Ínfimos Poemas

14 - Vazio desolador

 - De repente um vazio desolador corrompe minha alma. Um vazio tão grande que devasta o coração. É indecifrável essa dor alucinante que se apossa do meu corpo. Um vazio que causa uma dor inescrupulosa e horripilante. Uma angústia devastadora que é impossível conter as miríades de sensações e, principalmente tentar conter as lágrimas que insistem cair nesse momento turbulento, onde o arrepio se entranha no mais profundo do espírito. Uma dor inenarrável que invade o peito. Tento fugir, mas não há um lugar que me proteja dando-me a sensação de segurança que tanto procuro. Perdi meu lugar acolhedor. Meu mundo transformou-se em escuridão. Um lugar devastado e sem esperanças de dias melhores. Perdi o brilho dos olhos. Perdi a paz. Perdi tudo o que ainda possuía. As barreiras tornaram-se intransponíveis e as batalhas árduas demais. O mundo tornou-se um verdadeiro caos. O que fazer? Não existe mais um eu. Não há mais nada que ainda me destaque na multidão. Quero permanecer nessa escuridão. Não vejo mais além do horizonte. Minha vida acaba aqui. Como último pedido desejo apenas minhas lembranças. Memórias que jamais serão apagadas. O resto que seja destruído com tudo aquilo que um dia cresceu e floresceu em meu coração. Acabou. Não há mais volta.