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Ashley

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Ashley

Não vou mentir, Cooper tentou falar comigo inúmeras vezes essa semana, e eu o ignorei todas as vezes. Não é que estou com medo ou insegura do que pode acontecer, mas... não, é exatamente isso. Estou com medo e insegura do que pode acontecer, não quero saber o que vai acontecer agora porque estou com completamente aterrorizada do que ele pode me dizer, e não acho que estou pronta para ouvir isso.

Eu provavelmente estou sendo muito estúpida e insensível por estar fazendo isso, até porque ele não bateu no Josh quando eu pedi e me protegeu, mas sempre que penso nele tenho a impressão de que vou chorar, então como vou conseguir falar algo sem me despedaçar por completo? E pelo tempo que estamos sem falar um com o outro, talvez ele já tenha entendido o recado, mas não sei se eu aceito as minhas próprias palavras ou intenções. Ou pelo menos não quero aceitar.

Não sei direito porque estou fazendo isso, já que seria muito mais fácil falar com ele e acabar as coisas por completo. Sei que muitas pessoas já saíram machucadas dessa história, mas se eu falar com ele, sei que nada vai estar acabado, e sei que vou acabar o beijando e acabar fazendo algumas outras coisas que não era para eu fazer, então talvez seja bom eu adiar isso por enquanto.

A aula está quase no fim. Eu e Cooper dividimos essa aula, a aula de literatura, mas ele faltou hoje. Talvez ele também tenha começado a me ignorar depois de tanto tempo, ou talvez ele só esteja me dando espaço, o que eu acho que seja a alternativa menos provável, mas ainda não sei o certo.

Quando quase todos os alunos saem da sala, eu me aproximo do professor Wilson sem muita confiança e tomo coragem para falar com ele sobre o que já deveria ter sido discutido semanas atrás

-Professor?- Chamo.

Não sei porque eu estou com tanto medo, sei que ele não vai fazer nada mais do que responder a minha pergunta, mas é essa reposta que eu temo. Mas aparentemente eu estou com medo das respostas de todas as perguntas ultimamente.

Ele olha para mim, ainda arrumando os papéis sobre sua mesa. -Sim?- Pergunta ele.

-Eu queria falar com o senhor sobre aquele trabalho que o senhor passou há algumas semanas atrás.

Ele para de arrumar os papéis e presta atenção em mim, e pelo seu rosto, já posso dizer que não é coisa boa.

Se ele não deixar eu apresentar esse trabalho, a minha nota do ano inteiro vai ser completamente destruída. Bom... talvez eu esteja sendo um pouco dramática sobre isso, mas ainda sim, não quero ter meu boletim estragado por um trabalho não entregue. Essa é uma das minhas matérias favoritas, sinto que devo a ela, devo a este professor maravilhoso, não quero decepcionar tantas pessoas ao mesmo tempo como estou fazendo.

-Do que você está falando?- Pergunta ele com o olhar confuso.

Ok, ele nem sabe do que estou falando, talvez eu tenha confundido sua expressão de confuso com a de irritado, e isso faz eu me perguntar quantas vezes eu confundi as expressões de outras pessoas, já que é assim que eu estou acostumada a levar a vida, por meras expressões faciais que já me contam tudo. Pelo menos contavam. Mas ultimamente as pessoas andam confusas demais. Ou talvez seja eu.

Diga meu nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora