Capítulo seis

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Realmente queria beijar Nathan ou era apenas uma vingança contra Lucas? Por ele ter estilhaçado meu coração? Ou Nathan realmente mexia comigo? Não conseguia responder a tantas perguntas. Meus pensamentos foram cortados por uma risada sarcástica, então abri os olhos.

— Pensou que eu ia te beijar? — Nathan ria sem parar. Que ódio, meu sangue ferveu de raiva e vergonha. Raiva por pensar que ele me beijaria e vergonha por ele ter percebido isso.

— O quê? — balancei a cabeça negando. — Claro que não! — tentei não gaguejar.

— Seus olhos fechados e... — Nathan pegou em minha mão. — suas mãos suadas dizem outra coisa. — essa não, estamos neste namoro falso a menos de um dia e ele já sabe que minhas mãos suam toda vez que fico nervosa. Soltei minhas mãos.

— Você é muito irritante! — falei.

— Você sempre me insulta, quando fica sem resposta. Isso significa que estou certo! — ele concluiu, convencido.

— Quer dizer que vamos nos atrasar para a aula. — tentei desconversar, apontando para o relógio no pulso do garoto.

— Pode fugir, Sofia! Mas não pode se esconder para sempre atrás de seus insultos contra mim. — ele sussurrou contra meu ouvido, antes de subir na moto, meu coração acelerou na velocidade da luz.

— Não estou me escondendo! — falei firmemente, me juntando a meu namorado falso na moto. — Não sou do tipo que se esconde, Nathan!

— Então por que não fala para o Lucas o que sente? — perguntou, pegando minhas mãos e as colocando em volta de seu corpo. — Segure firme, não quero que você caia. — pediu, sem esperar minha resposta para a pergunta anterior.

Começamos a nos locomover em direção a faculdade, o trânsito estava calmo, então não demoramos muito para chegar. O percurso foi silencioso, não teve insultos ou discussões.

Nathan estacionou em frente a universidade, havíamos chegado na hora, os alunos se direcionavam pouco a pouco para as portas de entrada. Já com os pés no chão e sem o capacete, ajeitava meus fios de cabelo. Ainda vestia a jaqueta de Nathan, retirei entregando ao rapaz.

— Obrigada! — agradeci pela gentileza de mais cedo.

— Disponha, meu amor! — ele estampava um sorrisinho. Cada vez que inventava um apelido para mim, seus sorrisos pareciam genuínos, pois duas covinhas surgiam nas suas bochechas. Quando seu riso é sarcástico ou convencido, apenas o lado esquerdo possui esse sinal.

— Não precisa me chamar assim quando estamos sozinhos. — informei, ajeitando a mochila.

— Mas de todos seus apelidos, esse é o meu favorito. — senti meu rosto queimar. — Você fica ainda mais linda quando está envergonhada.

— Por que está agindo assim hoje? — perguntei.

— Assim como? — Nathan levantou uma sobrancelha.

— Como se realmente estivesse apaixonado por mim! — falei a última parte um pouco mais baixo, me arrependi no exato momento que a frase saiu por minha boca, mas agora não havia como recuperá-las do ar.

— Faz parte do papel, Sofia! Sou um ótimo ator. — ele tinha razão, por um momento até mesmo eu acreditei. — Queremos autenticidade, não é mesmo? — concordei.

— Acho melhor entrarmos! — disse dando as costas para o garoto, mas fui puxada pelo braço, indo de encontro ao peito de Nathan. O olhei confusa. — O quê... — não permitiu que eu concluísse a frase, simplesmente juntou nossos lábios, por alguns segundos, em um selinho.

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