Capítulo 14

1.3K 141 24
                                    


♥ Capítulo 14 ♥

"Você é tudo o que eu achava que nunca seria e nada como eu pensei que você poderia ter sido, mesmo assim, você vive dentro de mim. Então me diga como é isso? Você é o único que eu desejo que pudesse esquecer, o único que eu adoraria não perdoar, e apesar de você partir meu coração, você é o único, apesar de existirem momentos que eu odeio você, os momentos que você me machucou e pôs lágrimas no meu rosto..."

— Broken-Hearted Girl - Beyoncé

➰➰➰

Ana deixou a bolsa em cima do sofá e seguiu direto para o quarto, enrolando o cabelo num coque, bateu a porta atrás de si e foi direto para o banheiro, se apoiando no mármore da pia, mirando o espelho inevitavelmente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ana deixou a bolsa em cima do sofá e seguiu direto para o quarto, enrolando o cabelo num coque, bateu a porta atrás de si e foi direto para o banheiro, se apoiando no mármore da pia, mirando o espelho inevitavelmente.

O que havia acontecido em sua vida nas últimas horas?

Ela passou as mãos pelo rosto com agressividade, a maquiagem borrada ainda estava ali, aquele cabelo falso, a droga da dor no estômago.

Era aquilo que ela era diariamente, não?

Ela abriu a bica e lavou o rosto, o que fez a maquiagem borrar mais ainda, e pela forma nada gentil que estava agindo consigo mesma, fez o coque se desfazer e sua unha arranhar a lateral de nariz, deixando automaticamente um corte mínimo.

_ Droga! – vociferou contra o espelho.

Nem sabia o que estava acontecendo consigo mesma, não sabia o que era aquele turbilhão de sentimentos lhe assaltando de forma desconfortável e sufocante.

Só queria que parasse. Que tudo parasse por pelo menos um dia na sua vida.

Era como se a noite passada ficasse se repassando em sua mente, as palavras de Christian naquela manhã, a forma que seu coração malditamente acelerava quando ele se aproximava, como odiava o fato de Elena estar tão bem, odiava ela se achar a dona do mundo, odiava que tinha que fingir estar bem e feliz quando tudo o que queria era se trancar naquele banheiro para o resto da vida... Odiava não gostar da garota que refletia no espelho.

Foi de repente, ela ao menos conseguiu ir até o sanitário, e o jato saiu por sua garganta ali na pia mesmo. Doeu. Doeu quando ela teve de abaixar a cabeça e tirar o cabelo do caminho, doeu quando arranhou sua garganta, doeu quando teve mais ânsias e não saiu nada... Doeu porque ela nem havia forçado, ela não queria aquilo, mas seu corpo já não obedecia.

Ana não era uma criança, ela sabia muito bem que precisava de ajuda, sabia já tinha um tempo. E ela iria procurar... Um dia. Um dia que ela percebesse que não importava o que fizesse, não tinha mais controle sobre nada em si. Naquele momento, bem ali, em que ela ainda sentia ânsias de vômito mesmo que não tivesse mais nada em seu estômago, ela sabia que não tinha controle, que não tinha o que fazer. Ela encarou a si mesma no espelho, os olhos vermelhos e cheios d'água pelo esforço, o rosto suado e manchado, o cabelo loiro desgrenhado, a pele mais pálida e apagada, sem cor alguma.

50 Tons de MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora