Cap. 30 - Fantasmas do passado

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Josh Beauchamp
A luz que sobressaía da brexinha da janela do meu quarto foi o suficiente para que eu despertasse do meu sono.

Ando indisposto a alguns dias, se passaram anos e mesmo assim, toda vez eu fico dessa forma. Não consigo comer, muito menos ter vontade de fazer algo na semana do meu aniversário, levantar da cama é uma tarefa difícil, meu corpo está sempre pesado. De fato é algo sentimental, ficar doente necessariamente todo ano a seis anos, na mesma semana, já não é algo em que os médicos possam resolver com algum remédio.

De longe posso ver o esforço dos meus irmãos, para de alguma forma, fazer desse dia algo especial, mas nada conseguirá encobrir todos os sentimentos, pensamentos, memórias, que essa data trágica trás.

Faço um esforço descomunal para levantar da cama, faz alguns dias que estou planejando fazer algo hoje, nem que seja, sair com a minha família tentar algo novo para aliviar um pouco a minha mente, mas até mesmo para isso, é difícil.

Escuto o ranger da porta, estou virado de costas, mas sei exatamente quem pode ser.

Noah: Bom dia! - O tom animado de Noah me faz revirar os olhos. - Já passam das dez, não acha que já está na hora de levantar?

- Eu estou bem aqui.

Noah: Josh...

- Noah, por favor... Eu vou levantar, só preciso de alguns instantes, acha que pode esperar? - Suspiro.

Noah: Claro... - Um suspiro por sua parte.

Logo posso ouvir seus passos se distanciarem e a porta se fechar novamente.

Alguns minutos, talvez mais do que eu imagino se passaram. Um toque na porta me faz despertar de talvez um transe, ou de uma distração com um ponto aleatório na parede.

- Entre. - Minha voz não sai mais baixa que um sussurro.

Logo posso sentir a aproximação de alguém que instintivamente me abraça por trás. Seu cheiro é inconfundível, fico embriagado, sentindo o calor de seu corpo com o meu.

Any: Como está se sentindo? Está quente. - Diz a minha noiva com um toque em minha testa.

- Eu estou bem, não se preocupe. - Sorri.

Any: Quer descansar mais um pouco? - Questiona. - Está envelhecendo, é normal esse cansaço todo... - Ela brinca e solta um risada logo em seguida provavelmente com a careta que fiz assim que ela me chamou de velho, acabo contagiado pela sua risada gostosa.

- Meu corpo dói. -Forço um gemido. - Aqui dói... - Mostro meu braço. - E aqui.. - Minha perna. - Ri enquanto a abraço apertado, forçando que a mesma deite comigo na cama.

Any: E o que meu príncipe quer fazer hoje? - Dou o meu melhor sorriso a ela.

– Ainda estou pensando, mas jantar fora seria ótimo, não acha? - Tento ao máximo demonstrar excitação ao falar.

Any: Seria. - Ela levanta uma de suas sobrancelhas. ‐ Tem certeza que está tudo bem Josh?

– Tenho. - Any se deita sobre mim olhando nos fundos dos meus olhos.

Any: Nós podíamos fazer uma comemoração por aqui mesmo, assim poupará nosso tempo e será algo mais familiarizado. - Ela muda completamente de idéia. – O que acha amor?

De repente um sentimento se felicidade invade o meu peito, refletindo em meu sorriso.

– O que disse? - Questiono sem acreditar.

Any: Que podíamos prontificar de fazer algo por aqui mesmo e...

– Não, depois.

Any pensa por alguns instantes e volta me olhar com um sorriso divertido no rosto.

A Princesa que não tinha reino| Beauany fanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora