Catarse - Sariette

Capítulo 10

— Me liga se precisar de qualquer coisa. – Deborah disse para Juliette quando as duas chegaram de volta na casa da morena depois de passarem o resto da tarde fora. As duas caminhavam pelo jardim até o estacionamento onde a ruiva havia deixado seu carro mais cedo. – Qualquer coisa mesmo.

— Tudo bem.

— E não é pra mexer naquele aquecedor de gás do banheiro, usa o chuveiro elétrico.

— Sim, eu entendi, Deborah, eu sei me virar. – Juliette sorriu para a preocupação da amiga.

— Eu sei disso. – Disse analisando o rosto da morena.

Não conseguia evitar de sentir um aperto no peito em vê-la morando naquela casa longe da equipe depois de tantos meses, depois daquele ano louco se sentia ainda mais protetiva em relação à ela.

Deborah lançou um olhar para Juliette assim que as duas alcançaram o veículo. A morena notou sua hesitação e puxou a amiga para um abraço, tentando acalmá-la.

— Eu vou ficar bem, prometo. – Disse baixinho.

Deborah permaneceu em silêncio por uns segundos. Sua mente acreditava naquilo, mas ainda precisava controlar seu medo.

— Não deixe que ninguém te machuque, por favor. – Disse apertando ainda mais o abraço.

Depois de um tempo, ela se sentiu segura para deixar a amiga. Sabia que Juliette daria conta do que quer que fosse acontecer, porque ela era, de fato, muito mais forte do que imaginavam e já havia provado isso por muito mais vezes do que gostaria.

A morena se despediu da amiga e esperou que o carro dela se perdesse de vista para entrar na casa.

Durante a tarde, depois que Juliette saiu, Sarah tirou um tempo para arrumar suas coisas no quarto de hóspedes. Pôs o notebook e as pastas com arquivos em cima da mesa de escritório e pegou Ralph que ainda dormia na caixa de transporte. O filhote não estava nada feliz com aquela mudança de ambiente.

Já estava escuro e Juliette ainda não tinha chegado, Sarah resolveu adiantar parte do trabalho do dia seguinte e enviar alguns emails para matar o tempo. O relógio marcava 18:05 e não havia mais nada que pudesse fazer naquele computador. Ou talvez houvesse.

A loira olhou para o ícone do Twitter e resolveu encarar aquilo que estava evitando há semanas, naquele momento achou que seria uma boa ideia conversar com alguns fãs para passar o tempo.

Depois do sétimo tweet respondido, ouviu passos pesados e uma voz cantarolando vindo da frente da casa. Ralph, que estava deitado nas suas pernas, saiu correndo disparado em direção ao barulho e ela o seguiu. Chegando na sala, deu de cara com Juliette segurando o pequeno cachorro agitado no colo.

— Nossa, quanto amor! – A morena riu tentando se esquivar das lambidas do animalzinho. – Eu também estou feliz em te ver. Quer ir comigo na próxima? Você vai ficar lindo na TV!

— Acho que você está roubando o meu cachorro. – Sarah sorriu para a cena.

— Sim, Ralph é o meu bebezinho agora, não é? – O cachorro continuava animado tentando lamber o nariz da morena.

— Como foi no programa?

— Foi bom, conseguimos resolver tudo. Demorei muito?

— Ugh, sim. Eu tive que tomar medidas drásticas contra o tédio, acredita que eu entrei no Twitter?! – Juliette riu do drama da loira.

— Fico feliz com isso, tem muita gente lá que gosta de você.

— É, talvez sim. – Sarah suspirou.