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Ashley

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Ashley

Fiquei o resto do final de semana inteiro sem ver Cooper. Meus pais me prenderam em casa durante o final de semana inteiro, com 100% de vigilância para que eu não o veja, e eu nem entendi direito o porquê de isso tudo estar acontecendo. Algo que aconteceu tão de repente.

Entendo que meus pais e o pai do Cooper provavelmente vão demorar no mínimo alguns meses até voltarem a se olharem na cara novamente, porque pelo que Cooper me disse por mensagem, — quando meu celular ainda não tinha sido confiscado — o Sr. Noriega está guardando quilos e quilos de mágoas e arrependimento por ter feito o contrato, e Cooper diz que ele está colocando a culpa inteira nos meus pais, mas sei que eles não são os culpados. Contratos dão errado direto, relações dão errados toda hora, não importa se são profissionais ou pessoais. Tudo pode dar errado em alguma hora, mas a agonia e a mágoa de saber que eles levaram o que deu errado com eles até nós, apenas cresce dentro de mim.

Como eles poderiam fazer isso? Como poderiam nos afastar com argumentos tão inválidos assim? Isso pode parecer o justo ou o certo a se fazer para eles, para não chega nem perto disso.

Na segunda feira, recebo inúmeras ordens sobre horário e sobre quem devo conversar, como: volte cedo pra casa, logo depois da escola, não vá atrás dele, a não ser que seja para dizer que tudo acabou entre vocês, não insista, você sabe que isso não vai acabar bem, estamos fazendo o que é melhor pra você, sabe disso, não queremos que sofra no futuro, as vezes a dor pode ser evitada.

E mais outras palavras e regras que se repetiram constantemente neste final de semana. Mas é claro que não vou seguir essas regras inúteis que eles impõem para mim. A regra que sei que devo respeitar — para as coisas não ficarem mil vezes piores do que já estão agora — é o horário, mas as outras são apenas inúteis, sei que essas palavras não servem para mim, não quando tenho tanta certeza do que quero, que no momento é a única coisa de que tenho certeza. Eu e Cooper.

Meu pai me deixa na escola, com medo que eu vá para outro lugar ao invés de ir para lá, mas a escola atualmente é o único lugar que poderei ver Cooper, e não faço ideia do que iremos fazer sobre isso.

O silêncio no carro se estendeu durante o caminho todo. Estou furiosa com eles por me obrigarem a fazer essas coisas que apenas me deixam mais infeliz, então não me importo em ficar sem falar com eles por até mesmo semanas. Não enquanto eles continuarem me tratando como uma prisioneira.

Logo depois que saio do carro, com frieza, entro no colégio e encontro o corredor lotado, como sempre.

Procuro Cooper pelo andar inteiro, mas não consigo encontrá-lo. O que eu mais quero agora é conversar com ele. Quero beija-lo e abraçá-lo e ouvir dos seus ouvidos que ele tem um plano, ou que, com o tempo, tudo vai ficar bem, mas ele não está aqui.

-Oi- diz Loren, aparecendo de surpresa na minha frente

-Olá- retribuo, a dando um abraço. -Como foi o final de semana?

Diga meu nomeOnde histórias criam vida. Descubra agora