Lady in The Wall ~Tokyo Revengers~

I Trust You

-Baji...

-O que foi Anjo? - Pergunta ele fazendo carinho em minha cabeça enquanto assistiamos um filme na TV da sua sala.

-Eu preciso te contar uma coisa pra você que já aconteceu faz uns dias. - Digo conectando seus olhos com os meus. - Queria esperar um pouco porque tenho certa consciência de que sua reação não vai ser das melhores assim como a dos outros.

-O que foi Say, o que aconteceu? - Diz ele sentando direito no sofá sentindo que era algo mais sério que eu iria te dizer.

-Para te dizer antes que você pergunte Mitsuya, os gêmeos e a Mahi sabem. - Ele acena que sim com a cabeça e eu respiro fundo antes de continuar. - Quero que você relaxe e quero deixar claro que esperei tanto tempo porque não queria interromper sua recuperação.

-Sayu, você tá me assustando desse jeito. O que poderia ser tão ruim que eu teria uma reação tão ruim quanto essa? - Pergunta ele perdido e preocupado com o que eu teria a lhe dizer.

-Os quatro que sabem disseram que vão quebrar a pessoa na porrada. E não acho que sua reação vai ser muito melhor. Bom vamos dizer antes que eu desista. - Digo respirando mais uma vez. A reação dele não vai ser nem um pouco boa. - Meu pai me ligou no dia antes da luta, quando eu estava na casa do Taka-chan. - Seus olhos se arregalam e sinto ele ficar tenso ao meu lado.

-O que ele disse? - Perguntou ele com a voz baixa e percebo que seus dentes rangiam.

-Ele me ligou perguntando se eu lembrava dele e me ligou mais algumas vezes depois e Mahina e Angry atenderam dizendo que ele gostaria de me ver e conversar comigo.

-E você vai? - Pergunta ele me questionando.

-Eu pensei em ir para ver o que ele tem a diz-

-Ele te abandonou Say. - Diz ele me cortando, quase gritando. - Ele ficou 13 anos sem falar com você ou se importar em como você tava. E agora quando você está andando com a gente e está quase no seu aniversário de 17 anos ele vem falar com você.

-Baji... - Digo com lágrimas nos olhos.

-Meu amor eu sei que dói mais eu apenas quero te proteger e sei que ele não tem boas intenções com você. - Diz ele me puxando para seus braços. O abraço e ele faz carinho em meu cabelo tentando me acalmar. Sinto suas mãos tremerem e sei que ele não gosta de me ver assim e que ele está puto com o homem que se chamou de meu pai por mais que nunca tenha sido. No fundo do meu coração eu sei que Baji está certo. Os Keisuke são uma família respeitada e foi um choque para todos quando eu fui apresentada como namorada dele. Meu "pai" não quer realmente saber de mim e da minha vida e como eu estou. Mas eu não quero acreditar nisso até ele dizer isso na minha cara. Quando ele sente que eu me acalmo ele me puxa para seu colo me deixando como se eu fosse uma criança. Ele tira uma mexa do meu cabelo que estava colada no meu rosto por causa do choro e a coloca atrás da minha orelha.

-O que você vai fazer meu anjo? - Pergunta ele. - Você sabe que eu não acho uma boa ideia, mas eu confio em você e se você quiser ir falar com ele eu vou te apoiar e vou estar aqui caso algo dê errado.

-Obrigada Kei. - Digo encostando minha cabeça em seu peito. - Eu te amo muito.

-Também te amo meu anjo. - Diz ele dando um beijo em minha testa.

[...]

-Say. Ei meu bem. - Abro meus olhos e sorrio quando vejo o moreno tentando me acordar. - Tem reunião da Toman, precisamos ir. - Aceno que sim com a cabeça e levanto devagar de seu colo tropeçando um pouco por causa do sono e o ouvindo rir de mim. Entro no quarto de Keisuke e pego uma calça de moletom com dragões e um top preto com uma blusa xadrez por cima e coloco meu Vans em meus pés. Passo meu perfume de baunilha e volto para a sala onde Baji tinha pegado seu corta vento e colocado seu tênis nos pés.

-Vamos? - Pergunta ele pegando a chave da moto e da porta sem olhar para mim.

-Vamos. - Respondo entrelaçando nossos dedos e destrancando a porta com a chave. Começamos a descer as escadas e quando chegamos nos últimos degraus viro para ele com um sorrisinho.

