V - You Treat Me Like A Stranger And That Feels So Rough.

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"Mas você não precisava me afastar
Fingir que nós nunca acontecemos e que não éramos nada
E eu nem sequer preciso do seu amor
Mas você me trata como um estranho e isso é tão doloroso
Não, você não precisava se rebaixar tanto
Mandar seus amigos buscar os seus discos e depois mudar o seu número
Eu acho que eu não preciso disso
Agora você é apenas alguém que eu costumava conhecer"

•°Harry Styles Point Of View°•


Play: Somebody That I Used To Know - Gotye ft. Kimbra.


Talvez eu estivesse sonhando, talvez todas aquelas drogas que nos davam para conseguir gravar por mais horas que o normal estivessem me fazendo ter alucinações, mas a cada passo que ela dava, eu tinha mais certeza que não era una visão e sim uma realidade, ela estava em minha frente, cada vez mais perto.

Pela forma que me encarou, sabia que também não estava nos seus planos me ver, e eu não a culpo, pois a última coisa no mundo que queria — pelo menos por agora — era ver minha ex esposa em minha frente.

Marilyn estava estática, parecia anialisar cada canto de meu rosto como fez a tantos anos atrás, quando éramos apenas crianças.
Nós mudamos muito desde a última vez que nos vimos, principalmente ela.

Olhando para sua face, percebi a forte quantidade de maquiagem, seu rosto estava diferente, parecia tentar esconder algo por baixo de tantas camadas de produtos. Os cabelos antes longos e castanhos agora eram curtos e platinado, como os das maiores bombshells do cinema, como Marilyn Monroe e Lana Turner.
Porém seus fios quase brancos me pareciam uma grande mistura de Jayne Mansfield, Anita Ekberg e Diana Dors.
As sobrancelhas estavam bem mais finas, porém com um castanho forte indicando a cor de seu cabelo natural, o qual eu era apaixonado, não posso negar.
Lábios carnudos, em um vermelho típico da época, dando total foco em sua boca, que era extremamente beijavel nesse momento.
Quantos pessoas não fariam tudo por isso?

Em uma análise em seus olhos, noto que não tinham brilho, aquele qual era reluzente, que tornava os olhos de Marilyn em algo único, que eu nunca vi igual. Agora eram opacos, ainda lembravam chocolate para mim.

Percebo que nos colocamos em uma situação confusa para quem visse de fora, já que olhávamos um ao outro como uma análise de tudo que já fizemos em um passado razoavelmente distante.

Algo fazia meu coração bater rapidamente, como se fosse sair pela boca ou explodir em meu peito. Não sei qual das duas opções iria acontecer, porém era quase uma certeza que de hoje eu não passaria.

Eram como se várias memórias e sentimentos tivessem sido abertas e espalhadas por minha cabeça, passando como um bom filme dos anos cinquenta.

Eu devia agir, mostrar a ela que não fiquei por baixo e que tudo que tinha lido em manchetes de jornais ou revistas sem conteúdo interessante e proativo eram pura verdade.

Ela me deixou e eu tive que aprender a lidar com isso. Contudo, não imaginei que vê-la depois de tanto tempo teria um efeito tão forte e preciso em mim. Acertou meu corpo como uma bala forte disparada por um atirador profissional.

Esquecer o passado ou insistir em algo que sei que não trará benefícios para nós dois, apenas consequências.

Teríamos que manter uma relação pelo menos amigável durante esses longos e malditos seis meses que ficarei ao seu lado, por isso, optei por fingir estar lidando bem com a situação, entretanto o órgão acelerado em meu peito insistia em mostrar o contrário.

Don't Go! I Still Love You | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora