(Trevo- 19:30h- 14 de Fevereiro)
A janela do meu quarto, junto com uma das paredes é completamente demolida.
Eu caio da cama com o impacto, e ainda atordoado com o estrondo tento ver o que havia causado isso, que se escondia através da fumaça. Mas a única coisa que vejo é uma enorme garra parecida com a de um caranguejo, só que bem peluda. A garra perfura minha cama e a parte em dois.
Eu nem sabia o que pensar ou como reagir. Meu primeiro instinto foi sair rapidamente do meu quarto, e faço isso de quatro e com as pernas e os braços tremendo, ainda tentando me recompor do impacto. Só consigo me levantar quando passo pela porta, e quando já estou na ponta da escada, eu lembro:
-MÃE, CADE VOCÊ?
-TREVO CADE VOCÊ? - ela fala ao mesmo tempo que eu, e percebi que ela estava em eu quarto, ainda no segundo andar.
Então corro o mais rápido que posso pelo corredor, até chegar no seu quarto, à abraço e pergunto desesperado e gritando:
- O QUE TA ACONTECENDO?
- Eu não sei, mas fica calmo. Vamos logo sair daqui. - Ela pega meu braço pelo punho e nós dois nos dirigimos de volta ao corredor, porém antes de passar por ele, uma garra atravessa a parede e faz o chão do corredor desabar.
- MERDA! - Minha mãe fala assustada, mas notoriamente mais calma do que eu- O que a gente faz agora?! Pensa, pensa- Ela fala pra si mesma.
Então me lembro da última vez que estive em seu quarto, no meu aniversário. Quando Eudes pulou da varanda. E eu até teria pensado duas vezes se fosse outra situação, mas já que patas gigantes do que parecia ser o maior animal do mundo estavam demolindo a minha casa, eu disse de prontidão:
-A varanda...vamos pular... direto pra piscina. - digo pausadamente e gaguejando um pouco, mas minha mãe entende e diz.
- Trevo, isso não é...
-Vai funcionar confia em mim- Digo a ela e vou na frente pra provar meu ponto. Vou até a varanda, subo na cerca de ferro, e pulo direto na piscina. Foi um pouco doloroso, mas suportável.
Achei que minha mãe ficaria mais amedrontada, porém eu mal tinha enxugado a água dos meus olhos, e ela já pulou também.
Quando nós olhamos a casa, vimos uma grande poeira saindo do teto devido aos ataques. Nós então olhamos mais atentamente e notamos uma figura, ao qual não vimos direito o rosto. Porém dessa vez conseguimos ver o corpo.
Ela tinha um grande casco vermelho, patas peludas, que de onde eu estava vendo pareciam ser 5. Eu nem sei como, mas arranjei fôlego pra falar:
-QUE PORRA É ESS...- Minha boca é tapada, pela minha mãe. Ao mesmo tempo em que vejo a criatura se movimentar, como se tivesse me escutado, mas ainda não soubesse aonde eu estava.
- Cala a boca- ela fala em tom baixo, quase sussurrando- Essa "porra", é um caranguejo-tarântula modelo gigante. Ele é uma fera predadora do nosso mundo, que por sorte tem uma péssima visão noturna.
Tiro sua mão da minha boca e falo no mesmo tom que ela, só que mais desesperado:
- Vamos sair daqui.
- Não dá, essas feras são predadoras, quando encontram uma pressa não desistem até conseguir abater.
- O que a gente faz então? - pergunto confuso e assustado.
- Esse tipo de fera rastreia magia, deve ter sido atraída pelos seus feitiços. - Fico ainda mais assustado nesse momento, porque percebo que sou o alvo. - A gente só vai sobreviver se conseguirmos derrotar ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aberrações
FantasyTodo mundo sempre pensa, ou já pensou, que algo magico fosse acontecer do dia pra noite em sua vida. Que um dia iria acordar voando, ou encontrar um gêmeo separado na maternidade, ou ainda que saindo da escola viesse um cara estranho em uma limosine...