-Posso dirigir? - Pergunto com um olhar pidão.

-Deus você vai causar minha ruína. Pode meu amor. - Diz ele me entregando a chave com uma expressão nem um pouco interessante. Subo na moto e a ligo rapidamente. Ele reluta um pouco mas acaba subindo na garupa. Ele segura em minha cintura e sinto um arrepio. Baixo a embreagem e acelero o máximo que posso e sinto ele tenso atrás de mim. Rio de sua reação e acelero mais quando entramos na rodovia o fazendo apertar minha cintura mais firme.

-Você não disse que confiava em mim?

-Eu confio em você, mas não pilotando uma moto. - Diz ele um pouco desesperado.

-Tenha mais fé na sua namorada Keisuke. - Digo brincando. - Enquanto eu não causar um acidente tá tudo certo.

-Acho que sim. - Diz ele não mudando seu jeito tenso. Balanço a cabeça desacreditada e aproveito o resto da viagem que logo acaba. Pilotar sempre me relaxa. Desço da moto e Baji praticamente cai da moto me fazendo rir de sua expressão. Estendo a mão para ele que a pega e eu o ajudo a levantar.

-Baixou a pressão meu amor? - Pergunto em seu ouvido com um sorriso em meu rosto. Ele não responde nada mais entrelaça nossos dedos e começamos a passar pelas pessoas. Chegamos lá na frente e abraço Mahi, Chifuyu e os gêmeos vendo Mikey e Draken entrarem. Eles chegam nas escadas e Mikey chama Kisaki que vai até lá e noto o estrago que fiz em seu rosto. Realmente nem a mãe dele deve o ter reconhecido.

-Tetta Kisaki a partir de hoje você não é mais o capitão da terceira divisão e está banido por ter sido responsável pelo ataque ao Kenzinho o Takemitchy e Baji pelas mãos de Kazutora.

-Mas - Diz ele. - Eu não fiz na-

-Vá embora agora. - Diz Draken apontando para a saída do tempo. Se fudeu filha da puta. Ele levanta a cabeça e sai andando dali e vejo seus punhos cerrados. Sinto que isso ainda não acabou. -Já que o capitão foi dispensado iremos fazer a nomeação do capitão e vice da terceira divisão. - Fala o loiro mais alto.

-Mais de novo. - Digo baixo.

-Pois é. - Diz Mahi prestando atenção nos loiros no topo da escada.

-Dessa nem eu tava sabendo. - Disse Smiley.

-Ninguém tava. - Diz Baji passando o braço por meus ombros.

-Faremos isso diferente do normal. As pessoas nomeadas não sabem disso e vão ser convidadas a ser capitães.

-Convidamos Mahina Saito Kawata a ser Capitã da Terceira Divisão sendo a primeira capitã mulher da Tokyo Manji Gang. - Olho para ela que estava com sua normal falta de expressão enquanto nós cinco estávamos de boca aberta. Ela sobe as escadas e fica ao lado de Mikey.

-Eu aceito. - Ela faz uma reverência. -Obrigada senhor, é uma honra. - Mikey sorri e o baixinho a puxa para um abraço que a mesma corresponde.

-Eu estou orgulhoso de você Mahi, você merece.

-E a pessoa que convidamos como Vice-Capitã da Terceira Divisão da Tokyo Manji é Sayuri Eiko. - Baji me abraça de lado e olha pra mim.

-Parabéns princesa. - Diz ele sorrindo. Sorrio de volta e subo as escadas ficando ao lado de Mikey. Me abaixo e quando junto nossos olhos eu digo, sorrindo.

-Eu aceito. Muito obrigada pela oportunidade, vou dar o meu melhor. - Mikey me abraça e quando me solta diz.

-Você surpreendeu a todos nós. Não deixe disso. - Diz ele sorrindo para mim. Junto a minha mão com a de Mahina e olho para as cerca de 150 pessoas naquele lugar.

-Capitãs da Terceira Divisão, Mahina Kawata e Sayuri Eiko. - Diz Draken sorrindo discretamente para nós. - Dispensados. - Termina ele. Descemos a escada e corro para os braços de Baji.

-Você merece para caralho meu amor, você me salvou. - Diz ele me abraçando. Ele me da um beijo e fala. - Agora vamos comemorar.