IV - So, One Last Time I Need To Be The One Who Takes You Home.

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"Então, uma última vez
Eu preciso ser aquela que te leva para casa
Mais uma vez
Prometo que depois dessa, vou te deixar partir
Querido, eu não ligo se ela está em seu coração
Eu só me importo em acordar com você em meus braços
Uma última vez
Preciso ser aquela que te leva para casa"

- Vinte dois de Janeiro de 1957 -

°Marilyn Montaner Point Of View°•

Play: One Last Time - Ariana Grande.

Um silêncio estranho paira sobre nós.
Nada saia de nossas bocas, o único som que era escutado vinha de sua respiração, profunda e pesada, parecia cansado com algo, ou talvez nervoso.

- Sim... eu, ahm... - Um bufar é escutado do outro lado - Deus, eu queria ouvir sua voz...

Sua fala era enrolada, parecia difícil encadear um pensamento.

Não precisava de muita coisa para saber que ele estava bêbado, mas as sensações que sua revelação me deu eram fortes. Uma parte de meu corpo vibrava em felicidade e emoção, como se gritasse "ele quer te ouvir!".

Mas a outra parte era aterrorizante, fazendo questão de lembrar seus atos e as consequenciais que elas trouxeram.

- Fala alguma coisa! - Agora era alto, como um grito. Afasto o telefone de minha orelha, fazendo careta pois foi um som elevado não esperado.

- Ahm... alguma coisa...? - Uma risada preenche a linha. Meu senso de humor era ruim, mas pareceu minimamente entretivo para ele.

- Eu precisava falar com você.

- Querido? - Não era minha voz, era de outra mulher. Estava abafada e distante, porém era presente ali - Com quem está falando?

Tudo que tenho em resposta é o barulho do outro lado, informando que a ligação havia sido encerrada.

Provavelmente era Milena, ou seja, eles estava com ela, ou pelo menos em casa, o que me acalmou e tirou a hipótese dele estar em um lugar perigoso à essa hora da madrugada.

Entretanto, perguntas estavam em minha em minha mente.

Por que me ligou estando com ela?

Do que sentia falta?

Sobre o que queria falar?

...

O som infernal do despertador que ficava na pequena cômoda de cor neutra ao lado de Chris se faz presente por todo quarto, avisando que mais um dia tinha começado.

Seja quem for que tenha inventado essa máquina torturante, saiba que está amaldiçoado por mim.

Não me mexo, continuando quieta na cama enquanto escutava os movimentos do mais velho ao meu lado. Normalmente, me levantava junto com o mesmo, me preparando para mais um dia em minha vida, mas hoje era diferente. Tudo que eu queria era continuar em minha casa, debaixo das tantas cobertas, tentando fingir que não existia e descontando pensamentos em grandes doses de álcool e alguns cigarros. Contudo as férias haviam acabado.

Quando realmente peguei no sono, passavam das quatro horas, de acordo com o presente grego na cômoda de Chris.

Uma noite vaga, pensativa e torturante. Mente vazia é oficina do diabo e eu tinha certeza disso.

Caminhadas pela casa escura, bebidas, cigarros e até barbuturicos em pouca quantidade não foram suficientes para acalmar minha mente letal nessa madrugada. Ainda pensava sobre a ligação.

Don't Go! I Still Love You | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora