Capítulo 4- O aniversário

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( Trevo- 18:30h- 13 de Fevereiro)

-FALA SORTUDO!!!- Jaime aparece derrepente, trajando uma regata preta, com uma bermuda de estampa militar, trazendo com ele uma insanidade de pessoas desconhecidas, junto com muita bebida alcoólica. Eles começam a entrar na casa, chamando a atenção de todos que já estavam nela, o que leva todos a virem ver o que estava acontecendo, e eu a perguntar:

-MAS QUE PORRA É ESSA? Quem é toda essa gente? - Perguntei, já nos últimos momentos antes de ficar furioso de vez.

-Meus amigos, uma porção enorme deles, esse é o meu presente surpresa pra você, gostou? - disse Jaime com um sorriso grande na cara e de braços abertos.- Então, você parecia muito pra baixo quando disse que ia fazer uma festa pequena, e como você foi tão generoso em me convidar, eu tomei a liberdade de chamar uma ou duas pessoas, pra te dar uma maior de presente.- diz ele fazendo uma cara de espertinho com um olhar cínico no rosto, que tava me dando nos nervos.

-obrigado, mas não precisava, agora se manda daqui e leva essa gente junto contigo- digo isso a Jaime enquanto as pessoas continuam a entrar na minha casa.

-OLHA O REFIL- Carlos grita entrando na minha casa com um barril de cerveja- Aí sortudo, eu arranjei um desconto foda com um parça meu, 50 litros de cerveja por só 200 reais. Onde eu coloco? - perguntou ele ainda com o barril nas mãos.

-LA FORA! Junto com as 20 pessoas que vocês trouxeram- grito com raiva.

- Ei, sem grito, seja mais educado.- Jaime com uma cara sorridente, caminha até mim e põe o braço em volta do meu pescoço.- Eu só trouxe uma coisinha de gente grande, pra nutrir essa seu bucho gordo.- Ele da uns tapinhas na minha barriga , ignorando meu olhar de raiva, e a completa ironia de me pedir educação depois de invadir minha casa- E relaxa, esse é o seu dia especial, não precisa se preocupar como nosso conforto e hospitalidade, todos aqui já sabem que " su casa...es casa de geral"- Ele diz levantando um pouco a voz e é correspondido por todos os que vieram com ele. Após isso ele me larga e vai pra cozinha ajudar o Carlos a colocar o barril.

- O que vai fazer? - pergunta Celina se aproximando de mim.

- Eu sei lá. Chamar a polícia, ou ao menos avisar a minha mãe que eles estão aqui..- Falo ainda bravo com a situação.

-NÃO, sua mãe não. Foi a gente que convenceu ela a deixar o Jaime vir pra cá, lembra?! Se ela souber disso, vai ficar puta da vida, e vai acabar com a tua raça e com a minha de brinde- Diz Mair um pouco apreensivo e surpreso com a situação, também se aproximando de mim.

-Bom, a mãe dele pode não descobrir, mas os vizinhos vão. -Disse George que tinha acabado de sair da piscina, apontando para um cara que estava plugando uma caixa de som enorme na tomada. Caixa essa que de imediato começou a tocar uma música bem alta, um pop cantado em espanhol que até teria me agradado, se eu não estivesse furioso com aquela situação. Por conta do som alto, tínhamos que falar um pouco mais alto para sermos ouvidos.

-Avisando ou não, sua mãe é enfermeira, não pode sair assim derrepente do hospital. E isso acaba impedindo a ideia da polícia também, somos menores de idade, se chamarmos vão querer falar com um responsável- Disse Celina, como sempre bem perspicaz, embora o que ela disse não tenha me deixado muito feliz.

- Ta, então o que eu faço? Tento convencer o Jaime a sair...

- Cara, se toca, o Jaime invadiu sua casa com dezenas de pessoas, um barril de cerveja, e uma caixa de som enorme. Isso parece a atitude de alguém que sairia daqui no papo? - Mair me interrompe, dizendo outra coisa que eu não gostaria de ouvir.

-Bom então...

-Trevo tenho que falar com você a sós- sou interrompido por Ema que segura minha mão com força, com uma cara um pouco emburrada, porém com um olhar preocupado.

AberraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora