♧ QUE LUGAR É ESSE? ♧

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Violet

Meus sentidos despertam aos poucos. Sinto o corpo adormecido, mas minha audição está boa e o que estou ouvindo são gritos de socorro.
Depois de algumas tentativas consegui me erguer e eis que percebo estar num lugar diferente e cheio de mulheres, muitas delas estavam na festa.
As lembranças vieram bruscamente à minha mente.
Olho meu relógio para ver quanto tempo se passou, mas o maldito está parado. Que maravilha!

-Alicia?- grito.

Medo instalando-se até em meus ossos.
Caminho aos tropeços olhando para cada garota ali.
Minha irmã estava num canto, inconsciente.

-Acorde! Por favor! - imploro.

Dou umas sacodidas nela, que desperta aos poucos.

-Que lugar é esse?

- Não faço idéia!

-Estou com medo, Violet!

-Acalme-se! Eu vou cuidar de você!

Algumas mulheres choravam em desespero.
Virei-me para a que está próximo à porta.

-Alguem sabe onde estamos?

Ela meneia um não com a cabeça, parece em estado de choque.
A garota ao seu lado é quem responde.

-Acho que fomos pegas por mafiosos ou contrabandistas.  Vão nos vender como escravas...

-Sério que você acredita nisso? - A interrompo vendo o quanto minha irmã começa a soluçar.

A abraço forte e tento reconfortá-la quando eu mesma estou aterrorizada.
Descobrir que havia mulheres de outras nacionalidades, só me fez ter a certeza de que a coisa era mais grave do que a garota de micro vestido vermelho imaginava; não acreditei em mafiosos ou contrabandistas nem por um minuto.  De onde eles tirariam aquelas armas sofisticadas?
Estava mais para coisa do governo ou, em último caso, abdução alienígena. Nem queria pensar nisso.
E sim, eu acreditava em vida extraterrestre.  Só não esperava e nem estava preparada para um contato imediato.  Nem ferrando.

Vou para a porta e me junto com as outras no pedido de socorro; sem sucesso. Passamos horas pedindo por ajuda, até cansarmos.
Depois de algum tempo, sentíamos fome e sede.

- Que experiência bizarra é essa? Vão nos matar de inanição?- minha mana começa a reclamar, até porque ali tem fome.

Pode chover canivetes, mas a fome dela não é afetada. Jesus é mais.
Não é como se eu também não estivesse com fome, porém duvidava que descesse algo pela garganta que não fosse água.
Olho para as outras garotas e algumas estão sentadas recostadas na parede do que eu juraria ser uma masmorra. Apesar que estava tudo muito limpo e havia um jarro com flores exóticas que nunca vi na vida, numa mesa ou bancada. Sei lá! Não entendi para que isso.
A iluminação que tem ali entra através de umas frestas muito alto e pelo cheiro que a brisa traz, aposto que estamos próximo do mar ou algo do tipo.

Ouço choramingos e por mais que isso me irrite, não posso culpá-las.
Afago os cabelos de Alícia.
Nesse momento, ouvimos a porta ranger.
Homens de postura militar adentram o recinto.
Homens de estatura alta, pele super clara, quase albinos, semblantes sérios. A julgar pela situação, eu diria que eram belos exemplares masculinos.
Mas não agora, ainda mais com a perspectiva de sermos estupradas por aquele bando de brutamontes.

Minha irmã se encolhe ainda mais em meu colo. Encaramos os seis grandalhões e para minha surpresa, eles estendem uma das mãos em direção a algumas garotas e elas simplesmente se levantam, param de chorar e os seguem para fora da prisão.

ABDUZIDA ♧ Contos alienígenas ♧ Onde histórias criam vida. Descubra agora