Lady in The Wall ~Tokyo Revengers~

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Assim que sinto que ele teve minimamente o que mereceu eu solto o cano ao lado do corpo do menino desacordado e caio de joelhos. Caralho isso cansou, respiro fundo e fecho meus olhos por alguns segundos recuperando um pouco da minha energia e levanto novamente. Olho para as pessoas brigando lá embaixo e vejo Draken colocando Baji dentro da ambulância. Começo a descer os carros e quando estou no final vejo Mikey batendo em Kazutora com toda sua força e o de cabelos bicolores nem reagia já aceitando seu fadado destino. Assim que pulo para o chão eu vejo os Haitani descendo dos carros e vindo até mim.

-Mikey. - Digo alto parando perto dele que me olha com seu rosto ensanguentado misturando seu próprio sangue com o de Kazutora. -Deixa que eu termino isso.

Ele apenas dá de ombros e sai de cima do menino que me olhava assustado. Mikey sabia que eu daria conta. Fico de joelhos ao seu lado e aproximo meu rosto do seu.

-Não parece mais tão engraçado não é Kazu. - Digo com um sorriso cínico em meu rosto. Subo em cima dele e dou um beijo em sua boca sentindo o gosto metálico do seu sangue. - Aproveitar enquanto você ainda é minimamente bonito e reconhecível. Porque depois disso nem sua mãe vai reconhecer sua cara. - Digo antes de começar a socar seu rosto com todas as minhas forças. Ouço as pessoas se afastando e em um momento em específico sinto alguém tentar me tirar de cima do menino praticamente desacordado no chão. Olho para trás e vejo que Ran havia me levantado e ainda me segurava.

-Me solta Ran, ele merece o que aconteceu com ele. Ran caralho me solta. - Grito desesperada para acabar finalmente com a raça da pessoa que colocou meu tudo a perder.

-Say, Say, não eu não vou te soltar você vai acabar matando ele.

-Essa é a porra do objetivo, filho da puta. - Digo usando minha força para segurar seus braços e o jogar por cima de mim e eu acabo indo junto. Ele me solta quando toma o impacto e eu me solto de uma vez o mais rápido que posso e volto a bater em Kazutora que havia acordado um pouco. Vi minhas mãos causarem cada vez maiores cortes na face do menino e sinto que ele estava quase apagando eu ouço uma voz conhecida me chamar.

-Sayu, Sayu. - Olho para trás e vejo Baji saindo da ambulância correndo com a mão em seu ferimento vindo até mim. Vejo Draken que estava ao lado da ambulância com Mahina correr atrás de Baji. Fico estagnada com a cena e ver ele correndo daquele jeito mesmo estando gravemente ferido e chego a conclusão que não deveria ter virado quando sinto com um tranco Kazutora me jogar no chão e ficar em cima de mim com a faca ensanguentada que ele usara para esfaquear Baji em minha garganta. Junto meu olhar com seus olhos amarelos desesperados que logo se viram para Baji que havia chegado perto de nós.

-Kazu você não quer fazer isso. Ela não tem nada a ver com isso. - Diz ele se ajoelhando perto de nós mais a um ponto em que ele não pudesse ser machucado.

-CLARO QUE TEM. - Diz ele com seu olhar maníaco gritando para Keisuke, a cada movimento que ele fazia sentia a faca mexendo próxima a minha garganta. - Eu tinha saído, eu queria voltar a ficar com vocês, eu sentia falta de vocês, eu precisava de vocês. Mais eu chego no seu apartamento te procurando e vejo ela lá, comendo do seu sorvete favorito no sofá e assistindo meu filme favorito com seu moletom. Ela simplesmente tomou o meu lugar.

-Kazu você é um dos fundadores da Toman, sem você isso não teria sido possível. Pare com isso, podemos voltar a ser como antes andar de moto até a praia tomar banho com as gatas, colocar fogo em carros à meia-noite. Você não vai fazer isso porque se não nunca terá isso tudo de novo. - Diz Baji se aproximando de nós.

-Kei me ajuda. - Digo baixo mal sentindo que conseguiria levantar.

-CALA A BOCA. - Diz o menino em cima de mim. -É TUDO CULPA SUA. - Grita ele bem perto do meu rosto.

-Não, é sua. - Digo com minha respiração mais fraca do que gostaria. - Você matou o Shinichiro-san porque você está fora de controle. Acha mesma que tentando me matar vai conseguir seu lugar de volta? Faça. - Digo. - A bem mais de uma pessoa que não te conhece e que não se importa com quem você é aqui que estaria disposto e iria te matar se você me matasse. Ou, você pode ficar conosco, aceitar minha presença e que eles me amam e se contentar com isso. O que vai escolher? - Digo com meu último fio de voz antes de perder minha consciência.

[...]

Mahina Saito Kawata

Fico olhando de longe, pensando no que aconteceria. Sabia que Kazutora não mataria Sayuri, ele tem consciência de que nem Baji, nem Draken, nem Smiley, nem Angry ou os Haitani deixariam barato para ele. Say diz algo para o de cabelos bicolores e a vejo desmaiar pelo aperto que o peso de Kazutora fazia sobre seu corpo, ela mal conseguia respirar. Vejo dos olhos amarelados de gato de Hanemiya descerem lágrimas e ele solta a faca rapidamente ao seu lado e olha assustado para a menina embaixo de seu corpo e saí dali correndo. Vejo Baji cair ao lado de Sayu e ele segurar a mão dela como conforto. Vejo Draken chegando lá e pegando Kei em seus braços novamente. Mais teimoso que ele só a Sayuri. Vejo Rindou pegar a de cabelos cinzas em seus braços e sabia que ela ficaria bem. Os Haitani podem não ser as pessoas mais amorosas ou responsáveis, mas sei que se importam com ela e que cuidarão dela. Ouço outra ambulância chegando e vejo Ran ajudar seu irmão mais novo a colocar Say em cima da maca. Olho para Draken que estava ajudando a acalmar Baji e o loiro me olha, desvia seu olhar para a ambulância na outra saída e volta seus olhos para mim confirmando que deveria ir. Saio correndo até a ambulância onde Say iria ser levada e agradeço os Haitani.

-Não tem de que, a Celeste foi muito importante para nós, ela nos ajudou quando nem ela conseguia se sustentar direito, tava na hora de devolvermos minimamente a ajuda imensa que ela nos deu. - Diz Ran sorrindo e os dois saem andando com as mãos nos bolsos, sobem em sua moto e vão embora. Subo na ambulância e antes de fecharem as portas me perguntam:

-Parentesco? - Penso um pouco e respondo.

-Irmã, ela é minha irmã. - O enfermeiro sorri levemente antes de fechar a porta e conectar os fios aos braços de Say. -Vai ficar tudo bem meu amor, te prometo. - Digo enquanto faço carinho em seu cabelo.