Capitulo 5

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Jackson On
  Acordei meio zonzo, como sempre. Olho pro lado e a April não estava ali, devia ter ido embora. Saí do quarto sem camisa e de calça, já que tinha dormido assim.
  Sinto um cheiro de ovos mexidos, e quando me viro pra cozinha, a April estava fazendo o café da manhã.
  -Ei... Bom dia, estou fazendo o café, acho que é o mínimo que eu posso fazer, pelo o que aconteceu ontem e tudo mais... -ela para de falar quando me olha. Me encara por um tempo, até que eu percebo que é porque estava sem camisa. -Desculpa... Eu... É...
  -Não tudo bem. -sorrio vendo ela ficar vermelha e abaixando a cabeça.
  -Olha, eu... -ela se vira pra mim -Queria pedir desculpas por ontem... Eu terminei com o Mark e não fiquei bem, ai eu fui pro bar e bebi muito... Te chamei de azar, e de que homem... -ela balança a cabeça -Enfim, desculpa por isso. Também, te dei muito trabalho ontem.
  -April, você não precisa se desculpar, não foi nada, juro. -antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela toca no meu rosto. Mas não pra fazer alguma coisa. Ela toca nas marcas dos socos do Mark. Com tudo o que aconteceu ontem, tinha até esquecido disso.
  -Meu Deus... Quem fez isso com você? -disse ela, realmente preocupada.
  -Foi... Isso não é nada April, caí em algum lugar, é isso.
  -Não é não... Jackson eu sou uma médica, eu sei diferenciar uma caída de uns socos. -ela olhou fundo em meus olhos e balançou a cabeça, como se soubesse quem fez isso -Foi o Mark, não foi?
  -April, já falei que não foi nada, e... -não consegui terminar de falar. April pega meu rosto com as duas mãos e me da um selinho demorado. Coloco minhas mãos em volta da sua cintura, para lhe dar apoio.
  Ela afasta seus lábios do meu e me olha profundamente, como se quisesse fazer isso a dias.
  -Temos que tomar café... -ela diz sorrindo, e acabo sorrindo de volta. Seu sorriso era lindo, e um pensamento estranho, de que poderia ver isso todos os dias, passa por minha cabeça.
  -Sim, temos sim. -ela me da outro selinho e volta a terminar de fazer café. Começo a ajudá-la.

April On
  Depois de tomar café, Jackson me deixou em "minha casa" para me trocar. Era a casa da Meredith, mas eu, a Cristina, o George e o Alex morávamos aqui. A Meredith também morava, até ela se casar e ter três filhos, que não iam caber na casa. Então ela se mudou para uma casa no meio do mato.
  Jackson estava me esperando, então não podia demorar. Saí de casa já pronta, e entrei em seu carro.
  Estávamos ouvindo uma rádio que passava musica, até que chegamos em um engarrafamento. A fila estava enorme. O que diabos aconteceu aqui?
  A música da rádio parou, para falar que tinha acontecido um acidente em tal rua. Essa rua estava na nossa frente.
  Eu e o Jackson nos entreolhamos e saímos do carro rapidamente, correndo entre os carros para achar o tal acidente. Estava correndo tão rápido que na hora que cheguei no local do acidente, não consegui parar na hora. Jackson teve que me puxar.
  Fiquei chocada. Não era só um acidente de carro, ou alguém atropelado. Eram vários carros, um atrás do outro. Tinham batido entre si, mas todo mundo parecia bem. Até que vi dois carros mais a frente. Dois conversíveis, e paramédicos em volta deles. Fui correndo até la.
  -Sou a Dra. April Kepner, posso ajudar em alguma coisa?
  O paramédico diz que não há muita coisa que se possa fazer, mas eu ainda vou até o motorista para ver seu estado. Vejo o Jackson indo fazer o mesmo no motorista do carro ao lado.
  Ele estava péssimo. Não conseguia se mexer, um pequeno vidro estava enfiado em seu olho, sangue por todo o seu rosto, pescoço quase sendo esmagado pelo carro. Senti seu pulso, e estava fraco. Estava morrendo.
  Os paramédicos me disseram que iam tentar tirar ele dali, para eu poder examinar melhor. Foi ai que eu percebi. Por sorte, o motorista estava usando cinto, mas esse era o problema. O cinto tinha apertado, e acabou cortando sua barriga. Se eles tirassem ele dali, ele morreria na hora.
  -Tentam tirá-lo de maneira mais cuidadosa possível, mas não tirem o cinto, de jeito nenhum. É o que está mantendo ele inteiro. Jackson, venha aqui, preciso de sua ajuda. No momento que os paramédicos tirarem o motorista, o pulso dele vai cair completamente, então tenho que fazer massagem cardíaca, e você tem que segurar o corpo dele. Quando chegarmos no hospital, vou tentar não matá-lo.
  Quando terminei de falar, os paramédicos terminaram de tirar o rapaz. Já fui pra cima dele e comecei a massagem cardíaca. Jackson tentou impedir seu corpo de separar, mas estava jorrando sangue por tudo quanto é lado. Ia ser uma bagunça.
  Entramos na ambulância e logo chegamos no hospital. Não deixo o paramédico apresentar e já vou falando:
  -Homem, desconhecido, acidente de carro, pulso fraco e com um enorme corte na barriga.
  Observo todo mundo olhando pra mim e o Jackson estranhamente. Era o Alex, a Lexie, a Maggie e o Mark. Ótimo. Ia ser um dia maravilhoso.
  Meredith, Amelia e Callie pegaram o outro motorista. Enquanto isso, nos levavam para a sala de trauma 2. Eu e o Jackson continuamos em cima do rapaz, mesmo sujos de sangue, já que ele tinha espirrado sangue em nós dois.
  Por mais que todo mundo insistia, não saia de cima dele de jeito nenhum. Até que vejo o rapaz voltar a ficar consciente. Ele me olha e agarra o meu braço. Todo mundo para de fazer o que estava fazendo para olhar.
  -Por... Por favor...
  -Senhor, por favor não fale... -paro de falar quando ele aperta meu braço com muita força. Solto um baixo gemido de dor.
  -April... -ouvi Jackson dizer
  -Por favor... -o rapaz continua -Não me deixe... Não me deixe morrer, por favor.
  -Você não vai morrer. Não sobre meus cuidados.
  -Promete...
  -Eu... -respiro fundo tomando coragem. Era regra. Não podia prometer ao paciente que ele ia ficar bem. Mas não consegui. Era quase certeza que ele ia morrer, e queria que ele ouvisse uma coisa boa se fosse a ultima coisa que ouviria. -Eu prometo.

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