Capítulo 4

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Madeleine

O homem era incrível e a única coisa que eu conseguia dizer para ele era obrigada" como se essa fosse a única palavra em meu vocabulário.

Estava começando a me comportar como uma típica adolescente, coisa que eu nunca fui.

Bufando, caminhei pelo apartamento decidindo explorar o lugar para enterrar de vez a vergonha alheia de mim mesma que começava a me dominar.

A casa era tipicamente masculina, havia um futon enorme no lugar do sofá, um videogame de última geração e tons de paredes escuras. Com minha lanterna, fui até o quarto, era simples, sem muitos móveis ou decoração, havia uma cômoda, uma TV na parede e uma cama enorme de casal que parecia muito confortável. Mesmo para um homem, estava tudo bem arrumado, a cama estava feita, os lençóis estavam cheirosos e não havia roupas jogadas pelos cantos.

Eu fui até seu closet e peguei uma de suas camisas sociais de botões, tinha o cheiro dele, tipicamente masculino e inebriante.

Algo em mim se acendeu, aquele homem maravilhoso se preocupava comigo. Fiquei como uma boba agarrada a camisa dele. Procurei por fotos, me sentindo uma meliante por fuçar nas coisas dele e depois de não encontrar nada muito pessoal, desisti, estava cansada, ainda assustada um pouco com tudo que havia acontecido, ouvia as sirenes das ambulâncias se afastarem à medida que o tempo passava.

Decidi me deitar na cama dele, coloquei um pijama quentinho e me enrolei nas cobertas dele, o cheiro dele ali não era muito forte, mas conseguia sentir o perfume da loção pós barba, a eletricidade ainda não havia retornado e não tinha encontrado meu celular, mas trouxera comigo o meu Kindle para me manter entretida caso não conseguisse pegar no sono.

Estava começando mais uma leitura quando o aparelho de telefone ao lado da cama tocou, o susto que levei não foi páreo para minha indecisão entre atender ou não a ligação. Olhei o relógio de cabeceira, eram quase uma da manhã, quem deveria estar ligando?

A insistência do toque do telefone foi tanta, que resolvi atender.

— Olá. — Sussurrei nervosa.

— Maddie, sou eu.

— Ohh — falei surpresa, todo meu corpo relaxou ao ouvir a voz dele — Damien, tudo bem?

— Sim, querida, só queria ter certeza de que você está bem.

Não pude conter morder os lábios em resposta a preocupação dele.

— Estou sim, Damien, estou deitada na sua cama agora, estava lendo algo antes de dormir.

— Que ótimo, fique à vontade, tenha uma boa noite, durma bem.

— Fique bem também, Damien, cuidado no serviço.

— Eu sempre tomo cuidado, menina. Até mais, Madeleine. — Se despediu.

O som do fim da ligação me colocou fora de ar, parecia que ele estava se embrenhando em minha mente. Não poderia me apegar tanto, estava na cara que ele apenas se preocupava muito comigo, o trabalho dele era se preocupar com as pessoas, nada mais que isso.

Tentando não pensar muito que essa era a primeira vez que eu tinha contato com um homem de verdade e a primeira vez que me interessava por alguém, rolei na cama. Eu não tive muitas experiências com paixões adolescentes e romances no banheiro da escola, ao contrário, eu sempre fui a garota dos livros, sexualmente desperta desde muito cedo, culpa de meus romances eróticos, dedicava meu tempo a pensar em homens feitos, fortes e protetores, nãos os meninos idiotas da minha escola.

Dona do Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora