Capítulo 26

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Capítulo 26 ❤

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo pouco importa; o essencial é que saiba amar.

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Ana deixou o celular carregando no quarto e seguiu para a sala que já era regada de gargalhadas altas de Mia e zoações de Elliot

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Ana deixou o celular carregando no quarto e seguiu para a sala que já era regada de gargalhadas altas de Mia e zoações de Elliot. Na enorme tela plana pendurada na parede aparecia um close do rosto de Ana, ela devia ter talvez dez ou onze anos, usava um vestido rosa muito rosa e o cabelo solto e escorrido de um jeito que nao deveria, o problema não era sua roupa ou seu cabelo, nem mesmo o presente -  que aquela versao de 22 anos sabia que era uma bota da Chanel - que ela desembrulhava... o problema era a droga de dois dentes quebrados bem na frente, o que dava um contraste terrível e qualquer um podia ver mesmo a distancia.
Ela lembrava daquele Natal de diversas formas diferentes.

Natal, 2008

Ana estava cansada de esperar para receber seus presentes, estava ansiosa porque sabia que sua mãe havia comprado um celular novo para ela e as botas da channel que havia muito sutilmente sugerido que seria um ótimo presente para a Mia, porque a própria Ana amaria ganha-las. Com certeza sua mãe havia comprado duas, uma para cada uma.
Então lá estava a garota, entediada enquanto os adultos conversavam na sala de estar, e Mia cantava Hannah Montana no karaokê do jardim numa competição com Elliot.
A morena sorrateiramente havia seguido para a cozinha, tentando não ser vista por nenhum adulto que quisesse levá-la para conversar na sala de estar, e se sentou num dos bancos do balcão cheio de travessas com doces.
A garota pegou um cupcake e o comeu sem sujar a roupa, pegou outro e mais outro. Ela estava em fase de crescimento, pelo menos era essa a desculpa que usava quando não conseguia parar de comer doces. De repente, a porta da cozinha foi aberta e Christian passou por ela.
Ana se assustou e derrubou o bolinho cheio de glacê, sujando o chão quando esquivou para que seu vestido fosse salvo.
_ Droga! - sussurrou enquanto descia do banco.
_ Desculpe, não vi você - Christian falou ao mesmo tempo em que a ajudava a limpar o glacê do chão.
_ O que foi? - questionou ela quando ele ficou mirando seu rosto.
_ Você fica linda de azul - ele murmurou, virando-se para o balcão.
Ana franziu o cenho e mordeu o lábio inferior.
Ela não estava de azul, seu vestido era vermelho... Ah!
Entendeu no momento em que Christian lhe estendeu um guardanapo.
A garota se virou para a prataria pendurada na parede ao lado da porta.
Sua boca e bochecha estavam salpicadas de glacê azul.
Pelo menos não havia sido Elliot quem havia a pegado no flagra, ele iria zoar a garota até o fim do ano que vem por estar comendo escondida e ainda sujar o rosto.
No segundo seguinte ela preferiria que Elliot passasse pela porta, e não quem realmente entrou.
_ Você não estava lá fora, já é quase meia noite... Isso é glacê? - sua mãe questionou autoritária.
Ana terminou de limpar o rosto e ouviu a geladeira sendo aberta por Christian.
_ Hã, mamãe...
_ O que conversamos sobre comer doces e frituras? - ela continuou autoritária, dessa vez até rude.
Ana encarou o chão.
Ela tinha medo da sua mãe, admitia abertamente para si mesma.
_ Mas eu estava entediada e...
_ Se come quando está com fome e não entediada, olha o seu tamanho como já está! Imagina se você for comer desse jeito sempre que estiver entediada?
_ Mas foi só...
_ Calada! Você sabe quantas calorias tem num desses? - ela apontou para os cupcakes na mesa. - Você acaba de ganhar tudo o que consegui fazer você perder na semana inteira.
Aquela era outra coisa que Ana odiava: perder peso. Pelo menos era como sua mãe chamava o ato de colocá-la na esteira duas horas por dia e fazer trinta abdominais toda manhã e noite, ela também havia cortado todos os lanches e doces, deixando-a apenas comer as sobremesas da janta e do almoço. Sua mãe havia chegado a conclusão de que Ana estava gorda, a garota não achava, no entanto. Tudo bem que ela era um pouco mais cheinha do que Mia, e suas bochechas eram redondas demais e também suas coxas não ficavam tão bonitas quando ela usava calça jeans. Mas ela só tinha 11 anos, ser daquele não deveria desagradar ou agradar ninguém.
A não ser sua mãe, é claro.
_ Desculpa, mamãe - ela sussurrou.
_ É para o seu bem, já conversamos sobre isso, comida engorda. Para você, quanto menos, melhor - Elena murmurou enquanto a empurrava para fora da cozinha.
Christian apenas continuou observando, não respondendo ao olhar de Elena quando a garota se virou, sentindo alguma coisa estranha que apertava o seu coração e o fazia se sentir irritado com a loira falando daquele jeito. Não era a forma que se tratava uma criança, e com certeza não eram coisas que uma mãe deveria dizer a filha. Mas não era problema dele de qualquer forma.

50 Tons de MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora