𝑑𝑒𝑢𝑥

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Na manhã seguinte, Ji-ae acordou cedo e continuou com a sua jornada por entregar currículos e realizar entrevistas curtas. 

— "Mas você é mestiça?" — "Tem certeza de que nasceu na Coreia?

Perguntas deste estilo fizeram parte de seus dois dias cheios, ela já estava ficando farta daquilo e esperava o estopim para apenas fazer as malas e cair fora dali.




[•••] — Olhe, gostei bastante do seu perfil. Mas como a cafeteria está abrindo agora, o seu salário pode começar um pouco baixo, mas prometemos compensar! 


A garota finalmente tinha encontrado uma luz no fim do túnel; e a gerente também, pois poucas pessoas estavam se voluntariando para o trabalho de garçonete. 

Parecia até um milagre duplo.


— Sem problemas! Eu adoraria mesmo trabalhar por aqui. — A francesa deu o seu sorriso mais largo e satisfeito, enquanto apertava a mão da companhia. 


— Está contratada, então. Entrarei em contato!




Não era um meio período, como queria, mas trabalhar da manhã até o final da tarde era ainda melhor do que esperava. Então não pode negar em aceitar a proposta.




Enquanto voltava para casa, nem aquele clima nublado pôde acabar com o seu dia, ela estava super radiante e contente por conseguir o seu primeiro emprego; sabia que não iria ser fácil, mas só de saber que agora teria um propósito, era gratificante. 

Ji-ae estava o verdadeiro lápis de cor, no meio daquele céu cinzento.


— Vovô, estou em casa! — Depois de fechar a porta e largar as coisas na mesinha de centro, partiu para procurá-lo. A casa estava silenciosa e não tinha o encontrado em nenhum cômodo; no final, deduziu que o mais velho tinha saído para caminhar e sentou-se no sofá.


— Ah, molho de tomate! — Estava distraída em seu celular e quando escutou aquela voz incomum, pousou as mãos no peito e se levantou em pressa, pelo enorme susto que tinha tomado.

Para sua sorte, ou azar, era o garoto bonitão' que esbarrou no supermercado no dia anterior. 

Ele saía da porta dos fundos, que dava direto para o quintal e carregava um cesto de roupas úmidas nas mãos.


— Você? — Permanecia surpresa diante da situação. — O que está fazendo aqui? 


— Ji-ae! Isso é jeito de receber alguém? — O avô saiu de trás do mais alto, deixando uma carícia rápida em seus ombros e logo depois, a encarando. Apesar da visita incomum, ficou aliviada por pelo menos saber onde o avô estava.


— Desculpe, desculpe, o que Votre Majesté faz aqui? — O jovem riu da brincadeira dela e seu avô a repreendeu com o olhar.

LE CHATON FOUINEUR - Choi SanOnde histórias criam vida. Descubra agora