Capítulo 15

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ATENÇÃO: esse é um capítulo focado em Alex e Jo, e não em April e Jackson. Não precisa ler se não quiser, mas eu ficaria muito feliz se você fizesse isso :). Mas se você não ler, pelo menos leia a parte final do capítulo, é meio importante. Obrigada!


ALEX ON

 Estava terminando minhas rondas do dia, mas na verdade eu nem estava prestando atenção naquilo direito. April, Jackson e Arizona estavam no andar de cima, fazendo uma doação de sangue para disfarçar o teste de DNA. Não sabia como eu me sentia sobre isso. Ainda não gostava de Jackson. Já tinha superado essa coisa toda de médicos do Mercy West no nosso hospital, mas o Avery não melhorou as coisas quando magoou a April. Não sabia sobre essa história dele com a Madelaine, mas pouco me importava. O que importa é a April estar bem.

 Estava tão distraído que nem percebi quando esbarrei em alguém na sala de atendentes.

- Me desculpa, eu não... - Izzie começa a falar, mas para quando me vê. Congelo quando eu vejo ela tão perto

 Eu realmente estava evitando ela. Mesmo depois de tanto tempo com ela trabalhando no mesmo hospital que eu, eu fazia de tudo para não cair com os mesmos pacientes, não ficar na mesma sala que ela. Eu não odiava a Izzie. Tudo isso aconteceu a muito tempo atrás. Mas ficar perto dela me lembrava de uma época que eu achei que era a mulher certa pra mim. Eu estava muito errado.

- Não tem problema. Eu que estava distraído. - saio de perto dela, dando um sorriso educado, e faço menção de sair da sala, mas ela entra na miha frente

- Alex...

- Por favor, Izzie, não fala nada. - digo, minha voz saindo mais baixa do que eu pretendia

- Mas eu preciso...

- Eu não quero ouvir. - sou um pouco rude, mas não ligo. Realmente não queria ouvir aquilo, nem agora, nem nunca. Ela parece entender.

- Só queria que você soubesse que... - ela respira fundo, e sai da minha frente pra eu passar - Eu sinto muito. De verdade.

 Ela não fala mais nada e eu também não. Antes que o clima ficasse muito estranho, eu saio da sala, indo para nenhum lugar em particular. Já tinha acabado minhas rondas. Eu podia ir embora. Mas o hospital era o único lugar possível que eu podia ficar para me distrair. Se eu fosse para casa antiga de Meredith (que agora era minha e das meninas), eu só ia deitar na cama e pensar na Izzie. Não queria fazer isso.

 E pela segunda vez no dia, esbarro em alguém. Mas não fui tão educado quanto pretendia, acho que o encontro com a Izzie me irritou um pouco.

 - Olha pra frente. - sou rude de novo, e quase consigo sentir a menina revirando os olhos

- Babaca. Você que esbarra em mim e eu que sou a culpada? Eu estava parada no lugar. - conheço a voz mesmo antes de me virar para olhar pra residente. Jo Wilson, uma residente interessada em pediatria, que por acaso era onde eu trabalhava. Ela parece lembrar disso, porque começa a me olhar assustada - Não te chamei de babaca. Chamei? Não, não chamei. Estava falando com... ele. - ela aponta para o residente que estava sentado na recepção, que fica confuso - Nunca te chamaria de babaca, nunca mesmo.

- Já escutei piores. - falo, sentindo um mini sorriso crescer no meu rosto. Ela era engraçada. E bonita. Muito, muito bonita. De repente, nem estava pensando na Izzie mais

- Ah, me desculpa. - ela esconde o rosto nas mãos, envergonhada - Não queria falar aquilo. Foi sem querer.

- Tenho certeza que você queria, sim. Mas não tem problema. Eu fui um babaca mesmo.

- É, foi mesmo. Quer dizer... - ela cora de novo, e eu rio - Sou péssima nisso.

- Você é Jo Wilson, não é? - pergunto mesmo já sabendo a resposta, e ela sorri, confirmando - Está interessada em pediatria, né?

- Ah, merda. Arruinei minhas chances de pediatria, né? Ok, tudo bem. Minha segunda opção era cirurgia geral mesmo. - ela dá de ombros

- Não, não arruinou. Vem, deixa eu te mostrar uma coisa. 

 Ela não reclama e nem faz cara feia, só deixa o prontuário na mesa e me segue. Eu sinceramente não sabia o que estava fazendo agora, e nem porque eu tinha chamado a residente pra vir comigo. Só tinha uma coisa que me acalmava quando eu estava ansioso. Bebês e crianças. Esbarrei na Jo quando estava indo para o berçário, e chamei ela pra vir comigo. Por que? Eu também queria saber.

 - Ai meu Deus, que coisa fofa. - ela se aproxima de um bebê e me olha - Posso tocar?

- Usando luvas, pode sim. - encosto na parede, observando a Jo colocando as luvas e pegando na mão do bebê. De repente, não sinto vontade em pegar o bebê também. Só de ver a Jo fazendo isso, já era o suficiente.

- Ele é tão pequeno... - ela sorri, e meu coração dá um pulo - Onde está a mãe dele?

- Recuperando do parto. Ele vai ser liberado daqui a alguns dias. 

 Ela não pergunta mais nada, e eu não sinto vontade de falar também. Mas não é um silêncio constrangedor que cai entre nós, e sim um silêncio muito confortável. Estranho, muito estranho. Mas muito bom. O silêncio dura por um tempo até que alguém entra no berçário de uma vez.

- Alex! - April quase grita, mas abaixa o tom quando vê os bebês. Ela para por um segundo para respirar, porque estava correndo e ofegante - A Madelaine, ela...

- April, desembucha. - falo irritado quando ela para pra respirar de novo - O que foi?

- O exame saiu. O exame de DNA saiu.

Eclipse To The HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora