Capítulo 12

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Minha mãe, minha mãe! O que eu devo dizer? Como vou lhe explicar? Entro em desespero quando meu telefone começa a tocar, porém atendo imediatamente.

- Oi mã...

- Não me responde faz tempo! O que aconteceu? - Me interrompe.

- Eu já ia ligar, só estou...

- Como estão as coisas aí? Faz tempo que não nos falamos. Está tudo bem? - Novamente me interrompe.

- B-bom, é... - Tento procurar as palavras certas.

- Vamos Emma? - Jonathan aparece atrás de mim.

Droga.

- Quem está aí? - Minha mãe pergunta desconfiada.

Droga, droga, droga!

- Lembra do Jonathan Rodriguez que era da escola? - Tento não dizer em um tom desesperado.

Jonathan franze a testa e, bem baixinho, pergunta quem era no telefone.

- Aquele que você chamava de estúpido o tempo inteiro?

- Sim, o próprio. - Digo em um tom "normal" enquanto aponto para o celular em minha mão e mexo meus lábios dizendo a palavra "mãe" silenciosamente.

- Mas o que você está fazendo aí? Ele não era mulherengo? Cuidado com esse garoto. - Me alerta.

- Bom, mãe... - Respiro fundo. - É que acabei perdendo as minhas chaves e...

- Você o quê?! - Ela exclama.

Eu juro, mesmo tendo saído com o Jonathan a quinze minutos atrás, ainda estou ouvindo minha mãe reclamar comigo. Você sabe, aqueles sermões sobre senso de responsabilidade que nos fazem massagear as têmporas (como estou fazendo exatamente nesse momento). Nós estamos na metade do caminho quando ela resolve desligar.

- Mãe? mãe? Desligou, que ótimo. - Jogo o celular em meu colo e cubro o rosto com as mãos.

- Não é por nada, mas acho que sua mãe está um pouquinho brava. - Jonathan diz com sarcasmo.

- Você está muito engraçado hoje, deveria estar vestido como um palhaço. - Digo enquanto observo Chicago iluminado, mesmo estando a noite. - Mas ela está certa, não tenho senso de responsabilidade.

- Quantas vezes você já perdeu uma chave? -Pergunta.

- Só essa, mas...

- Mas nada! - Me interrompe. -Você sempre foi responsável demais, eu me lembro. Agora ponha um sorriso em seu rosto porque nós vamos encontrar estas chaves! Se não as encontrarmos, faremos outras amanhã mesmo.

Confesso que me fez sentir muito melhor. Dou uma risadinha enquanto percebo que está sorrindo de canto, até que, de repente, na rádio começa a tocar "Don't you worry child- Swedish House Mafia". O olho com um sorrisinho.

- Ah não, não, não! - Cobre metade de sua face.

Jonathan para o carro no sinal vermelho e tenta desligar o rádio enquanto escondo os botões com minhas mãos. Eu rio tanto, mas tanto, que minha barriga dói muito. Tenta apertar o botão de desligar diversas vezes, até que sinto sua mão na minha. Paro de rir imediatamente quando seus olhos estão presos nos meus e agarra minha mão lentamente de um jeito que mexe comigo. Bem devagar passa o seu polegar por meus dedos.

- Vai me deixar fazer isso, Em? - Diz baixinho.

Meu coração acelera como se eu tivesse corrido uma maratona e nos aproximamos aos poucos.

O desencontroOnde histórias criam vida. Descubra agora