001 | escola pogue

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pov kiara !

Bip, bip, bip.

Acordei com o despertador tocando de maneira irritante. Minha cabeça doía e meus olhos estavam fechados enquanto eu tateava minha mesinha - que fica do lado da minha cama - a fim de encontrar o maldito aparelho.

- Que merda! - Xinguei, abrindo os olhos.

Um fio de luz do sol passava entre a cortina da janela, o dia parecia estar bonito. Talvez, depois da porra da aula, eu possa ir até a praia surfar um pouco.

- Kiara, levanta logo - Minha mãe abriu a porta do quarto de maneira nada sutil. sempre tão delicada - Não vai se atrasar logo no seu primeiro dia de aula!

- Tá bom, mãe - Respondi, sonolenta. sentei-me na cama questionando a minha existência.

A vida não nenhum sentido, tipo, dois idiotas transaram sem camisinha e agora eu tenho que ir para a escola e conviver em sociedade? Tipo, que?

Decidi levantar de uma vez por todas. não sou o tipo de pessoa que fica adiando as coisas, mesmo que seja um saco. Se preciso sair da minha confortável cama para me arrumar e ir sofrer, digo, estudar, melhor fazer logo, nada de ficar adiando o invevitável.

Depois de tomar um banho, que confesso que foi bem corrido e rápido, e fazer tudo que tinha que fazer no banheiro; ajeitei meu cabelo e coloquei um cropped de estampa floral (que parecia uma camisa social), calça jeans e um tênis verde. Coloquei meus acessórios de sempre e peguei minha mochila.

Não estou receiosa em começar o semestre em uma nova escola, o problema é a escola que vou.

Para quem não sabe, Outer Banks é uma ilha maravilhosa, com as melhores ondas do mundo, mas os habitantes daqui não são muito unidos. na verdade, a ilha é dividida entre pogues e kooks. Os pogues são os pobres da ilha, a galera que normalmente arruma problema e faz coisas erradas, fora da lei. enquanto os kooks são a galera rica.

E eu sou uma kook.

Mas vou para uma escola de pogues.

O motivo? Bem, eu acabei sendo "convidada a me retirar" da escola por ter sido pega fumando maconha na sala de aula. Em minha defesa, o dia estava sendo realmente estressante e a maconha nem era minha, era de Topper, um amigo meu da escola. Ele pediu para que eu cuidasse da droga para ele pelo resto do dia, mas, como eu estava precisando demais ficar chapada, fui ao banheiro fumar. Quando notei, a Diretora estava olhando para mim, chocada.

Como o meu comportamento na escola não era nada exemplar, e ela já tinha uma implicância absurda comigo, então, ela ficara louca de alegria ao presenciar a minha pequena cena no banheiro. Aquela mulher é uma vaca.

Enfim, como não tem outra escola na ilha, a minha única opção foi ir para a escola pogue. Ótimo. Uhul.

Estou me preparando para ser detestada por todos pelo simples fato de ser uma kook.

Desci as escadas rapidamente.

- Finalmente - Disse a minha mãe, sem paciência.

- Bom dia para você também, mãe - Disse para ela, já me deparando com seu incrível humor.

Eu e minha mãe nunca nos demos muito bem, mas desde o início dessa semana, quando eu fui expulsa da escola, a situação piorou mil vezes mais. No dia, ela me xingou de todos os nomes e pregou tudo o que eu já tinha feito de errado que manchou o nome da família Carrera e nos trouxera vergonha. Enfim, essa é a minha mãe.

- Bom dia - Respondeu, ríspida, dando os ombros.

- Bom dia, pai - Deu um beijo em sua bochecha. ele estava fazendo panquecas.

- Bom dia! Preparada para o primeiro dia? - Respondeu sorrindo.

- Preparadissíma - Sorri.

- Só espero que você não bata na cara de nenhuma coordenadora. Só isso que eu espero - Minha mãe disse, debochando, porém irritada.

- Eu já disse que foi sem querer! meu deus, vai ficar falando disso para sempre? - Retruquei com raiva, pegando uma banana. não ia dar tempo de tomar café com eles.

- Eu só queria saber como isso foi acontecer. Tudo por causa que você não aceitou tiraram algumas lixeiras coloridas? Pelo amor de deus! - Falou sem paciência.

- Você é... - Eu ia falar mais alguma coisa quando meu pai colocou a mão no ombro da minha mãe e me interrompeu, dizendo:

- Já chega, não é? Não adianta ficar discutindo pelo o que já aconteceu. - Minha mãe respirou fundo. Dava para perceber por sua postura que queria dizer muito mais, provavelmente ficar esfregando por mais três horas o quão imatura e esquisita e impulsiva eu sou. - Agora, Kiara, já está na hora. melhor você ir. Quer que eu te leve?

- Não precisa, pai. Vou de bike - falei, sem olhar para a minha mãe, ainda com taiva, comendo a fruta e jogando a casca no lixo. - Tchauz para vocês! - Me despedi, com a boca cheia, correndo pelo corredor até sair de casa.

Subi na bike e comecei a pedalar.

(...)

A escola era normal e nem demorou muito tempo para chegar lá. Quando parei a bike e coloquei ela num local seguro, o sinal tocou.

As pessoas nem me encararam tanto assim, na verdade, nem estavam prestando atenção em mim. Isso foi um alívio ou decepcionante? Nem eu sei.

Talvez eles nem tivessem consciência de que eu era kook. O único pogue que eu já havia conversado era com um tal de john b. Ele trabalhava para o pai da minha melhor amiga, Sarah, então ele estava sempre cuidando do barco da família dela daí eu acabava conversando brevemente com ele algumas vezes.

Eu não era tão popular quanto sarah, ela era conhecida como a princesa kook.

Passei pela secretaria, onde me deram meus horários.

Respirei fundo ao parar na frente da sala A201.

Quando entrei na sala minha sala, todo mundo já estava em sala, conversando, rindo, jogando bola de papel... Daí se deram conta de mim e todos pararam, olhando para mim chocados.

Ok, eles sabem quem eu sou.

Me sentindo como se eu estivesse nua, procurei um lugar vazio para me sentar e, quando avistei uma cadeira vazia do outro lado da sala, quase corri para sentar nela.

Tinha gente que sussurrava, fofocando. outros, olhavam para mim como se para ver se eu era real. Deu uma leve vontade de morrer, mas eu mantive a minha postura.

O dia será longo.

𝐓𝐑𝐔𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄, jiara.Onde histórias criam vida. Descubra agora