discórdia InflamávelOnde histórias criam vida. Descubra agora