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Segunda-feira, lua cheiaASHFIELD

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Segunda-feira, lua cheia
ASHFIELD

Ian já estava com os olhos brilhando. Nenhum dos ômegas de Alaric pôde segurá-lo. E com dificuldade, nem o próprio Alfa.

Sthel já estava correndo na floresta. O cabelo ruivo corria em suas costas como um rio no outono agitado. Quase se ouvia a respiração ofegante da mulher. Sthel estava se guiando pelo cheiro de madeira campestre do marido.

Ela iria ajudar o marido. Pois estava determinada a fazê-lo.

Alaric tentava usar de sua dominância, mas diante daquela lua cheia nem o Alfa conseguiria controlá-lo se ele não fizesse aquilo por ele mesmo. Por isso Sthel era importante.

Ian não se via calmo sem ela. Apesar de ser um médico centrado, ele havia aprendido a lidar com as maluquices e aventuras de Sthel e isso o ajudou. Não era à toa que Sthel era caçada, acusada de ser bruxa.

O ápice do domínio próprio.

— Cheguei!

Alaric estava segurando Ian pegando-o pelo pescoço. Sthel repreendeu o amigo apenas com o olhar.

— Não o solte, Alaric!

Gritou diversos lobos. Sthel que nem tinha reparado neles finalmente se concentrou em seus cheiros. Eram muitos.

Era de se questionar como Alaric tinha conseguido esconder aquele segredo por tanto tempo sem que ninguém comentasse nada.

Sthel sorriu, naquele paraíso que era sua alegria. Mas os olhos de Ian não estavam fixos nela.

— Solte-o Alaric.

O Alfa deu dois passos para trás sem titubear.

Todos perceberam que a ruiva era influente. Até para o Alfa.

— Ian? — perguntou ela ainda em tom baixo. As mãos como num mantra, foram colocadas no rosto bonito dele — Lembra do por que você não me considera uma bruxa?

Ela podia ouvir com perfeição os batimentos cardíacos dele. Sem se importar com o risco que ela corria, Sthel pôs a mão no coração de Ian. Ele enfim retribuiu o olhar dela.

Um toque era suficiente.

Sem que ela percebesse os olhos violeta dela puderam ser vistos. Além de Ian todos na frente dela puderam notar.

— Bruxas não se apaixonam.

A resposta do marido fez Sthel arrumar o cabelo num coque alto. Era o ritual de felicidade dela. Então os olhos de Sthel retornaram ao amarelo dourado.

Era o ápice do controle. Ian tinha conseguido se controlar sem dificuldade.

— O que você fez?! — gritou uma garota. — Alaric, você viu! O que você é?!

A garota atrevida tinha cabelos escuros como a noite. Os olhos não estavam acesos como se ela já tivesse o segredo de se controlar. Era impetuosa como uma tempestade, conclui Sthel.

Elas nem se conheciam. Ao menos ela poderia ter chamado a ruiva a parte para conversar, pensou Alaric.

— Sou o que me transformaram. — respondeu Sthel. Se fosse qualquer outro lobo na alcateia, por causa da agressividade da lua ou de suas próprias personalidades, já estariam no chão brigando com aquela mulher, para devolver a afronta, mas Sthel não era assim. — Alaric, teria outra resposta pra isso?

Sthel não estava olhando pra Alaric, como deveria ser. Ela estava olhando pro marido. De alguma forma durante aqueles segundos que os olhos de Sthel se acenderam em violeta ela soube que o marido estava escondendo algo dela.

Algo ruim.

Como as crianças estavam na casa da tia Howe, uma coisa passou na cabeça do casal Drythelm

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Como as crianças estavam na casa da tia Howe, uma coisa passou na cabeça do casal Drythelm. Sim, Ian pensou exatamente isso. Mas Sthel estava revoltada.

O marido não escondia coisas dela. E se estava fazendo, ele deveria ter dado um jeito de contar à ela antes que um problema surgisse.

Quando eles entraram em casa Ian beijou a esposa, segurando-a pela cintura. Sthel amava os beijos de Ian e não haveria problema nenhum se eles curtissem a noite.

— Mas não hoje.

Sthel sabia da força que tinha e por isso empurrou o marido contra a parede.

— Não h-hoje? — perguntou Ian amedrontado. — S-Sthel! Aí!

Ela nem tinha tocado nele.

— Ian! Desde quando esconde coisas de mim?

Desde nunca. Mas o caso de Alaric era diferente.

— Eu ia contar no domingo. Alguns dos casos das doenças que eu estava tratando, descobri o culpado.

Sthel descansou as mãos nos joelhos. Ela tinha ficado nervosa. Achou que era algo com risco de vida.

— Tenho um médico investigador? — ela beijou Ian e o arrastou pra cozinha. Ao menos naquela noite ela ficou um pouco mais sossegada. — É um animal? Uma erva?

Ian anuiu com a cabeça.

— O animal se chama Alaric.

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