IX - If I Was A Man.

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"Eu estou tão cansada de correr o mais rápido que consigo
Imaginando se eu chegaria lá mais rápido se eu fosse um homem
E estou tão cansada deles vindo atrás de mim de novo
Porque se eu fosse um homem, então eu seria o cara
Eu seria o cara
Eu seria o cara"

•°Marilyn Montaner Point Of View°•

Play: The Man - Taylor Swift.

Estava totalmente aérea a qualquer acionamento existente em minha volta, que não fosse, obviamente, minha filha. Mas no fundo, meu pressentimento não era dos piores, mas não tinha profundidade suficiente como o dessa tarde, que foi constatado como verídico. E isso me deixou apenas mais inquieta e pensativa. Em minha mente, a sensação estava voltando, e não era tão ruim, visto que teria notícias de Giovanna.

Christopher me abraçava de forma apertada, demasiado que me fazia questionar se não iria acabar sendo esmagada por tamanho aperto. Seus músculos tensionados, olhos perdidos apenas pensando no que podia ter acontecido e qual seria o resultado final de algo que devia ter sido apenas uma brincadeira, como tantas outras.

Não gostava de demonstrar sentimentos, sendo sempre fechado e duro feito uma rocha típica em volta do oceano, a água batia por ali, mas não fazia estrago, pois o material era resistente.

Sua roupa exalava cigarros e um perfume feminino, que, em outras ocasiões, me faria suspeitar que algo estava acontecendo por baixo de meu nariz, mas era o assunto que menos me importava.

Ele murmurava "vai ficar tudo bem" repetitivas vezes, e, por mais que eu tentasse acreditar, não conseguia sentir firmeza em suas palavras. Ele tinha medo, e nessa situação pude ver que realmente tinha Giovanna como uma filha, e de certa forma isso aqueceu meu coração. Ele a aceitou e a colocou em um alto patamar em sua vida, e ver que minha filha era amada me deixava contente.

A porta da sala de espera se abre, mostrando um homem vestindo um jaleco branco e uma prancheta de madeira nas mãos. Parou ao lado de Harry e Milena, aliás, apenas percebi a presença da mulher nesse momento. Dei de ombros, andando até o profissional. Tinha perguntado ao meu ex-esposo se era pai de minha filha, e seria até cômico, se ele realmente não fosse.

- Eu sou o pai de Giovanna Montaner Baldwin - Christopher se pronuncia, andando em passos rápidos até o mais velho, que pediu perdão pelo erro. Fiquei entre Chris e Harry, olhando atentamente para o médico.

Estava prestes a ter um ataque de nervos se ele não abrisse aquela boca praticamente sem lábios, que eram finos como papel, para dizer algo sobre o quadro de Giovanna.

- Bem, a criança está estável. Os exames não apontaram nenhum dano cerebral ou qualquer coisa semelhante. Giovanna precisa apenas descansar. Passará a noite aqui, para observarmos se irá melhorar ou piorar. Mas estamos confiantes em seu quadro. Tudo ficará bem.

Solto uma respiração longa em alívio, sentindo meu rosto abrir um sorriso de orelha a orelha. A ansiedade e angústia se dispersam em meu peito, dando espaço para uma felicidade genuína e sensação de esperança, um sentindo bom de que o pior havia passado, e agora apenas tínhamos que recolher algumas pequenas sujeiras que caíram pelo local.

Foi apenas um susto - meu subconsciente tranquiliza. Mais um suspiro sai de minha boca, um feliz, aliviado e com vontade de ver minha filha o quanto antes.

- Podemos vê-la? - Pergunto.

- Podem. Não façam barulho, ela está dormindo e, como disse, precisa descansar - Assenti.

Don't Go! I Still Love You | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora