Capítulo VII

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Três meses namorando o cara mais estranho, louco, diferente e romântico que já conheci. Mike tem sempre suas estranhas exigências de andar na rua. Tem suas manias quando come, a até já disse que tem uma cobra em casa. Quem é que tem uma cobra em casa?

Eu gosto dele, de verdade, sabe?! Por mais que ele seja meio estranho, Mike me encanta. Ouvi meu telefone tocar e fui atender:

- Alô?

- Oi Mercedes, sou eu Mike. Tenho algo importante à falar.

- Fale. - Sorri, provalmente era um eu te amo de boa noite.

- Acabou. Até amanhã. - E desligou. Ele terminou comigo e desligou o telefone. Ele terminou comigo e desligou o telefone sem nem ao menos me deixar falar alguma coisa. ELE TERMINOU COMIGO POR TELEFONEMA!

Fiquei acho, que uns cinco minutos parada, o telefone ainda na mesma posição. Eu estava atônita. Não conseguia acreditar que ele havia feito isso comigo. Liguei de novo pra ele, o telefone chamava que desligava. Aquilo estava me irritando bastante, mas continuei ligando até ele atender.

- Pare de me ligar, Mercedes! - Ele estava com voz de quem estava chorando. Dane-se eu quero explicações, e não chorinhos.

- Por que terminou comigo?

- Porque sim.

- Porque sim é o caralho. Me fala logo, com quem foi que você me traiu?

- O que? Você acha que eu te trai? Acha que sou esse tipo de pessoa? Não me conhece mesmo.

- Não, eu não conheço. Achei que você nunca seria tão babaca de terminar um relacionamento por telefone. Mas a gente se engana não é mesmo? - E desligou de novo.

- ISSO DESLIGA MESMO, É SÓ ISSO QUE VOCÊ FAZ, SEU MERDA! - Gritei pro telefone, enquanto o segurava com o mais puro ódio. Senti meu olhos arderem e foi quase que inevitável chorar. Minha mãe abriu a porta do quarto, me encarou por alguns instantes. Também encarei ela, estava com a roupa amassada, batom borrado e seus cabelos estavam bagunçados.

- O que foi que aconteceu pra você está gritando? - Ela queria gritar. Tenho certeza, mas por algum motivo a voz dela saiu agitada.

- Nada. Sai daqui! - Me toquei bem rápido do ocorrido, e tratei de expulsar ela o mais rápido possível do meu quarto.

Por quê? Por que terminar comigo por telefone? Isso é tão errado! Eu nunca terminei meus relacionamentos assim, é desumano. Peguei meu telefone e pensei em deixar algumas mensagens na secretária pra ele, do tipo: "Você é um babaca!", "Não se termina por telefonema" e "Você é um merdinha fodido". Mas no fim das contas eu desisti disso tudo.

- Quer saber? Foda-se, vou ligar pra Ma, ela com certeza não vai dispensar uma bebidinha. - Disquei o número dela e esperei, esperei e ela atendeu.

- Vai tirar o pai da forca é? - Respondeu bem humorada. Pelo menos uma de nós, não está verdadeiramente na merda.

- Aham! Bora beber? - Sorri, não queria que ela soubesse por telefone que eu estava mal.

- Só se tu pagar, porque eu tô sem um centavo.

- Eu pago! A gente vai pra algum bar ou algo assim? - Perguntei. Se fôssemos para algum bar eu queria ir bem gata, talvez isso me anime um pouco e não faça se sentir tão merda quanto tô agora.

- Seria bom né, ou vamos no mercado e compramos alguma coisa e bebemos. - Respondeu, parecia indecisa.

- Não. Vamos aquele bar que tem no centro.

- Ótimo pois chama o Mike, e ai eu chamo mais uma galera.  - Fiz uma careta. Ainda bem que estamos conversando por telefone se não já estaria gritando, chorando e falando besteira.

O Misterioso Professor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora