ℎ𝑢𝑖𝑡

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O corpo relaxado e quente da garota se tornou tão tenso assim que escutou as poucas, mas tão tocantes palavras do avô.

Ela não esperava aquilo.

E isso foi revelado pelo olhar inquieto que sem querer direcionou à ele.


— Não é isso...é que-


— Você vai me abandonar? Sendo que eu que te trouxe para cá? Que convenci os seus pais? Você queria mesmo viver comigo?


Ji-ae já não possuía mais o controle de suas emoções e sem o seu comando, lágrimas de angústia passaram a correr involuntariamente pelo seu rosto.

Aquele olhar chateado, decepcionado, vindo da sua pessoa favorita era definitivamente o fim para ela.


— Vovô...


— Vamos para casa, já está escurecendo. — O mais velho não esperou uma resposta, se levantou rapidamente e arrastou a própria cadeira, para guardá-la.


A francesa continuou ali por mais um tempo, deixando que seu choro silencioso cobrisse o vazio que sentia naquele momento.


Ela estava sem opções.
Não sabia o que fazer.
No que pensar.


— Ji, vamos! Você... — San correu na direção da menina, assim que percebeu a distância tão demorada e curvou o próprio corpo para que pudesse abraçá-la por trás, porém, afastou-se assim que escutou os lamentos baixinhos que saiam dela.

Preocupado, contornou a cadeira e abaixou-se na frente da jovem, tentando procurar o seu olhar. — Não precisa me dizer o que está acontecendo agora, tudo bem? Você sabe que vou estar sempre aqui.


Ela ao menos conseguiu responder, tentava ao máximo cessar o pranto e manter a calma, enquanto ao mesmo tempo escondia o rosto, já que não queria que o garoto a visse daquela forma.
Choi tentou secar algumas das lágrimas dela com o polegar, a puxou para um abraço apertado e deixou que o silêncio a confortasse.


— Se você soubesse...provavelmente me odiaria.




Dong-sun permaneceu evitando-a pelo resto da noite, assim que chegaram em casa, ele foi direto para o seu quarto, ainda magoado pelo que ouviu.

Ela não insistiu em pressioná-lo naquele dia, então resolveu esperar até o próximo, torcendo para que já estivesse esquecido de todo aquele estresse.

Pela tão esperada manhã, quando pensou em descer para encontrar o mais velho e tentar amenizar a situação, percebeu que seu pequeno castigo silencioso continuava, com agora o "troco das regras da casa"; já que o avô tinha saído de casa e nem deixado o café pronto.




Ela sabia perfeitamente quem tinha contado aquela história ao avô e estava muito irritada, por nem mesmo aquela ser a sua ideia e ainda sim, estar levando toda a culpa.

LE CHATON FOUINEUR - Choi SanOnde histórias criam vida. Descubra agora