Capítulo quatorze

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Na manhã seguinte, acordei com o braço de Nathan entrelaçado a minha cintura, estávamos de frente um para o outro, mas ele me segurava como se eu pudesse fugir a qualquer momento, dormiu toda a noite agarrado a mim, parecendo tão vulnerável, não parecia o garoto que conhecia, com suas piadas, brincadeiras de mal gosto, seu cinismo e arrogância. Seu braço direito apoiava sua cabeça sobre o travesseiro, era um hábito, notei isso na primeira vez que dormimos juntos, me perguntava se não era desconfortável dormir assim. Seus cabelos negros estavam esparramados pela fronha branca que revestia o travesseiro. Eu ainda me surpreendia do quanto ele era lindo, mesmo dormindo.

Queria tocar em seu rosto, queria beijar cada pintinha que tem espalhadas por sua pele, a de baixo do seu lábio inferior, a do canto da sobrancelha esquerda e a que tem sobre seu pescoço, sinais que o deixavam ainda mais perfeito. No começo de toda essa mentira eu odiava cada pedacinho dele e agora me flagrava querendo beijar cada pedacinho que já odiei. Talvez estivesse caindo na própria farsa.

Toquei levemente em seu rosto, senti sua barba rala raspando em meus dedos, era nítido que não se barbeava a alguns dias, geralmente a pele de Nathan não tinha vestígios de barba. O vi abrindo lentamente os olhos, com piscadas lentas para se acostumar com iluminação vinda das janelas.

Antes mesmo de me olhar nitidamente ele sorriu, as covinhas emergiram deixando meu coração derretido.

— Bom dia, Nate!

— Já disse o quanto eu gosto desse apelido? — perguntou com a voz sonolenta. Sorri em resposta.

— Que tal matarmos aula hoje? — refleti sorrindo. Nathan franziu a testa e a covinha da bochecha esquerda surgiu, sabia que viria um comentário sarcástico.

— Ruivinha, eu estou te levando para o mal caminho. Gostei desse seu lado rebelde. — zombou rindo.

— Você gosta de todos os meus lados! — brinquei levantando da cama.

— Cada centímetro. — rebateu Nathan com um tom de malícia, com a mão apoiando o rosto e analisando cada parte do meu corpo.

— Ai você é nojento. — falei jogando um travesseiro no garoto. Antes que pudesse fugir, embora eu tenha tentado, Nathan foi mais rápido, agarrou meus pulsos nos fazendo cair na cama, estava por cima dele que analisava meu rosto, seus olhos verdes se conectaram com os meus, senti sua mão entrelaçando nos fios soltos do meu cabelo.

— Se eu te beijasse agora, iria levar um tapa? — perguntou em um sussurro. Aproximei um pouco mais de seu rosto, quase encostando nossos lábios.

— Talvez um soco! — Nate sorriu, porque sabia que eu não faria nada do que prometia, ele tinha consciência de que eu o desejava tanto quanto ele.

— Vou correr o risco. — murmurou contra minha boca, antes de me beijar. Nathan segurava minha cintura com firmeza, enquanto sua outra mão apertava minha nuca causando sensações que nunca senti antes, minhas mão pousavam contra seu peito, até ele me virar e ficar por cima de mim entre minhas pernas, passando seus beijos para meu pescoço, o que me causou arrepios, voltou a beijar meus lábios suspendendo minhas mãos contra os lençóis macios, meu corpo começava aquecer. Nathan aprofundou o beijo me arrancando um suspiro, puxou meu lábio inferior com uma mordida prazerosa. Tentei me conter, segurar meus suspiros, mas aquele homem tirava toda minha sanidade, por mais que tentasse negar, eu estava amando ser beijada por ele. Então não me contive, puxei a barra da sua camiseta retirando de seu corpo, Nate não contestou, não sabia até que ponto iria, mas para falar a verdade não me importava. Joguei o tecido em alguma parte do quarto e puxei o garoto para mais perto, senti a mão de Nathan por baixo do tecido fino do meu pijama, o que me deixou sensível. Mas antes que algo acontecesse, o garoto parou.

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