Um acordo infalível

Capítulo sete

Meu coração parecia que sairia pela boca, pensava que Lucas mal sabia da minha existência, mas agora ele estava parado na minha frente, pedindo ajuda.

— Claro, Lucas! Eu te ajudo. — disse vendo o garoto abrir um sorriso, era um sorriso diferente, continha gratidão, misturado com felicidade. A gratidão até entendo, mas a felicidade ainda era uma questão sem resposta. Ele estava feliz por que eu o ajudaria? Ou havia outro motivo?

— Obrigado, Sofia! — agradeceu. — Você quer uma carona para casa? Daí podemos discutir sobre onde e quando podemos marcar de estudar. — estava prestes a aceitar, quando lembrei que Nathan me esperava. Mesmo querendo muito ir com Lucas, já havia combinado com Nathan.

— Desculpa, Lucas. Mas já tenho uma carona! Fica para próxima. — o rapaz assentiu, um pouco desanimado.

— Então te acompanho até a saída. — assenti animada, mesmo estudando na mesma faculdade e conhecendo as mesmas pessoas, raramente nos falávamos, na verdade a conversa era inexistente entre nós. Mas tudo mudou depois do namorado falso. Talvez o plano estivesse funcionando.

Caminhamos até a saída, nós dois parecíamos desconfortáveis, não conversamos, apenas trocamos alguns sorrisos e olhares tímidos. Quando duas pessoas que não sabem o que sentem, mas no nosso caso, apenas ele era um caso de dúvida. Porque eu tinha plena certeza da paixão que sentia.

Mas meu coração fraquejou assim que sai pela porta e vi Nathan no estacionamento da frente, encostado na moto, esperando pela namorada falsa. Alguns fios de seu cabelo negro, caiam sobre seus olhos concentrados em algum livro. E eu sorri. O quê eu sorri?

— Ele que vai te levar para casa? — Lucas cortou meus pensamentos, deve ter percebido meu sorriso idiota enquanto olhava para Nathan. Onde eu estava com a cabeça, por que diabos esse sorriso brotou no meu rosto? Eu nem suporto aquele garoto.

— Sim! — respondi com a voz mais baixa.

— Hum! Vocês estão juntos? — ergui uma sobrancelha com a pergunta, nunca pensei que ele seria tão direto, Lucas tem a fama de ser discreto. — Desculpa, não é da minha conta. — tentou remendar.

— Tudo bem, Lucas! — tentei não deixá-lo sem graça. — Respondendo sua pergunta. Eu e Nate estamos nos conhecendo melhor. — não quis rotular nosso relacionamento, estava nervosa demais. Não queria que ele pensasse a coisa errada, que eu amava o Nathan ou coisa do tipo, porque o objetivo de toda essa farsa se encontrava bem ao meu lado.

— Legal! — falou, mas não parecia sincero, havia mais ressentimento do que felicidade. Na verdade, nenhum resquício de felicidade se encontrava na sua fala. — Posso ser sincero?

— Claro! — afirmei, meu coração disparou.

— Vocês não combinam! — mais uma vez fiz minha cara de surpresa com a sinceridade do rapaz. — Não me leve a mal. Mas você é maravilhosa e o Nathan é... — ele deu uma pausa, acho que tentava encontrar um adjetivo que combinasse com meu namorado falso. — É o Nathan! — não havia outra palavra para descrevê-lo melhor, simplesmente Nathan era o Nathan, com seus vários defeitos, arrogante, irritante, cínico, idiota, canalha na maioria das vezes, mas nesses últimos dias, descobri que ele também possuía qualidades, em momentos raros conseguia ser um bom amigo. Eu era a prova disso.

— É difícil de entendê-lo! — concluiu Lucas. Estávamos tão imersos na conversa que levei um susto quando alguém segurou minha cintura.

— Vamos amor? — Nathan perguntou, agora segurando minha mão, ignorando completamente a presença de Lucas. Não sei o que ocorreu entre eles, de melhores amigos, para pessoas que mal se olham nos olhos.