Eu quase a perdi!

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Quero voltar para as luzes da cidade
Os sons do trânsito podem ser minha canção de ninar
Me leve de volta, me leve para casa

Quero voltar a ter minha pele beijada pelo Sol
Juro que, dessa vez, vou deixar você entrar
Só me leve de volta, me leve para casa

Não estou apaixonada por você, mas poderia estar
Se você quer que eu fique, não irei embora
Se você, se você precisa que eu vá, eu vou orgulhosamente!
(Kristen Marie)

Scotth Neville

Preso em reuniões o dia todo, eu mal pude ver a Dim hoje.

Entrei no carro e liguei o rádio, uma tempestade estava a caminho, e aquilo me fez pegar a estrada direto para casa dela, pois Dim tem medo de fortes chuvas.

Estava começando a pingar quando parei em frente a casa, e andei apressadamente até a porta que para minha surpresa estava entre aberta com as luzes todas apagadas.

- Dim? - Chamei ao entrar, e não escutei um unico barulho se quer.

Subi para o andar de cima achando que ela poderia ter pegado no sono, e no fundo eu realmente esperava isso pois assim ela não veria a chuva, mas eu ficaria aqui com ela de qualquer forma.

Nada além dos meus próprios passos podia ser ouvido, abri a porta do quarto dela, mas ela não estava lá.

Caminhei até o meu, a chamei, e também não a encontrei.

Meu peito se apertou, sai a procurando por todos os cômodos e me senti aflito quando vi que ela não estava em lugar nenhum.

Voltei para o seu quarto, liguei para o seu celular e ao longe ouvi ele tocar, quando olhei para o travesseiro lá estava ele.

- Porra. - Vociferei, o aperto no peito aumentando.

Desci correndo para o carro, Diandra nunca saia sem o celular.

Peguei a estrada para o centro, imaginando que talvez ela tenha ido em algum lugar comprar alguma coisa, as ruas já estavam vazias, e no exato momento em que passava pela ponte e estava prestes a discar o número das meninas, eu vi algo que fez meu corpo inteiro gelar, e meu pé pisar nos freios com força.

Meus olhos se arregalaram com a visão de Dim, na beirada da ponte olhando fixamente para o rio, ela não havia me visto, e apertei o volante indeciso se deveria sair do carro ou não.

Todos os meus raciocínios sumiram com aquela cena, Dim se inclinou para frente e meu corpo apenas agil, desci do carro e comecei a caminhar até ela.

Como se sentisse minha presença, seu rosto se virou e nossos olhos se cruzaram.

Suas bochechas e nariz estavam vermelhos, e Diandra estava abertamente chorando, eu nunca tinha visto ela assim, nem nada comparado a isso.

Ela estava aberta como um livro, sem escudos, sem muros, totalmente tranparente e vulnerável.

Seus olhos mostravam-me medo, arrependimento, e algo mais sombrio, algo mais profundo que não consegui identificar.

Ela estava usando um vestido claro longo, e seus cabelos ruivos estavam soltos e uma completa bagunça na frente do seu rosto por conta do vento.

Ali ela parecia mais quebrada do que nunca, não havia brilho, não havia cor, não havia nada, e ver aquilo doeu em mim.

Será que a culpa é minha? Será que eu a empurrei tanto que chegou a isso?

Cacos De Vidro - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora