Extra

1.5K 166 37
                                    

"Eu não desistirei de você desta vez, mas querida, me beije devagar, seu coração é tudo o que eu tenho e em seus olhos, você guarda o meu."

*****


Ana abriu os olhos para a penumbra da noite, ela estava virada de frente para a janela com as cortinas abertas e podia ver muito claramente a lua no topo do céu.

Era madrugada com certeza.

Uma olhada no relógio digital no criado mudo denunciou às 02h16min.

Um movimento atrás de si a fez se virar, e entender o que a fez acordar.

_ Não! Por favor, mamãe!

A morena mordeu o lábio inferior, sentindo o peito apertar, se apoiou com o cotovelo no colchão e se inclinou sobre Christian, tocando em seu peito com a outra mão e encostando os lábios em sua testa, sua bochecha, deslizando até sua orelha.

_ Acorda, amor... acorda! Está tudo bem - falou baixinho, mas firme, a mão subindo e descendo por seu peito, sentindo o coração dele batendo muito rápido e seu corpo já começando a suar.

Não foi alguns segundos até sentir o braço dele em sua cintura, a segurando forte contra si e abraçando seu corpo em seguida, respirando forte e ofegante contra si.

Ele havia acordado.

Ana fechou os olhos em alívio, sentindo a respiração pesada contra seu pescoço, os braços fortes se afrouxando um pouco após perceber que a estava esmagando, mas ela ao menos se importava.

Foi algumas semanas depois de Ana ter voltado. Eles haviam combinado de ir devagar, mas de repente Ana ao menos havia conseguido ficar num apartamento e ela nunca que moraria sozinha na mansão dos Lincoln, ela apenas dormia dia após dia no apartamento de Christian, até entrar num acordo: sim, eles estavam morando juntos, então.

Ela teve medo da reação de Teddy, e Christian também estava preocupado, porém, o menino mais parecia nas nuvens tendo "mais alguém para brincar com ele".

E então logo aquilo havia começado, talvez quando a mente de Christian percebeu que seria uma rotina ter Ana sempre ali, e acabou relaxando sobre a novidade, os pesadelos noturnos e rotineiros haviam voltado.

A primeira vez havia assustado Ana de uma forma que ela chegou a chorar, e em vez de acalmar Christian, foi o contrário.

_ Eu estou aqui - ela sussurrou contra ele, por que aquilo parecia ser sempre o que ele precisava ouvir, precisava constatar para estar tudo bem e voltar a dormir tranquilo em vez de apenas levantar da cama às 3h da madrugada e esperar o dia amanhecer.

E Ana nem sabia o que pensar ou sequer fazer quando as cartas foram postas na mesa. O assunto sobre "mãe" ser delicado teve um nível ainda maior quando Christian contou sobre a sua biológica, sobre como seu trabalho era pouco convencional ao que a mulher era uma prostituta e morava com um cafetão, ela era viciada em cocaína e teve uma overdose fatal quando ele tinha cinco anos.

_ Ele era seu pai? – ela questionou sobre o cafetão.

_ Não, Carrick me garantiu que ele não era – ele respondeu.

Ele viu tudo, sentiu tudo. E nunca que seria justificativa para as atitudes babacas, mas era o que era.

Ana cresceu com os Grey, tendo-os ao seu redor desde que se entendia por gente, e era engraçado como todas as suas lembranças de infância tinha Mia e seus irmãos junto dela. E crescendo com eles, ela imaginava que os conhecia completamente. É o curso certo das coisas, não é? Quanto mais você convive com alguém, mais você o conhece.

50 Tons de MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora