Estranhamente Normal!

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Diandra Lawrence.

Permaneci de cabeça baixa, com vergonha do que Scotth poderia ver se me olhasse nos olhos.

O que eu poderia falar, se não havia justificativa para o que eu fiz?

Tudo o que eu mais queria naquele momento era deixar esse mundo cruel, me livrar dessa maldita dor que sinto na alma, e acabar de vez com tudo de ruim que sinto em relação a mim mesma.

Eu só queria um pouco de paz!

Queria ter controle sobre meus pensamentos, sobre as vozes que fazem minha cabeça latejar, e que me mandam para um buraco negro sem saída.

Scotth saiu daqui tão arrasado quanto eu estou agora, tão perdido quanto eu sou, tão destruído assim como eu.

Talvez eu deveria avisa-lo como sou instável mentalmente, como meus medos tem controle sobre mim.

Olho para o relógio.

Deveria dizer a ele para fugir enquanto há tempo, para desistir dessa maluquice de casamento, e que procurasse alguém melhor do que eu.

Qualquer uma é melhor do que eu!

Cinco minutos depois que ele passa pela porta, ela se abre novamente, e permaneço na mesma posição em qual estava, sem me atrever a levantar a cabeça, com vergonha demais até para olhar para os lados.

- Dim? - A voz baixa de Jhoy, me faz querer chorar. Movo apenas os olhos vendo que as duas estão aqui.

Lindsey, se senta na minha frente e fecho os olhos, seus braços me envolvem de um jeito tão confortável que não seguro mais as lágrimas e pela primeira vez em muito tempo, eu deixo que essa pressão sobre mim saia devagar em forma de soluços que tremem meu corpo inteiro.

- Está tudo bem Dim, estamos aqui com você. - Ela acaricia repetidamente minha cabeça, como se eu fosse uma criança, como se eu voltasse a ser aquela criança antes de tudo.

- Scotth, ele...ele... - Tento assim que recupero o fôlego.

- Ele não vai desistir de você, não importa o que ele precise fazer para isso. - Suspiro sem saber se estou feliz ou com medo disso.

- Ninguém aqui vai desistir de você, Dim. - A voz de Mex vem da porta, me fazendo virar a cabeça, para ver ele e Luke vindo na minha direção.

Luke beija minha cabeça, e Mex me abraça.

- Somos uma família, sua família. - Não perguntei mais nada, apenas me deixei aquecer pelo momento, sem me auto condenar por ter demonstrado fraqueza na frente de outra pessoa.

°°°°

Cinco dias se passaram, arrastando-se em lentos minutos torturantes, na mesma rotina.

A cada dia uma equipe de médicos, que fazem as mesmas perguntas, e pedem os mesmos exames e me enchem de mais perguntas.

Na televisão não havia nada bom o suficiente que prendesse minha atenção, eu só conseguia pensar nos últimos acontecimentos, e que não vi Scotth desde então.

No celular nenhuma mensagem ou ligação dele, absolutamente nada, o que faz de mim a mesma menina tola e sem importância de quando ele foi embora sem nem olhar para trás.

As meninas até tentam me distrair, mas é como um buraco negro que suga todas as minhas chances de algum ânimo.

Bufo alto, jogando a cabeça para trás quando a mesma enfermeira antipática entrar.

- Quero ir para casa, vou acabar enlouquecendo aqui e sendo mandada para o manicômio. - Ela me olha de soslaio, e dá meio sorriso.

Já deve ser acostumada a ver os pacientes surtando.

Cacos De Vidro - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora