Arizona
Duas coisas que eu odeio mais que tudo no mundo: a primeira é ser contrariada e a segunda é essa maldita cidade chamada Portland. Eu não nasci para morar em cidade pequena, muito menos nessa onde nasci e morei até meus onze anos. Sim, morei nesse buraco até minha pré-adolescência, mas graças ao incrível trabalho de meu pai nos mudamos para Nova York e tenho morado lá desde então.
Quando meu pai cismou de fazer a reforma na única escola daquela cidade pensei que ele estava querendo apenas fazer caridade, mas quando praticamente ME OBRIGOU a vir para esse fim de mundo, fazer o projeto e acompanhar ATÉ O FINAL eu tive a plena certeza que papai tinha enlouquecido e pra piorar minha mãe enlouqueceu junto quando apoiou toda aquela insanidade. É, claro que meus pais já deixaram de mandar em mim tem muito tempo, sou crescida, vacinada e casada, mas meu pai nunca havia gritado comigo da maneira que gritou.
"– VOCÊ VAI FAZER O QUE EU ESTOU MANDANDO, ARIZONA ROBBINS!"
Não era do gênio do papai gritar com as filhas e nunca nem tinha feito isso, então não tive outra alternativa a não ser fazer exatamente aquilo que me fora dito. Contei à Owen, meu marido, que passaria um tempo em Portland e para o meu infeliz azar ele resolveu tirar férias do consultório onde trabalha e me acompanhar. Eu deveria estar feliz por viajar ao lado do meu marido, mas sentimento sempre foi algo que nunca existiu entre nós. No começo até teve algum tipo de química e essas coisas, por isso acabamos nos envolvendo mais sério e pelo dito "comodismo" acabei casada com ele. Não reclamo, minha vida é estável e muito bem vista aos olhos de terceiros, milhares de mulheres matariam para estar no meu lugar.
Meu pai decidiu que eu ficaria com a antiga casa dele, uma mansão na Rua Muffin. Eu não queria de maneira alguma me mudar, mesmo que fosse temporariamente, para aquela cidade e queria menos ainda trabalhar naquele maldito projeto. Não por ser de graça, já que era uma doação da família Robbins, mas porque... bom, eu não sei, só não me agrada nem um pouco.
Agora, voltando àquela lista do começo, pensando melhor, há mais uma coisa que eu odeio mais que tudo no mundo: ser desafiada. E fui desafiada exatamente no MESMO DIA em que cheguei à esse inferno de lugar. Aquela morena prepotente acha que é quem pra me desafiar daquela maneira? Eu queria esganar ela com toda minha força, mas infelizmente homicídio ainda é crime. E pra piorar a situação ainda me chutou de sua casa a qual FUI CONVIDADA a entrar por sua própria filha.
É claro que eu não sabia que aquela garotinha adorável era filha daquela insuportável e se eu soubesse jamais teria aceitado seu convite para entrar em sua casa e "conhecer sua mãe". Não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei aquilo, parecia até que eu estava em busca de algum tipo de amizade naquela cidade.
– Por que está com essa cara, Arizona? – Owen me perguntou quando entrei no quarto que iríamos dividir pelas próximas semanas.
– Porque eu não tenho outra pra trocar e por no lugar dessa. – Pergunta estúpida, resposta estúpida. Meu marido apenas revirou os olhos, completamente acostumado com minhas grosserias. Puxei o lençol que estava sobre a cama e me ajeitei embaixo dele.
– Estava fazendo o que lá fora?
– Contando quantas estrelas tem no céu. – Fechei os olhos, esperando que ele entendesse que eu não estava afim de conversar, mas ele não tem esse desconfiômetro.
– Porque você é sempre tão distante, Arizona? – Uma noite de sono, era só isso que eu pedia! Bufei irritada e bati a mão no colchão, virando meu corpo para ele. – É sério, você não me dá atenção, você é sempre grossa e fria comigo. Poxa, eu te dou tudo.
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Fio Vermelho - [CALZONA]
FanfictionJá ouvi falar de amor à primeira vista, mas ódio à primeira vista realmente existe? Para Callie Torres existe sim e ela leva isso muito à sério, principalmente quando seu caminho cruza com a arrogante e mandona Arizona Robbins. Mas é como dizem: ent...