Capítulo XXI - Entrega

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“A tempo tenho tentado diferenciar os meus ideais de minhas ambições, mas agora o que me importa é o principal modo de matar a angústia, ou como farei para despista-la a longo prazo”
- Star

Uma única palavra seria incapaz de definir tudo o que passa na minha cabeça, estar cercada de espíritos nunca me pareceu algo ruim, mas agora, pensar que não os identificar pode me fazer louca para muitos e arruinar minha carreira, faz-me acreditar que estou perto de desistir. Mas não irei, conseguirei encontrar uma forma de descobrir, e por um fim em todos os casos que tenho presenciado, não só o que desrespeita aos animais, mas também os que desrespeitam a mim, vou encontrar a resposta de tudo e depois mudarei por fim de vida.

O som de batidas na porta me interrompem e fazem meus pensamentos cessarem.

- Entrega!- grita um homem ao portão.

Caminho em passos rápidos, me aproximo e abro a porta, vejo um idoso com sua roupa de trabalho e com uma caixa retangular em suas mãos.
Ao menos agora tenho algo para me distrair.

Abro o portão e recolho a caixa, o agradeço e entro em casa. Corro para a cozinha e a coloco sobre a mesa.
Não poderia existir melhor momento para que esses livros chegassem.
Pego uma faca de serra em uma das gavetas e corto a fita que envolve a caixa.

Abro e me deparo com uma linda capa, algo que quando estava comprando não havia reparado.

Me ajeito na cadeira e inicio minha procura pelo ano de 1976

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Me ajeito na cadeira e inicio minha procura pelo ano de 1976.

Capítulo 1: 1946
Capítulo 2: 1956
Capítulo 3: 1966
Capítulo 4: 1976

Assim que o encontro, começo a ler.

Capítulo 4: 1976 – Incêndio e Caos

Existem várias versões dessa mesma história, há ainda aqueles que dizem ser uma conspiração para destruir a fortuna da família Carrier, mas o foco aqui é situar o porquê de sua fama constante.

Tudo tem início com Gaïa, uma das mulheres mais jovens a conquistarem uma fortuna guardada na tumba de um faraó, uma pequena jóia, um bracelete, foi capaz de deixa-la tão rica que seus tataranetos não teriam que se preocupar com dispensas. Essa mulher foi famosa não só por sua conquista, mas também por conta de sua gentileza e humanidade, que ficava estampada em sua face delicada e branca.

Anos depois de seu descobrimento ela se casa com Aïdan, um homem com características físicas similares a de sua parceira, pele branca, tão clara que quase se transparecia, olhos que se destacavam e semblante que passava respeito e postura.

Eles tiveram um garoto, mas por motivos de insuficiência cardíaca ele acabou falecendo meses após o nascimento.

O caso em si se dá no dia 18 de novembro de 1975, quando eles já haviam se mudado para a sua mais nova instalação, junto com seus outros três filhos, que vieram logo depois do pequeno que falecera.

Esses também possuíam as mesmas características, a garota mais velha Isis, tinha cabelos lisos negros e pele clara, já os seus irmãos possuíam cabelos loiros como o da mãe, e olhos em tonalidade vinho, seus nomes Elliot e Nathan.

Ao que tudo indica, eles aviam ido para essa casa justamente por conta da história que o local onde ela ficava carregava, isso porque, tempo depois deles se mudarem seus nomes foram desaparecendo, como se aquele lugar nunca tivesse tido sua presença.

Como já havia sido dito nos capítulos anteriores, onde eles pisavam a história sumia, já que assim como nos outros, era possível ver a família carregar sacos pesados que não deixavam a luminosidade passar, sem um motivo ao certo, mas a suspeita existente em cada um deles prova mais ainda a não humanidade presente nos membro dessa família.

Termino de ler o parágrafo e passo meus dedos sobre as páginas, em certo ponto acabo me cortando, a gota de sangue cai sobre a folha, fazendo as letras pretas fortes ficarem vinho. Uma palavra se forma conforme ela se espalha pelas letras, “O ritual não será feito enquanto você não ver a realidade”.

Devo estar tendo mais uma alucinação, não é possível um livro estar me dando dicas.

Me recomponho e levanto para tentar limpar a gota que poderia manchar o pano sobre a mesa.

Assim que me coloco de pé, sinto meus músculos fraquejarem, e meu coração acelerar, os objetos ao meu redor giram no mesmo ritmo que meu sangue goteja no chão. Tento me apoiar na mesa e nos armários, mas acabo caindo, volto a tentar me levantar, mas de nada vale, pois meus pés dormem e não consigo sustentar meu próprio corpo. Acabo aceitando não conseguir me manter de pé, então passo a rastejar, tentando chegar próximo ao quarto de minha vó.

- Vovó!- digo com toda minha força.

- Esta a procurar errado, a tentar contar com o nada, não será capaz de continuar, sem que esteja dentro de si- duas vozes dizem ao meu redor.

Mantenho meus olhos abertos o máximo que consigo, ainda com isso, eles acabam se fechando.

𝗠𝗲𝗶𝗮 𝗡𝗼𝗶𝘁𝗲 - 𝐷𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑎 𝐸𝑠𝑐𝑢𝑟𝑖𝑑𝑎̃𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora