Um encontro inesperado

32 17 10
                                    

No dia seguinte o caminhão com minhas coisas chegaram bem cedo. Meu quarto ficou abarrotado com as coisas de meu pai. Rebeca falou que eu devia doar alguns dos livros para a biblioteca da escola, mas eu não aceitei. Consegui organizar quase tudo, somente algumas coisas ficaram nas caixas.

Alguns dias se passaram e eu permanecia em meu quarto viajando em meus livros. Eu e Rebeca quase não nos víamos, na verdade eu a evitava. Eu saia do quarto apenas para comer algo ou levar o cachorrinho ao qual batizei de Alby, em homenagem a Albert Einstein..

Certa manhã de sábado,me levantei, fui até o banheiro, tomei um banho, fiz minha higiene matinal, vesti uma roupa qualquer e me dirigi até a cozinha. Passei pelo quarto de Rebeca, ela não estava mas a cama estava desarrumada.

Me dirigi até a cozinha,fiz um achocolatado e preparei um misto quente.

Comi ali mesmo na bancada da cozinha, joguei uma migalha pro pequeno cachorro e terminei meu café. Lavei meu prato e copo e sai dali.

Ao chegar na sala, notei alguém dormindo no sofá.
Me aproximei devagar, a madeira do assoalho fez um rangido fazendo com que ela se acordasse,

"Luna", pensei comigo...―Me desculpe tê-la acordado, eu não sabia que você estava aqui, eu disse a ela que levantou-se ligeiro um pouco assustada.

―Não,tudo bem eu precisava acordar mesmo, já é bem tarde, ela respondeu bocejando pegando o celular e verificando a hora

―São só 7 e meia da manhã, eu respondi―E é sábado,

―É eu sei, mas é que eu costumo acordar cedo mesmo, ela disse―Mas ontem eu fiquei estudando um pouco mais tarde nem percebi a hora em que fui dormir.

Rebeca entrou dentro de casa suada e ofegante. Tinha ido correr,

―Bom dia querido, você já conhece a Luna não é mesmo?

Balancei a cabeça sinalizando positivo

―Ela vai ficar conosco alguns dias,pois os pais dela viajaram para um velório de um parente e eu não quero que ela fique sozinha.

Pensei comigo, "com o filho dos outros ela se importa"

―Okay, respondi

―Vocês dois são jovens, está um dia tão lindo hoje, que tal irem fazer um passeio na cidade?

―Não posso, tenho coisas pra fazer no meu quarto.

―O que por exemplo, dormir? Rebeca falou.

Fiquei quieto

―Josh, você precisa sair um pouco meu filho.
Ocupar sua mente,conhecer novos amigos, você está a quase uma semana aqui e não conhece ninguém na cidade.

―Tá, e quem disse que eu quero conhecer novos amigos? Você me obrigou a vir para essa cidade, pra esse fim de mundo. Eu estava muito bem onde eu estava. Agora quer que eu faça amizade com esses caipiras? Me deixa.

Virei as costas e sai.

...

Me tranquei no quarto e me joguei  na cama.
Peguei um livro que era do meu pai e comecei a ler, mas a leitura não fluía. Não conseguia me concentrar.
Me levantei e fui até a janela, o sol estava brilhando intensamente lá fora, Rebeca tinha razão, o dia estava lindo. Fiquei por alguns minutos ali e logo vi a garota sair com o cachorro até o jardim.

Escutei batidas na porta do meu quarto, não respondi.
Ela insistiu.

―Josh, por favor abre essa porta.

Respirei fundo, fui até ela e abri a porta.

―O que foi? perguntei.
―Vamos conversar.
―Sobre o que?
―Sobre nós, sobre a nossa vida. Sobre minhas decisões. Ao menos me escute.

Luna Onde histórias criam vida. Descubra agora