VII - I'm The Great Pretender.

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"Sim, eu sou o grande fingido
Rindo e alegre como um palhaço
Eu pareço ser o que não sou, veja você
Eu estou usando meu coração como uma coroa
Fingindo que você ainda está por perto

Tão real o sentimento da fantasia
Tão real quando eu sinto o que meu coração, não pode ocultar"

- 23 de Janeiro 1957
quarta-feira.

•°Harry Styles Point Of View°•

Play: The Great Pretender - The Platters.

O café com Marilyn me deixou realmente pensativo durante o resto daquela manhã fria e silenciosa.

A chuva não deixou de cair por um segundo, ficando mais forte a cada hora que passava.
Pelo rádio velho e degradado que ficava em cima da cômoda, isso começava a assustar o governo e autoridades, pois, além de ser algo estranho, era preocupante a força que tomava.

Estava no fundo do teatro desativado nos andares superiores do prédio, lendo meu texto sem realmente prestar atenção nele.
Em minha mão um cigarro pela metade. Sua fumaça corria pelo lugar ligeiramente escuro e mais frio que o comum. Trago mais uma vez, sentindo meu pulmão pedir mais uma vez por um socorro, que nunca era atendido.

Aqui era onde ficava os diretores e demais pessoas que trabalhavam na peça. Um tipo de mini camarim ficava no canto da sala, usado para as pessoas que precisassem ajeitar alguma coisa em seus cabelos, maquiagens e figurinos segundos antes de entrarem em cena.

Quando escuto vozes se aproximando, baixo o volume do rádio, arrumando minha postura na cadeira de estofado velho.

A música tocava em volume tão baixo que eu mal conseguia escutar, porém consegui identificar que era "The Great Pretender" de The Platters. Lançada ano passado, um sucesso tão grande que mesmo quase um ano depois ainda tinha imensa audiência nas rádios.

Podia combinar perfeitamente com meu estado atual.

Um grande fingidor.

Finjo que estou feliz sem realmente sentir essa sensação por um longo período se tempo. Era amedrontador pensar que meu primeiro sorriso sincero após meses foi nesta manhã com ela.

Vê-la dançar enquanto a chuva deixava seu cabelo molhado, deixando algumas gotas caírem quando ela balançava sua cabeça, era como viajar no tempo.

Me pego pensando na música que tocava em uma loja brasileira perto do estúdio, eu não sabia a tradução. Amava quando Marilyn falava português, entretanto entendia poucas coisas, coisas que ela havia ensinado. Então não fazia ideia do que a canção falava, era bonita, bonita como uma incógnita.

Pelas vozes um pouco a frente, eram Marilyn, Blue e, acredito eu, Zayn.

Blue era minha amiga a bons anos, sabia toda minha história com Marilyn e tudo que passei para chegar até aqui. Ela foi a pessoa que me fez parar de tentar falar com minha ex-esposa depois que alcançou a fama.

Eu tentei, realmente tentei. Queria saber porque tinha preferido Noah, talvez fosse por ainda não ter superado, mas queria ter uma satisfação, mesmo que não fosse sua obrigação me dar.

Era tudo tão turvo e incompleto. Não deveria ser falado por cartas e sim uma longa conversa cara a cara, sem bebidas, sem distrações.

Esqueça isso, Harry. Já faz tanto tempo...

Don't Go! I Still Love You | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora