Don't Go! I Still Love You | H.S

II - I Still Feel Everything When You Are Near.

"Porque depois de todos esses anos
Eu continuo sentindo tudo quando você está por perto
E isso foi apenas um rápido olá
E você teve que ir
E provavelmente você nunca vai saber
Que você ainda é o único depois de todos esses anos"

- 21 de Janeiro, 1957; segunda-feira -

•°Marilyn Montaner Point Of View°•

Play: All These Years - Camila Cabello.

Eu nunca havia me preparado para um momento como esse.
Parecia tolo na visão de quem estava de fora, eu sei. Porém depois tantos anos ter Harry em minha frente era como se todos meus sonhos e pesadelos estivessem se concretizando, juntos e ao mesmo tempo.

Me permiti entrar em um mundo apenas meu, observando o rosto do mais velho em minha frente.

Seus cabelos não eram mais tão cacheados como antes. Os fios castanhos estavam alinhados em um penteado para o lado, aparentavam estar um pouco mais curtos. Tinha entradas maiores nas laterais, que aumentaram ao longo dos anos.
Suas sobrancelhas ainda mantinham sua posição perfeita, formando o lindo arco em seus olhos.
Falando neles, as orbes verdes não tinham mais brilho algum, eram opacas, não expressavam o mesmo sentimento de antes.
Não era como eu me lembrava.

Antes, a sensação era como voar por um lindo e calmo céu esverdeado, que me dava paz nos piores momentos, como um remédio calmamente, o qual eu era viciada. Porém hoje em dia, era como mergulhar em um oceano conturbado, onde você não sabia o que fazer e não havia ninguém para te salvar. Não traziam paz, não traziam nada. Nada além de nostalgia e um aperto estranho no peito.

Era um olhar intenso.

Entretanto, em seus lábios, um sorriso divertido mostrava seus dentes, que por algum motivo, eram extremamente fofos para mim. Assim como suas covinhas, onde uma parte estranha de mim queria tocar. Estava fazendo uma força mental gigantesca para não mover nenhum membro. Minhas pernas me fariam correr, meus braços o tocar.

Deveria estar estranho a cena que eu mesma nos coloquei. Os dois se olhando, como se soubessem todos os pecados que cometemos, toda nossa história escondida por panos vermelhos, como cortinas de um teatro.

As pessoas em volta não estavam entendendo nada e eu não poderia dar mais razão a isso.

Pareço acordar quando sua voz rouca se torna presente em meus ouvidos. Senti um arrepio estranho ao ouvi-lo dizer meu nome como ninguém.

Por Deus, parece que tudo estava voltando e me atingindo com uma força sobrenatural.

– Prazer, Srta. Montaner. Sou Harry Styles – Segura minha mão, a levando até seus lábios, deixando um beijo em meu dedo anelar, um pouco a baixo de onde estava minha aliança de ouro, que não era nem fina nem grossa demais.

Ele realmente iria fingir que nós não nos conhecemos?

O quão canalha ele estava sendo?

Entretanto, o mesmo pisca apenas um olho, como se falasse para que eu entrasse na cena que criou.

Pisco algumas vezes, tentando trazer minha alma de volta ao meu corpo cansado e ansioso, balançando a cabeça na tentativa — falha — de parar de relembrar nosso passado.

– O prazer é todo meu... – Me assunto com o tom de minha própria voz. Era baixo, hesitante. Se falasse mais alguma coisa, chegaria a falhar.