Capitulo Treze.

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Pov's Stefania.

Fim do ano chegou, e eu não pude ir para Itália.
Eu sentia tanta coisa, meu país estava sofrendo tanto, e aquilo me devastava, eu não podia fazer nada.
Fiz doações de alimentos e kit de higiene, mas não me parecia nada.

Eu só queria estar com meu povo, cuidar deles e ficar pertinho.

A casa na Itália era grande, quase uma vila só com meus familiares, fiz compras para dois meses, para que eles não tivessem que sair.

Eu me sentia sozinha, fiz vídeos chamadas com meus parentes, amigos, conversamos sobre minha carreira e quão orgulhosos eles estavam.

Eu ocupava a cabeça cozinhando, lendo, comecei a caminhar, e ouvir podcast.
As vezes eu chorava enquanto caminhava, mas era meio que uma terapia, depois eu me sentia bem.

Conversava com Danielle quase todos os dias, deixando as coisas pronta para a live, ela ia passar o fim do ano sozinha também, pois seus pais já tem certa idade e ela tinha medo de infectar eles.

Eu sentia falta dela, acho que nesse tempo que ficamos separadas eu nunca deixei de sentir.

Ela iluminava meus dias, ela me fazia rir tanto que no final do dia minhas bochechas doíam.

Ela é aquele tipo de pessoa que ama fazer piada sem graça, e eu detesto, detesto mesmo.
Mas eu amava até isso nela.
Ela ria antes mesmo de fazer a piada e o sorriso dela me salvava de toda escuridão que havia em mim.

Quando eu estava com ela o mundo parecia parar sabe? Nada mais importava, só a gargalhada dela, o cheiro dela, o jeitinho que ela dorme, e como ela ama doce.
A pele dela era tão suave que pareciam nuvens.

Ela deixa meu coração tão quentinho, ela é meu sol.

Ela só poderia lidar com essa questão de se aceitar.

Não é fácil, eu sei, mas ela é uma mulher adulta, não precisa de ninguém, e só não tem a coragem de se aceitar.
Vou dar um tempo para ela, vou tentar ser mais paciente.

Eu estou apaixonada por ela, e eu só queria me entregar nesse sentimento, a Dani é uma pessoa incrível e maravilhosa.
Mas eu já tenho uma certa idade para ficar me machucando nesses relacionamentos.

Organizei muito minha casa, roupas que eu não usava mais, fiz uma limpeza de dentro para fora.

Pov's Danielle.

Fazia um bom tempo que eu não via Stef ou minha família e amigos, isso me deixava muito mal, eu adoro abraçar e ficar perto.
Eu realmente sentia falta do contato humano.

Algumas semanas de quarentena e eu estava numa crise depressiva.

Mal conseguia levantar da cama, ver as notícias na tv me dava até falta de ar.
Eu não conseguia comer, passei alguns dias bem mal.
Eu não aguentava ver o mundo daquele jeito, eu fazia terapia, mas eu tinha parado de atender as consultas.

Eu me sentia tão mal, tão cansada, parecia que aquilo não ia acabar nunca.

Eu chorava bastante, e num desses dias Stef me ligou.

- Dani está tudo bem?
Você não responde as minhas mensagens.

- Não Stef eu tô surtando. Falei em meio de soluços.

- Oh Bella, quer conversar?

- Não, é que eu tô com medo, e as notícias me sufocam, eu sinto saudade e eu tô sozinha. Disse meio desesperada.

- Você está fazendo a terapia?

- Não, não tá me ajudando.

- Ei eu sei, acredite o mundo inteiro sofre nesse momento, não se desespere, procure ajuda. Você nunca estará sozinha enquanto eu estiver aqui, tá bem?

- Mesmo? Perguntei secando as lágrimas. Você está ocupada?

- Eu estou com você.

Conversamos e eu chorei um pouco, ela me ouviu e ficou comigo até eu me acalmar.

Disse para toda vez que eu me sentir assim ligar para ela, não era o abraço que eu queria mas me ajudava a ficar bem.

- Fica comigo até eu dormir?

- Claro Bella.
Finge que eu tô fazendo carinho em você.

- Ta bem. Boa noite babe.

- Boa noite querida.

Ficamos ali por alguns minutos e logo eu adormeci.

Durante os próximos dias, eu voltei para a terapia, comecei a meditar e meus amigos me deram muitos quebra cabeças, eu adorava.
Os fãs me deram muitos presentes também.
Era incrível se sentir acolhida.

Pensando nisso eu ergui minha cabeça e comecei a ajudar a confortar também, eu não perdi ninguém, mas muitas pessoas perderam, eu me dediquei a doações de comida, roupas e kit de higiene.
Foi muito importante para mim.

Conversava quase que o tempo todo com Stef, trocamos receitas, ela me ensinou a fazer algumas.
Eu sentia falta do contato físico mas as vídeo chamadas, e as mensagens estavam me ajudando a me conectar com ela.

Com alguns amigos eu fiz festa on-line, ficamos bêbados, jogamos e nos divertimos muito.

Estava perto do natal e eu percebi que eu não estava muito bem, eu gostava de ver gente, de abraço, de ficar junto. E não ter a casa cheia ou estar na casa da minha mãe, tudo aquilo era muito difícil.

Conversei com meu terapeuta que me disse para fazer uma viagem de carro,de poucos dias, sozinha e me cuidando para não contaminar nem ser contaminada.

Eu amo as montanhas e sempre que posso corro para lá, e dessa vez não seria diferente eu só queria por minhas botas, subir num cavalo e contemplar a beleza das montanhas.

Estava preparando minhas malas quando chegou um pacote na porta.

Achei estranho pois não havia pedido nada, e os fãs geralmente enviavam todos juntos.

Quando recebi vi que era um um pacote relativamente grande.

Abri e era um lindo chapéu, eu fiquei tão encantada que usei na mesma hora.
E no fundo da caixa tinha uma cartinha.

" Hi bambina ❣️

Assim que me contou sobre a viagem, e que usaria botas e montaria em cavalos, eu só pensava em uma coisa.
Que te faltava um chapéu, assim que bati o olho nesse, não consegui deixar de imaginar em você.

Espero que goste mi amor.

Baccios, Stefania. "

Eu dei tantos pulinhos ao ler a cartinha, eu adorava isso nela, Stef era tão romântica.

O chapéu de cor creme, num estilo bem cowgirl.
Eu simplesmente amei.

Passei a viagem inteira com o chapéu na cabeça.

Vi as montanhas, tomei café da manhã na estrada.
Foi incrível, eu já não me sentia tão mais sozinha.
Me sentia em paz.
Longe de toda civilização humana, sem notícias, sem problemas.
Só eu e o vento.

Uma foto do chapéu a baixo ↓

Uma foto do chapéu a baixo ↓

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