Prólogo

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Scotth Neville

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Scotth Neville

Meu celular apitou informando que eu tinha recebido uma nova mensagem. Franzi a testa estranhando ver o nome de uma clínica, conhecida na tela.

Abri a mensagem e o pequeno texto dizia:

"Boa tarde senhor Neville. O Dr Sanders Pediu que o senhor ligasse diretamente em seu número o mais rápido possível, pois tem um assunto urgente a tratar com o senhor"

Estranhei mais ainda esse pedido com urgência. Pedi licença pras pessoas quais estava acompanhado, e me dirigi para fora da sala, já discando o número de um velho amigo.

- Denner Recebi um recado da sua secretária pedindo que eu te ligasse, aconteceu alguma coisa? - Esperei que ele respondesse, e após um longo suspiro do outro lado da linha, obtive o retorno.

- Aconteceu Scotth mas não posso lhe falar por telefone, tem que ser pessoalmente e o mais rápido possível, pode vir até meu escritório agora? É sério precisa ver com seus próprios olhos.

Sem pensar em nada, logo lhe respondi:

- Mas é claro já estou a caminho, em pouco tempo estarei ai. - Encerro a chamada.

Do lado de fora do prédio, o motorista me aguardava com a porta traseira já aberta, me acomodei e coloquei o cinto de segurança, dando a ele o endereço de para onde deveriamos ir.

O dia havia começado normalmente, e o tom de voz do Denner me deixou alarmado e muito preocupado, não imagino o porquê de tamanho desepero, mas sei que se trata de algo grave.

O carro parou em frente ao estabelecimento particular, passei pelas portas de vidro indo direto no balcão, onde o amigo da familia já me aguardava.

- O que houve? Você estava irreconhecível pelo celular. - Perguntei um pouco alterado.

- Por favor, me acompanhe Scotth.

Passamos por um corredor com 3 portas e entramos na última, em uma sala de arquivos com prateleiras grandes cheias de fitas cassetes com nomes de pessoas nelas.

- O que estamos fazendo aqui? - Perguntei sem entender a necessidade da minha presença naquela sala.

Ele estava de costas para mim, e vasculhava uma das prateleiras, quando se virou segurava uma fita sem identificação nas mãos.

- Sente-se Scotth, vai precisar estar sentado para assistir isso. - Apontou para o sofá de frente a tela de televisão.

Não o questionei mais, pois sabia que não ia me responder, apenas me acomodei no acento, e esperei ele colocar o que quer que fosse para rodar.

Deu play no video, e se encostou na parede com as mãos na frente do corpo.

O filme já começava com uma pessoa, que nunca imeginei ver naquela situação, e senti um arrepio na mesma hora que analisei seu rosto.

Seus olhos estão inchados, irritados e vermelhos assim como seu nariz de tanto chorar, seus cabelos longos um pouco bagunçados como se ela tivesse feito algo de propósito do tipo puxa-los, seu nariz fungava o tempo todo como se ela tivesse usado cocaína a manhã inteira, e sua voz saia cortada por conta dos soluços que rompiam sua garganta.

Ela estava sentada de frente para a câmera, e no canto do visor dava para ver um médico, com os dedos cruzados em cima da perna dobrada, sua atenção era somente dela que estava de cabeça baixa, encarava o chão, e alisava os próprios braços em um ato nervoso.

Quando começou a falar, parecia estar com uma séria gripe, pois puxava o ar com muita dificuldade.

Ao som das primeiras palavras, minha audição estava mais aguçada do que nunca. O primeiro nome que ouvi foi o do seu finado marido, logo após o meu.

Assisti ao seus relatos detalhados com tamanha dor no peito, que me fazia sentir falta de ar.

Senti uma lágrima silenciosa escorrer pela minha bochecha, não imaginava que ela passava por isso sozinha, e me partiu em mil pedaços, quando a vi perder o controle e desabar no choro.

Como pude ser tão egoísta, a ponto de enxergar apenas o que eu queria?

Minha menina estava ali precisando de mim o tempo todo, e eu pensando que estava tudo bem só porque a via sorrir.

Meu Deus, o que foi que eu fiz? que tipo de ser humano eu havia me tornado?

Cacos De Vidro - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora