Capítulo 8

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Bruno

- Eu não tô acreditando que ela disse isso, Bruno. - Lucão riu incrédulo enquanto estávamos chegando para o treino.

- Sério! Eu precisei do dia inteiro ontem pra processar o que tinha acontecido. - eu ri

- Tá e vocês se falaram depois disso? - ele me olhou sério.

- Pior que não... Fiquei sem coragem de chamar ela. - eu disse sem graça caminhando até o vestiário.

- Porra, Bruno! Faz nove anos que essa é a tua vontade e simplesmente quando acontece tu fica "sem coragem"? - ele vinha andando atrás de mim e ria da situação.

- Hoje ela vai fazer avaliação na gente, já estou me preparando psicologicamente pra ter que falar com ela. - eu disse rindo de nervoso.

- Deixa de ser bundão, Bruno! Uma hora vocês vão ter que se falar fora daqui. - Lucão riu me deu um tapa no braço.

- Eu tenho medo de ela achar que eu estou grudento, sabe? - eu disse sério sentando em um dos bancos do vestiário.

- A Camila sempre foi muito sincera, Bruno e tu sabe bem disso. Ela quis ficar contigo também e eu tenho certeza que se alguma coisa tivesse incomodando ela, tu ia ser o primeiro a saber. - ele disse pegando o uniforme e entrando no chuveiro, me deixando sozinho pensando.

(...)

Já tínhamos treinado quase toda a manhã, quando Renan nos chegou avisando que iríamos ter que passar na sala de Camila para consultar.

Lucão tirava sarro da minha cara, porque eu estava evitando ao máximo entrar lá. Estava deixando todo mundo passar na frente, até que sobrou só eu.

- Pode entrar! - Camila gritou do outro lado enquanto eu batia na porta.

- Oi... - eu disse entrando e fechando a porta atrás de mim.

- Achei que tu nem tinha vindo hoje. - ela sorriu tímida pra mim.

- Demorei, né? - eu falo e Camila ri concordando com a cabeça.

- Vem senta aqui, Bruno. - ela aponta para a cadeira em sua frente.

- Precisa de todo esse profissionalismo justo comigo? - eu disse rindo e sentando.

- Aqui eu sou obrigada a ter. - ela se ajeitou na cadeira e me olhou sorrindo. - Primeiro que eu preciso melhorar os resultados de todos vocês e e segundo... A não ser alguns dos meninos, ninguém mais sabe que nós somos ex namorados. - ela disse sem graça voltando seus olhos para o computador.

- Isso iria atrapalhar tudo né? - eu olhava pensativo para ela.

- Talvez... Não sei se o pessoal da confederação iria ver isso com bons olhos, sabe. É complicado. - ela dizia enquanto digitava algo.

- Claro, eu te entendo. - abaixei os olhos e ela foi logo trocando de assunto.

- Então, eu andei olhando os teus exames e vi uma leve alteração. Mas nada que uma dieta bem feita não resolva, tá? É coisa de diminuir a cerveja e tudo já volta ao normal.- ela dizia me olhando e rindo.

- Tirar minha cerveja é castigo, Camila. Faço tudo o que tu quiser, mas não me proíbe de beber. - eu ri implorando e segurei as mãos dela que estavam sobre a mesa.

Sina | Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora