Capítulo dois

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A forma como conheci Nathan foi diferente, ele não apareceu no primeiro dia de aula da faculdade. Naquela noite Nathy Fagundes uma das veteranas daria uma festa em sua casa, é uma tradição, todo início de semestre, uma festa de boas vindas aos calouros.

No meu ano, foi na casa dela. Mesmo não curtindo festas eu fui, queria me enturmar e fazer amigos.

Em algum momento, saí para fora para pegar um ar, admirava a enorme piscina da gigantesca casa de Nathy, quando fui empurrada para dentro dela, não pude ver quem foi. Apenas fiquei desesperada a piscina era funda, meus pés não tocavam o chão e eu começava a ficar sem fôlego, quando senti alguém segurar meu braço, e impulsionar meu corpo para cima, me levando até a borda da piscina, com um pouco de dificuldade e com a ajuda de meu salvador consegui sair de dentro, sentando no chão, tentando recuperar o fôlego e tremendo de medo. Quando olhei para o lado avistei um garoto encharcado, era Nathan Castelli, mesmo o odiando hoje em dia, o ato de coragem dele, havia salvado minha vida, e agora este garoto pedia para escutá-lo.

— Tá bom Nathan, estou escutando! — falei, me dando por vencida.

— Que bom! — sua voz parecia animada. — Tenho uma proposta, ruivinha. Posso te ajudar a conquistar o Lucas.

Fiquei paralisada, ele realmente havia escutado nossa conversa, perdi a fala.

— Nossa Soso, parece que viu um fantasma, eu não disse nada demais, só a verdade! - disse rindo. Às vezes a verdade é muito mais fatal, que a mentira.

— Não quero sua ajuda, até porque, não estou interessada no Lucas! — menti, Nathan me olhou, se aproximando mais. E em quase um sussurro, disse.

— Quer mentir para mim, sério? Eu escutei você falando com suas amiguinhas.

— Então é uma ameaça? — questionei, me afastando, seu sorriso desapareceu.

— Claro que não, Sofia! — ele parecia falar a verdade, já que pela segunda vez no dia me chamou pelo meu nome. — Que tipo de homem você pensa que sou? — do tipo grosso, arrogante, cínico e irritante, pensei. Nathan deu um sorrisinho. — Pela sua cara, sei que você pensa o pior de mim!

— Fico feliz, pois tem consciência disso! — usei meu tom sarcástico, o que era raro, mas com Nathan não tanto.

— Falando sério, quero ajudar! — falou Nathan.

— Como faria isso? - perguntei com desdém.

— Eu era melhor amigo dele, conheço muito bem aquele idiota. — nunca pensei, que escutaria ele se referir a Lucas assim, os dois eram inseparáveis, junto com Henrique, eles formavam o trio mais desejável do campus.

— E o que vai querer em troca? — indaguei, sabendo que aquele cérebro diabólico de Nathan, não faria algo altruísta.

Ele sorriu cinicamente.

— Quero que seja minha namorada! — a última palavra, me fez engasgar com a saliva. Comecei a tossir e o garoto chegou perto, dando uma batidinha em minhas costas.

— Você está maluco? — perguntei, regulando minha respiração.

— É tão terrível assim, fingir ser minha namorada? — eu o olhei, a palavra "fingir" não tinha sido citada na frase anterior, o que mudava o sentido todo.

— Para que diabos, você quer que eu — dei ênfase no último termo. — seja sua namorada de mentira?

— Primeiro, porque isso vai ajudar com o Lucas, homens adoram donzelas indefesas, eu finjo partir seu coração e você corre para os braços dele. Segundo, isso vai ajudar a enganar meu pai, que tem pegado muito no meu pé. - fiquei sem saber o que responder, talvez o plano desse certo, mas um namoro falso, ainda mais com ele, tenho certeza que estava destinado ao fracasso.

Um acordo infalívelOnde histórias criam vida. Descubra agora