Cap. 24 - Sonhos

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  Maratona: 2/3   
        
                 Josh Beauchamp
De primeira não acreditei na cena a minha frente, Any chorava, lágrimas escorriam de seu rosto e eu sorri como nunca fiz nesses dois meses, em reciprocidade e sem a minha permissão algumas lágrimas passam a rolar do meu rosto também. Minha Elly está voltando.

Nunca fui um homem qual chorava com facilidade, mas ando mais emotivo e sensível sem ela ao meu lado. Tudo é motivo de choro, nem eu estou aguentando-me mais.

Sofya passou a vir aqui todos os dias, enquanto a pequena apenas a observa acariciando seus cabelos encaracolados, converso com Any a maior parte, as vezes imagino o seu sorriso e o seu revirar de olhos quando falo algo que a irrita.

Noah: Acho que a Any não aguenta mais ouvir a sua voz. – Diz derrepente assustando-me.

- É, mas ela vai ter que me aturar muito ainda. – Digo rindo e Noah acompanha.

Noah: Ouviu Any? Ele está praticamente te forçando a acordar, eu apoio caso você acorde batendo nele. – Diz e gargalho de sua fala.

Noah: Não acha que está preocupado demais? A Any é forte, vai sair dessa, tenta espairecer um pouco a sua mente, não faz bem ficar aqui o dia inteiro.

- Eu sei... Mas eu quero estar aqui quando ela acordar. – Digo e meu irmão suspira.

Noah apenas assente e deixa-me a sós com Any no quarto novamente.

                   Any Gabrielly
Meu corpo já está perfeitamente bem, qual seria o motivo de eu não conseguir acordar? Será que eu preciso arranjar um jeito de acordar eu mesma? Como?

Perguntas sem respostas prontas rondavam em minha cabeça como um ciclo. Irritando-me, não sei responder nem ao menos uma.

Peguei no sono com esses pensamentos e pela primeira vez em dois meses tive um sonho de verdade.

Estou em um quarto, qual eu lembro bem. Sinto o cheiro de bolo de laranja invadir as minhas narinas. Levanto da cama sorridente, é tão bom voltar para o meu quarto, minha casa. Sinto tanto a falta deles.

Caminho até a cozinha onde o cheiro está ainda mais forte.

acordou querida? – Fico extasiada encarando a figura loira a minha frente.

- Mãe? M-mamãe? – Corro até o seu encontro a abraçando, tentando guardar cada segundo comigo.

- Você precisa voltar cachinhos. ‐ Ela diz de forma terna acariciando meu rosto.

‐ Eu não consigo. – Digo entre as lágrimas.

- Any, tem algo lhe prendendo, te impedindo de sair. Me diz qual a sua dúvida meu amor? Por que tem tanto medo de acordar?

- Eu quero voltar, eu quero muito...

- Mas tem algo te impedindo, certo?

- Eu encontrei alguém mamãe, eu quero voltar por ele, mas eu também quero ir com você, quero ficar com você e com o papai. – Em resposta minha mãe apenas sorriu.

‐ Não é a sua hora de ir ainda pretinha, você tem toda uma vida a sua frente, um amor, sua irmã precisa de você, volte Any. - Fico pensativa por alguns instantes.

- Mamãe, como está o papai? - Questiono, ignorando a sua fala.

- Acorde Any. - Eu preciso dela, não posso acordar.

- Não foi um acidente né? - Questiono e posso ver a expressão triste tomar conta de seu rosto; seu sorriso não existia mais.

- Filha, acorde. - Ela parece triste, mas diz como se eu tivesse de fazer isso rápido.

- Eu não quero. - Digo minimamente irritada pela sua insistência.

- ACORDA! - Assusto-me com o seu grito e fecho os olhos com força. Nunca foi do feitio de minha mãe gritar comigo.

Forço meus olhos para abrí-los, eles estão pesados. Por conta da claridade os fecho novamente tentando acostumar-me com tanta luz. 

Estou desconfortável, a cama qual estou deitada incomoda as minhas costas, que doem ao me movimentar brevemente. Ao finalmente abrir meus olhos, observo o cenário a minha volta confusa. Não sei onde estou.

Tento levantar, mas parece que meus músculos da perna estão tensionados, meu corpo inteiro dói.

Com muito custo conseguir sentar na desconfortável cama que está com sangue. Deixando-me ainda mais confusa, se possível.

Fiquei tão preocupada em entender onde estou, que não percebi o par de olhos azuis encarando-me assustados.

Eu consegui.

Fui abraçada com urgência, enquanto minha mente ainda está lenta, tentando raciocinar o que acabou de acontecer.

Ignoro a dor que senti pelo seu aperto e acaricio seus fios lisos, que passam entre meus dedos gentilmente.

- Josh... ‐ É a única coisa que falo.

Ele sorri assim que separa-se do abraço. Seu nariz está vermelho e sua pele molhada. Suas mãos grandes envolvem o meu rosto. Depois de tanto tempo desacordada imagino que eu esteja em uma situação deplorável; mas ele sorri como se eu fosse a joia mais linda do mundo.

[...]

Josh: Any, que cara é essa? Está tudo bem mesmo? Eu posso pegar uma bolsa de gelo para as suas costas, imagino que estejam doídas, não? Ou então eu posso conseguir algum remédio para dor caso precise e sabe...

- Eu já falei que está tudo bem. - O interrompo com um sorriso, que parece enfim contentá-lo.

Por alguns minutos.

Josh insiste em perguntar sobre como estou me sentindo a cada trinta minutos.

Sina: Any não está te aguentando mais. - Diz rindo e eu acompanho, Joshua me encara emburrado. Paro de rir e repreendo Sina que ignora-me totalmente.

Joalin: Saia Joshua - Joalin o empurra para fora do quarto novamente e eu a agradeço mentalmente por isso.

Sua preocupação exagerada estava começando a me irritar.

Eu o entendo totalmente, mas as vezes é preciso um pouco de espaço.

A porta é aberta e logo uma figura pequena adentra o quarto sorridente, Sofy aproxima-se de mim e coloca uma pequena flor roxa atrás de minha orelha.

- Sabe que eu conseguia ouvir tudinho que você cantarolava para mim? ‐ Ela ri e suas bochechas ficam avermelhadas.

A abraço, não conseguindo aguentar toda a sua fofura.

Sofya: Senti a sua falta. - Sorri.

- Eu também.

Joalin junta-se ao abraço, enquanto Sina observa sorrindo.

Como pude pensar em deixá-las?

[...]

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Notas finais
Sei que estou atrasada, aconteceu alguns imprevistos e não consegui postar domingo, vou tentar postar o próximo amanhã.

Finalmente a Any acordou 🙏 Será que a princesa e o príncipe finalmente vão ter paz?

A Princesa que não tinha reino| Beauany fanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora