Capítulo 11- Modelo GIGANTE

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(Trevo- 19:30h- 14 de Fevereiro)

A janela do meu quarto, junto com uma das paredes é completamente demolida.

Eu caio da cama com o impacto, e ainda atordoado com o estrondo tento ver o que havia causado isso, que se escondia através da fumaça. Mas a única coisa que vejo é uma enorme garra parecida com a de um caranguejo, só que bem peluda. A garra perfura minha cama e a parte em dois.

Eu nem sabia o que pensar ou como reagir. Meu primeiro instinto foi sair rapidamente do meu quarto, e faço isso de quatro e com as pernas e os braços tremendo, ainda tentando me recompor do impacto. Só consigo me levantar quando passo pela porta, e quando já estou na ponta da escada, eu lembro:

-MÃE, CADE VOCÊ?

-TREVO CADE VOCÊ? - ela fala ao mesmo tempo que eu, e percebi que ela estava em eu quarto, ainda no segundo andar.

Então corro o mais rápido que posso pelo corredor, até chegar no seu quarto, à abraço e pergunto desesperado e gritando:

- O QUE TA ACONTECENDO?

- Eu não sei, mas fica calmo. Vamos logo sair daqui. - Ela pega meu braço pelo punho e nós dois nos dirigimos de volta ao corredor, porém antes de passar por ele, uma garra atravessa a parede e faz o chão do corredor desabar.

- MERDA! - Minha mãe fala assustada, mas notoriamente mais calma do que eu- O que a gente faz agora?! Pensa, pensa- Ela fala pra si mesma.

Então me lembro da última vez que estive em seu quarto, no meu aniversário. Quando Eudes pulou da varanda. E eu até teria pensado duas vezes se fosse outra situação, mas já que patas gigantes do que parecia ser o maior animal do mundo estavam demolindo a minha casa, eu disse de prontidão:

-A varanda...vamos pular... direto pra piscina. - digo pausadamente e gaguejando um pouco, mas minha mãe entende e diz.

- Trevo, isso não é...

-Vai funcionar confia em mim- Digo a ela e vou na frente pra provar meu ponto. Vou até a varanda, subo na cerca de ferro, e pulo direto na piscina. Foi um pouco doloroso, mas suportável.

Achei que minha mãe ficaria mais amedrontada, porém eu mal tinha enxugado a água dos meus olhos, e ela já pulou também.

Quando nós olhamos a casa, vimos uma grande poeira saindo do teto devido aos ataques. Nós então olhamos mais atentamente e notamos uma figura, ao qual não vimos direito o rosto. Porém dessa vez conseguimos ver o corpo.

Ela tinha um grande casco vermelho, patas peludas, que de onde eu estava vendo pareciam ser 5. Eu nem sei como, mas arranjei fôlego pra falar:

-QUE PORRA É ESS...- Minha boca é tapada, pela minha mãe. Ao mesmo tempo em que vejo a criatura se movimentar, como se tivesse me escutado, mas ainda não soubesse aonde eu estava.

- Cala a boca- ela fala em tom baixo, quase sussurrando- Essa "porra", é um caranguejo-tarântula modelo gigante. Ele é uma fera predadora do nosso mundo, que por sorte tem uma péssima visão noturna.

Tiro sua mão da minha boca e falo no mesmo tom que ela, só que mais desesperado:

- Vamos sair daqui.

- Não dá, essas feras são predadoras, quando encontram uma pressa não desistem até conseguir abater.

- O que a gente faz então? - pergunto confuso e assustado.

- Esse tipo de fera rastreia magia, deve ter sido atraída pelos seus feitiços. - Fico ainda mais assustado nesse momento, porque percebo que sou o alvo. - A gente só vai sobreviver se conseguirmos derrotar ela.

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